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O segredo do sucesso do Vampire Survivors

Com uma jogabilidade simples, mas extremamente viciante, Vampire Survivors alcançou um sucesso que nem o seu criador consegue explicar

1 ano atrás

De tempos em tempos a indústria de games é tomada por algum sucesso inesperado, um título que chega às lojas sem divulgação, mas que consegue cair no gosto do público. Isso aconteceu com o Vampire Survivors e explicar o que levou esse indie a fazer tanto sucesso é algo que nem o seu criador é capaz de fazer.

Vampire Survivors

Crédito: Divulgação/Poncle

Tendo estreado no Steam como em acesso antecipado no final de 2021, Vampire Survivors é um roguelike idealizado por Luca “Poncle” Galante e transpira simplicidade. Com gráficos pixelados e uma jogabilidade em que precisamos apenas desviar dos inimigos, a primeira impressão é de que algo assim jamais agradaria muitas pessoas.

Nele o nosso objetivo será tentar sobreviver o máximo possível a intermináveis ondas de inimigos e para isso nem precisaremos apertar um botão para atacá-los. No jogo o personagem que escolhermos disparará ataques automaticamente, com cada arma tendo um raio e tipo de ataque único. A grande sacada é que a cada nível evoluído teremos a possibilidade de escolher um entre três itens diferentes, com eles podendo ser melhorados e fazendo com que nos tornemos verdadeiras máquinas de matar.

Quando vi as primeiras imagens e vídeos do Vampire Survivors, confesso não ter entendido como alguém podia achar graça naquilo e por isso não dei atenção à criação de Galante. Essa situação só mudaria alguns meses depois, quando o jogo foi adicionado ao catálogo do Xbox Game Pass e resolvi ceder. Após iniciar uma partida nele e me familiarizar com sua mecânica, logo saltei para outra e depois para outra, para mais uma e quando me dei conta, uma manhã de sábado tinha se passado.

Crédito: Divulgação/Poncle

Com vários personagens, armas e relíquias para serem desbloqueadas, o jogo possui uma camada de profundidade que eu não imaginava existir. Além disso, como temos um limitado número de itens para serem utilizados em cada incursão, é preciso escolher com sabedoria, tudo para tentar fazer com que o nosso herói se torne praticamente invencível conforme os inimigos se tornam muito mais forte e enchem a tela.

Mesmo passando longe de poder ser considerado um fã de jogos roguelike/roguelite, Vampire Survivors conseguiu me conquistar de uma maneira avassaladora, chegando a fazer com que eu ficasse pensando nas suas ondas de monstrinhos mesmo quando não estava jogando. Pode até soar exagero, mas considero que ele pode ser comparado a clássicos como Tetris, onde a simplicidade é inversamente proporcional ao seu poder viciante, sempre nos chamando para apenas mais uma tentativa.

E se não bastasse o fato do jogo estar disponível aos assinantes do Game Pass e contar com versões para dispositivos mobile, o título ainda pode ser adquirido por valores bem baixos (R$ 12,99 no Steam e R$ 14,95 no Xbox). Tudo isso poderia servir para explicar como o jogo conseguiu conquistar tantas pessoas, mas ao ser questionado sobre o segredo para o sucesso, Luca Galante foi taxativo ao afirmar não ter ideia do motivo e que isso torna tudo muito assustador.

“Desde o lançamento tenho tentado não olhar para os números ou o que está acontecendo online, especificamente para não me empolgar muito,” declarou o game designer em entrevista ao site IGN.  “Mantive a cabeça baixa e continuei trabalhando no jogo e na companhia, focando quase que inteiramente no feedback dos jogadores no Discord e no fórum do Steam. A única coisa que tenho certeza ter feito a diferença são os nossos gerentes de comunidade que fizeram e estão fazendo um trabalho incrível em manter as comunicações abertas com os jogadores.”

Crédito: Divulgação/Poncle

“Foi incrível ser indicado ao The Game Awards junto com todos os outros desenvolvedores. Durante o último ano, toda vez que pensávamos ter alcançado o pico, algo novo surgia para superar o anterior,” revelou um nitidamente surpreso Luca Galante. “Embora para mim seja muito difícil acreditar que o Vampire Survivors merece toda essa atenção, estou feliz por ele a estar recebendo, porque isso mostra que literalmente qualquer um pode conseguir isso e, portanto, espero encorajar mais desenvolvedores indies a continuarem tocando seus projetos.”

Galante ainda falou sobre o DLC que chegou recentemente ao Vampire Survivors, defendendo que tinha como preocupação não repetir o modelo adotado por algumas empresas em que o conteúdo adicional mais parece um caça-níqueis. Porém, como ele não podia continuar incrementando o jogo gratuitamente, precisou chegar a um produto que levasse coisas interessantes ao título e fosse o mais acessível possível. Assim ele chegou a Legacy of the Moonspell, expansão que pode ser adquirida por menos de R$ 5.

Já em relação ao futuro, o game designer desconversou sobre a possibilidade da sua criação aparecer em outras plataformas, mas brincou sobre a esperança de um dia levar o jogo para o PlayStation Vita. Isso me leva a algo que passei a desejar assim que me vi fisgado pelo Vampire Survivors: a possibilidade de jogar esta belezinha em um Nintendo Switch. Porém, isso teria um enorme potencial para destruir toda a produtividade que ainda me resta, mas divago...

Fonte: PCGamesN

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