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DCEU na era James Gunn: saiba o que muda — Parte 1 [ATUALIZADO]

Com a fusão da Warner Bros. Discovery, e James Gunn no comando, saiba o que muda para o DCEU, que vai integrar cinema, TV, animação e games

1 ano atrás

O DCEU (Universo Estendido da DC) está sendo... bem, estendido, e totalmente reformulado. Tão logo a fusão que deu origem à Warner Bros. Discovery (WBD) foi concluída, teve início uma tremenda faxina nas produções de heróis da casa, em todas as frentes que não fossem quadrinhos.

O diretor James Gunn (Pacificador, O Esquadrão Suicida) e o produtor Peter Safran (Aquaman, Shazam!), co-CEOs da DC Studios, irão unificar e coordenar as próximas produções não só no cinema, mas também TV e animação, e até os games entraram no balaio.

Há futuro para o Snyderverso? (Crédito: Reprodução/Access Entertainment/Dune Entertainment/DC Studios/Atlas Entertainment/The Stone Quarry/Warner Bros. Studios)

Há futuro para o Snyderverso? (Crédito: Reprodução/Access Entertainment/Dune Entertainment/DC Studios/Atlas Entertainment/The Stone Quarry/Warner Bros. Studios)

David Zaslav, CEO da WBD, era o executivo-chefe da Discovery Inc., e foi quem capitaneou a transição e fusão entre as empresas, quando a AT&T se livrou da WarnerMedia (antiga Time Warner). De cara, ele deixou claro que muitas produções e decisões desinteressantes (leia-se, que não dão lucro) seriam cortadas, em prol de fazer receita.

Como é MUITA coisa a ser discutida, o texto será dividido; na primeira parte, vamos falar sobre o que aconteceu, e o futuro de algumas produções, focando na Trindade da DC, Superman, Batman e Mulher-Maravilha; nos próximos posts, cobriremos todo o resto.

DCEU: sai Hamada, entra Gunn e Safran

Originalmente produtor executivo da New Line Cinema, Walter Hamada foi o responsável por produzir alguns dos maiores sucessos recentes da casa no gênero de Terror, como as franquias Invocação do Mal e Annabelle, Quando as Luzes Se Apagam, e o It - A Coisa.

Em 2018, ele foi apontado para dirigir a DC Films (hoje DC Studios, mas chegaremos lá), e tudo mudou. O estúdio, reestruturado em 2016 para organizar a criação do DCEU, tinha no comando Jon Berg, SVP da Warner Bros. Studios, e Geoff Johns, então CCO da DC Entertainment, que supervisiona as HQs.

Como roteirista de quadrinhos, Johns foi o criador da Stargirl e o responsável por reabilitar Hal Jordan como Lanterna Verde (e por tabela, Guy Gardner), revitalizando a marca como um todo.

Walter Hamada tomou decisões bem esquisitas, enquanto esteve no comando da DC Studios (Crédito: Elizabeth Weinberg/The New York Times)

Walter Hamada tomou decisões bem esquisitas, enquanto esteve no comando da DC Studios (Crédito: Elizabeth Weinberg/The New York Times)

O resultado, no entanto, não foi bom para os executivos da Warner, que não raro costumam estipular expectativas altíssimas para suas produções. Depois que Batman vs. Superman e Liga da Justiça terem retornado menos que o desejado (dizem, a cúpula projetou receitas de US$ 1 bilhão e US$ 2 bilhões, respectivamente), Berg e Johns foram substituídos por Hamada em 2018.

Inicialmente, Aquaman foi muito bem, com um caixa de mais de US$ 1 bilhão, e embora não fosse da gestão de Hamada, o retorno de Mulher-Maravilha (2017) foi considerado bom, com agora a DC contando com dois diretores bons, Patty Jenkins e James Wan. Aí começaram as ideias estranhas.

Por exemplo, Hamada não parecia ir com a cara de Henry Cavill, e vinha fazendo de tudo para podar o seu Superman, cortando inclusive sua participação prometida em Adão Negro, desagradando inclusive Dwayne Johnson, o protagonista do filme.

Não obstante, ele era avesso à ideia de universo compartilhado, pois não queria de jeito nenhum emular o "Método Marvel". O executivo acreditava que investir em projetos isolados era melhor, e foi assim, por exemplo, que tivemos o Coringa de Todd Phillips, que rendeu um Oscar de Melhor Ator para Joaquin Phoenix, e o Batman de Matt Reeves, com Robert Pattinson.

Quando a fusão da WBD foi concluída, e David Zaslav assumiu o comando, o desempenho da DC Films foi todo reavaliado, e de cara, o CEO bateu na mesa que era obrigação produzir um novo filme do Superman, com Cavill. Com a insistência de manter o ator no gelo, entre outras coisas (mais a seguir), Hamada rodou e foi para a Paramount, onde vai supervisionar produções de terror.

Peter Safran e James Gunn, co-CEOs do DC Studios, agora reformulado (Crédito: Getty Images) / dceu

Peter Safran e James Gunn, co-CEOs do DC Studios, agora reformulado (Crédito: Getty Images)

Zaslav então apontou Peter Safran, produtor dos filmes mais bem sucedidos da DC nos últimos anos, e James Gunn, diretor cria da lendária Troma, que fez miséria nos cinemas com personagens classe Z, de Guardiões da Galáxia 1 e 2 ao novo Esquadrão Suicida, e a impagável série do Pacificador, para comandarem a DC Films, agora reestruturada como DC Studios.

A ideia, já discutida por Gunn, é estabelecer um universo compartilhado intermídia, parecido com como a Marvel Studios faz, mas mais amplo: o novo DCEU (se é que dá para chamar assim) reunirá cinema e TV, mais produções animadas (não está claro se apenas longas, ou se séries também entram), e de modo inesperado, até futuros games, o que não acontece do outro lado do rio.

Foi então que começaram a pipocar um monte de boatos e notícias, no que Gunn adiantou que "algumas coisas são verdades, outras são meias-verdades, outras ainda são mentiras, e ainda outras nem foi decidido se são verdades ou não". Ele depois elaborou, dizendo que a dupla ficou encarregada de "organizar um ambiente fragmentado, tanto em termos de público, quanto das histórias que estão sendo contadas".

Até onde se sabe, Gunn e Safran têm a missão de traçar um plano que vai organizar uma linha narrativa única para a DC, contando uma única história que se ramificará em produções para a tela grande, TV, com produções live-action e animadas, e games.

O que nos traz a...

O que muda no novo DCEU

Há uma série de produções em andamento, em diversas mídias, que ficarão a partir de agora sob a tutela de James Gunn e Peter Safran. Vamos falar sobre o que deve acontecer com cada uma delas:

Homem de Aço 2

Henry Cavill pode ou não voltar a usar a capa vermelha (Crédito: Reprodução/Legendary Pictures/DC Entertainment/Syncopy/Warner Bros. Pictures) / dceu

Henry Cavill pode ou não voltar a usar a capa vermelha (Crédito: Reprodução/Legendary Pictures/DC Entertainment/Syncopy/Warner Bros. Pictures)

Parece que foi ontem, mas Homem de Aço, a pedra angular do DCEU na visão de Zack Snyder, vai completar 10 anos em 2023. Gunn diz que um novo filme do azulão é prioridade total, até porque David Zaslav exigiu um filme novo. A dúvida, no entanto, é se Henry Cavill volta ou não.

Primeiro, o CEO da WBD defendeu a volta do ator, inclusive viabilizando a cena pós-creditos de Adão Negro, que Hamada vetou. Porém, houve complicações para um segundo filme, em mais de uma frente: primeiro, um rascunho inicial para o roteiro, escrito por Steven Knight (Peaky Blinders) foi rejeitado, levando à paralisação da produção.

Segundo, Adão Negro vai dar prejuízo (mais a seguir), e como Zaslav gosta mais de dinheiro, e a missão de toda empresa é dar lucro, a possibilidade uma continuação, que colocaria Kal-El contra Teth-Adam, está sendo revista.

Até segunda ordem, teremos um novo filme do Superman no DCEU, mas ninguém sabe quando, nem como.

ATUALIZAÇÃO: James Gunn e Henry Cavill confirmaram que o ator não volta como Superman. Um novo projeto está sendo preparado, para um personagem mais jovem, enquanto Cavill deverá ser deslocado para outro papel.

Batman 2

O Batman de Robert Pattinson está na sombra (Crédito: Reprodução/DC Films/6th & Idaho/Dylan Clark Productions/Warner Bros. Studios)

O Batman de Robert Pattinson está na sombra (Crédito: Reprodução/DC Films/6th & Idaho/Dylan Clark Productions/Warner Bros. Studios)

O filme de Matt Reeves com Robert Pattinson teve uma boa recepção, e recebeu sinal verde para uma sequência, sem maiores percalços. Até o momento, ambos os filmes seguirão uma cronologia própria, à parte do DCEU, mas isso pode mudar com a atual direção da DC Studios.

Infelizmente, Batman 2 vai demorar a sair: as projeções iniciais indicavam 2025, mas ele pode dar as caras bem depois disso.

Mulher-Maravilha 3

Mulher-Maravilha 1984 foi uma vítima cruel da pandemia (Crédito: Reprodução/Warner Bros. Pictures/DC Films/Atlas Entertainment/The Stone Quarry) / dceu

Mulher-Maravilha 1984 foi uma vítima cruel da pandemia (Crédito: Reprodução/Warner Bros. Pictures/DC Films/Atlas Entertainment/The Stone Quarry)

Fato: Patty Jenkins e Gal Gadot fizeram miséria nos dois Mulher-Maravilha, se distanciando o máximo que puderam do estilo "visionário" e sem cor de Zack Snyder. A bilheteria do primeiro filme o fez ser o primeiro (para os padrões dos executivos da Warner) sucesso comercial da DC Films.

Mulher-Maravilha 1984 não deu a mesma sorte. O filme é excelente, mas sofreu com a pandemia da COVID, ao ter seu lançamento restrito ao streaming e aluguel digital, e claro, a Locadora também prejudicou o retorno que a Warner projetou para a produção, mesmo sabendo que lucraria menos.

Embora Jenkins, diretora e roteirista de ambos os filmes, estivesse comprometida com um terceiro filme para o DCEU, as coisas degringolaram na última semana, quando um rascunho inicial foi rejeitado, não por Gunn e Safran, mas por Michael De Luca e Pamela Abdy, co-CEOs da Warner Bros. Studios, que estão cuidando da fase de transição.

Segundo uma fonte interna, Jenkins teria dito aos executivos que "eles sabiam estarem errados, que não entendem ela (Jenkins) ou a personagem, não entendem arcos de personagem, e nem o que ela, como diretora, está tentando fazer".

A coisa chegou a tal ponto, que Jenkins teria mandado um e-mail para De Luca, com um link para este artigo da Wikipedia. Depois disso, ela se retirou do projeto.

Patty Jenkins ficou meio fula da vida com a cúpula da Warner; Gal Gadot permanece, por enquanto (Crédito: Reprodução/Omelete) / dceu

Patty Jenkins ficou meio fula da vida com a cúpula da Warner; Gal Gadot permanece, por enquanto (Crédito: Reprodução/Omelete)

Mulher-Maravilha 3 ainda vai acontecer, mas quando sair, será com um novo diretor (ou diretora) no comando; Gal Gadot permanece como Mulher-Maravilha, mas há informes que mesmo isso não está garantido. Basicamente, o destino de Diana no novo DCEU está em aberto.

Continua...

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