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Project Colonies: MARS 2120 - Oxigenando o gênero metroidvania

Com um sistema de batalhas complexos e belos gráficos, Project Colonies: MARS 2120 é um promissor metroidvania criado pela QUByte Interactive

1 ano atrás

Eu sempre gostei muito de jogos no estilo metroidvania e a proliferação de títulos assim pelas mãos dos estúdios independentes é algo que tem me deixado muito feliz. Porém, uma grande quantidade de lançamentos não necessariamente significa inovação ou qualidade e por isso estava muito curioso para conhecer um promissor projeto da QUByte Interactive, o Project Colonies: MARS 2120.

Após o convite do estúdio paulista para uma apresentação a portas fechadas que aconteceria durante a Brasil Game Show, fiquei bastante empolgado para ver o que os desenvolvedores teriam para mostrar e de antemão, posso afirmar que a experiência foi a melhor possível.

Project Colonies: MARS 2120

Crédito: Divulgação/QUByte Interactive

Recebido pelo game designer Bruno Carvalho e o artista líder Marcel Bernardi, eles contaram um pouco da história do jogo que será protagonizado pela tenente-coronel Anna "Charlotte" Right. Líder do grupo de Fuzileiros Espaciais de Elite, caberá a ela descobrir o que aconteceu na colônia que os humanos mantêm em Marte no século XXII, já que um pedido de socorro foi enviado de lá.

A parte inicial de Project Colonies: MARS 2120 mostra Charlotte na superfície do Planeta Vermelho, com a personagem sendo perseguida por uma enorme parede de escombros. Ali já ficou claro que a parte visual deverá ser um dos grandes destaques do jogo, com os gráficos em 2.5D tendo me lembrado o excelente Shadow Complex.

Porém, enquanto o jogo da Chair Entertainment foi criado com a terceira versão do kit de desenvolvimento da Epic, o da QUByte usa o quarto. Segundo Bruno, o que os levou a não utilizar a Unreal Engine 5 foi o fato do desenvolvimento ter iniciado antes dela existir e a maior compatibilidade com os consoles da geração anterior, o que poderia prejudicar a qualidade para quem optasse por jogar no Xbox One ou PlayStation 4.

Dando continuidade à apresentação, a dupla nos mostrou o interior da instalação habitada pelos humanos e ali pudemos ver vários detalhes muito interessantes. Um deles era a variedade de cenários a que teremos acesso. Além dos laboratórios que servem como estação de trabalho para muitos colonizadores, o jogo também nos colocará em ambientes congelados, florestas e áreas rodeadas por lava.

De acordo com os profissionais, um dos objetivos era fazer com que a ambientação do Project Colonies: MARS 2120 fosse a mais realista possível e um exemplo disso está no sistema de transporte rápido que eles implementaram. Será desta forma que evitaremos atravessar todo o mapa andando, uma solução simples, mas que ajuda a aumentar a imersão da aventura.

Outro aspecto que chamou minha atenção foram duas imagens que mostravam áreas todas iluminadas por luzes de neon, parecidas com regiões voltadas para o entretenimento, como bares e casas noturnas. A ideia ali é mostrar como aqueles que foram para Marte também buscam se divertir nas horas livres, com o visual lembrando muito o futuro imaginado por obras como o filme Blade Runner - O Caçador de Androides ou o jogo Flashback: The Quest for Identity.

Crédito: Divulgação/QUByte Interactive

Contudo, toda essa atenção à ambientação de nada serviria se o jogo não contasse com uma boa jogabilidade e não considero exagero dizer que este promete ser o ponto alto da criação da QUByte. Mantendo a principal característica do gênero, que é a necessidade de encontrarmos habilidades que nos darão acesso a áreas antes inacessíveis, foi o sistema de batalhas implementado pelo estúdio o que mais me agradou.

Em Project Colonies: MARS 2120 poderemos enfrentar os inimigos tanto com golpes a curta distância, quanto utilizando uma arma de fogo para atingi-los quando estivermos longe. No caso de optarmos pela pancadaria, saiba que Charlotte poderá realizar longos combos e até desferir ataques especiais, como uma espécie de hadouken ou shoryuken.

Além disso, a protagonista contará com um sistema de núcleos, uma mecânica parecida com a da série Mega Man. Obtidos após derrotarmos alguns chefes, esses itens poderão ser utilizados para tornar algumas batalhas mais fáceis, com os inimigos sendo vulneráveis ou mais resistentes conforme o elemento que estivermos usando.

Com os núcleos equipados podendo ser alterados com o apertar de um botão, isso permitirá a realização de combos que iniciem com golpes de fogo, passem por golpes elétricos e terminem com os de gelo, por exemplo. Fazer isso obviamente exigirá alguma habilidade por parte do jogador, mas exemplifica a profundidade do sistema de batalhas criado pelo pessoal da QUByte.

Crédito: Divulgação/QUByte Interactive

Some a isso as habilidades únicas de cada núcleo, como os poderosos tiros a curta distância proporcionado pelo poder do gelo ou o lança-chamas a que teremos acesso com o poder do fogo e caberá ao jogador decidir qual a melhor forma de ataque. No caso de incinerarmos os inimigos, destaque para podermos fazer isso através de grades, com cada elemento podendo ser utilizado para usarmos os cenários a nosso favor.

Segundo Bruno e Marcel, a campanha do Project Colonies: MARS 2120 deverá durar algo entre seis e oito horas. Confesso que a princípio achei pouco, mas existem detalhes que poderão aumentar consideravelmente o gameplay, como os arquivos de áudio espalhados pelo mapa que contarão detalhes da história e até mesmo alguns segredos, algo comum nesse tipo de jogo.

Também me agradou o fato de o mapa poder ser explorado como quisermos. Assim as pessoas poderão enfrentar os chefes em ordens diferentes, com as batalhas se tornando mais tranquilas ou desafiadores de acordo com os núcleos que já tivermos encontrado.

Eu ainda gostaria de agradecer e parabenizar o pessoal da QUByte pela atenção que eles têm dado à questão de acessibilidade. Das legendas que poderão ser aumentadas para tornar sua leitura mais fácil até o nível de dificuldade que poderá ser amplamente alterado (leia-se, modificar o poder de ataque dos inimigos ou deixá-los menos resistente as nossas investidas), tudo tem sido pensado para fazer com que o maior número possível de pessoas possa se divertir com o título.

Por fim, o estúdio revelou que embora o Project Colonies: MARS 2120 esteja previsto para ser lançado no primeiro semestre de 2023, com versões para todos os consoles, no PC ele estreará como em Acesso Antecipado no Steam já em 27 de outubro próximo. A intenção ao fazer isso é aproveitar os próximos meses para coletar as opiniões da comunidade e assim poder lapidar o título até que a versão final seja disponibilizada.

Como atualmente o título já se encontra jogável do início ao fim, inclusive com legendas e dublagens em português, inglês e espanhol, Bruno Carvalho garantiu que esse lançamento inicial não é para usar o público para encontrar falhas, já que eles possuem uma equipe dedicada a isso. A ideia aqui é fazer algo parecido com o que a Motion Twin fez com o Dead Cells, jogo que se tornou muito melhor com o passar do tempo.

Por tudo isso, o projeto mais ambicioso da QUByte já se tornou um dos jogos que mais aguardo e não digo isso por estar sendo criado por brasileiros. Com um sistema de batalhas repleto de nuances e um nível de produção tão alto, acredito que o Project Colonies: MARS 2120 tenha tudo para adicionar algumas novidades interessantes no gênero, revigorando um estilo de jogo que tem recebido muitas aventuras, mas pouca novidade.

PS: durante a BGS a QUByte Interactive também aproveitou para revelar uma bela novidade, o Top Racer Collection. Além de trazer o Top Gear, o Top Gear 2 e o Top Gear 3000, no jogo teremos um cross-over com o excelente Horizon Chase, com alguns carros do título da Aquiris podendo ser aproveitados no clássico dos 16-bit.

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