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Qualcomm anuncia oficialmente o Snapdragon 820, um SoC que não vai derreter sua mão

Qualcomm anuncia oficialmente o chip topo de linha Snapdragon 820, cuja CPU possui configuração Hydra (núcleos Kryo 64 bits) e promete evitar problemas de superaquecimento, além de ser bem mais potente que o 810. O Snapdragon 820 é também o 1º SoC que utiliza a nova GPU Adreno 530 com capacidade de renderização em 4K e suporte ao HDMI 2.0.

8 anos e meio atrás

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Um dos usos mais intensos dos chips que equipam os smartphones mais recentes é a gravação de vídeo com resolução 4K. O povo mal tem TV para exibir adequadamente vídeos assim, mas a possibilidade de filmagem em tamanha qualidade é um belo detalhe que ajuda a vender aparelhos topo de linha.

Isso, claro, se o aparelho não derreter na sua mão, vítima do superaquecimento do Snapdragon 810 (octa-core). Claro que o tio Laguna aqui não está a falar de derretimento do ponto de vista literal, mas infelizmente aquele system-on-a-chip (SoC) da Qualcomm entrou nos 20 nm fazendo uma péssima transição da arquitetura ARMv7 (32 bits) para a ARMv8-A (64 bits): quando exigido ao máximo o 810 sobreaquece e diminui o clock de operação, diminuindo também o desempenho.

Boa parte das fabricantes de smartphones evitam tal SoC, colocando nos aparelhos o Snapdragon 808 (hexa-core). E este, ao clock máximo, possui desempenho bem próximo ao 810 e não possui problemas de sobreaquecimento. Querendo voltar ao topo do desempenho e acalmar investidores, a Qualcomm agora anuncia oficialmente o Snapdragon 820.

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No Snapdragon 820, a resolução chave é o 4K (crédito: Ars Technica)

Inicialmente apresentado na MWC 2015 e agora anunciado oficialmente na SIGGRAPH 2015, o Snapdragon 820 será litografado no processo de 14 nm (FinFET) da Samsung e vai equipar boa parte dos novos smartphones e tablets logo no início do próximo ano (2016). Isso mesmo, a Qualcomm só vai conseguir fornecer os chips para as fabricantes no final deste ano e até lá a empresa vai ter que oferecer barato os chips Snapdragon 810 “corrigidos”.

Sobre o Snapdragon 820 em si, ele é o primeiro SoC da Qualcomm a contar com a nova GPU Adreno 530, capaz de renderizar games em 4K, algo útil para soluções baratas em realidade virtual como o Cardboard do Google e o Gear VR da Samsung. Além do poder de processamento gráfico maior que o atual Adreno 430, a nova GPU conta com o ISP Qualcomm Spectra e suporte ao HDMI 2.0.

O Spectra é compatível com os novos sensores de 14 bits e promete ser mais eficiente no tratamento do sinal de imagem (o foco automático agradece a ajuda) vindo da captura de vídeos em 4K, evitando que o processador central seja sobrecarregado. Esse ISP do 820 suporta nada menos que três câmeras simultaneamente (HTC One M8 feelings), capturando um total de 25 megapixels a 30 frames por segundo “sem atrasos”. Se o sistema operacional for Android, melhor providenciar no mínimo 2 GB de RAM LPDDR4.

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007 Contra SPECTRE? Não, apenas fotos melhores (crédito: Ars Technica)

No ramo dos jogos, o Adreno 530 e sua versão mais simples, o Adreno 510, serão otimizados para a API gráfica Vulkan e DirectX 12. Bom, o processador gráfico nunca foi problema, graças ao belo legado da ATi Imageon: quem estava dando trabalho para a Qualcomm no Snapdragon 810 era a CPU mesmo.

Falando no processador central, teremos no Snapdragon 820 quatro núcleos customizados Kryo (belo codinome), compatíveis com a arquitetura ARMv8. Eles concorrerão contra os Cortex A72 e a Qualcomm promete que os núcleos Kryo não precisarão de uma configuração big.LITTLE, ou seja, nada de núcleos mais simples (normalmente quatro Cortex A53) também presentes na pastilha de silício.

A empresa promete que os Kryo serão bem eficientes do ponto de vista energético e chama sua configuração de Hydra. Quatro cabeças funcionando melhor que oito e gastando menos energia, faz sentido até lá pelos lados da Apple.

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Diagrama da pastilha de silício do Snapdragon 820 (crédito: Ars Technica)

Feliz ou infelizmente, os chips Snapdragon mais simples, que usarão a GPU Adreno 510, não utilizarão a configuração Hydra. O Snapdragon 618 (hexa-core) e Snapdragon 620 (octa-core) serão big.LITTLE mesmo: além dos quatro núcleos 64 bits mais simples (Cortex A53), teremos dois ou quatro núcleos ARM Cortex A72. Como serão voltados ao mercado intermediário, os novos chips serão litografados no “velho” processo de 28 nm, usando memória RAM LPDDR3 e já estarão disponíveis este ano.

Esperamos que a Qualcomm consiga mesmo se livrar da fama de quente o mais rápido possível: vem aí o Apple A9, algum novo Exynos, além de novos processadores mobile da MediaTek e da Intel para os smartphones xing-ling. Não durma no ponto, dona Q!

Fontes: Ars Technica e Engadget.

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