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Dead Cells, uma fonte inesgotável de conteúdo

Lançado em 2018, o Dead Cells tem mais uma leva de conteúdo adicional vindo por aí e mostra como os estúdios deveriam tratar seus consumidores

2 anos atrás

Em agosto de 2018 a Motion Twin lançou um jogo que se tornaria um enorme sucesso. Misturando metroidvania com roguelike, Dead Cells conquistou vários admiradores e quando muitos pensaram que o estúdio francês estava pronto para deixá-lo de lado, chega a informação de que ainda deveremos ouvir falar muito sobre ele.

Dead Cells

Crédito: Divulgação/Motion Twin

Disponível para PC, dispositivos mobile e todos os consoles da atual e da geração passada, Dead Cells tem sido abastecido constantemente com novidades. Através de atualizações gratuitas e DLCs pagos, desde o seu lançamento temos visto a chegada de conteúdos que nos incentivam a voltar àquele fantástico mundo, mas sempre houve a desconfiança de que uma hora essa torneira secaria.

Muitos até imaginaram que o fim do suporte ao jogo estava próximo, com a expansão Queen and the Sea, lançada em janeiro 2022 sendo o indicativo de que a desenvolvedora estava voltando sua atenção para outros projetos. Se fosse o caso, nem poderíamos reclamar, afinal é raro vermos um jogo que não se encaixa no estilo de “como serviço” receber atenção por tantos anos.

Porém, a Motion Twin surpreendeu ao divulgar o que planeja para os próximos meses do Dead Cells. Começando já pelo período do nosso inverno, a promessa é de que o jogo receba uma nova arma parecida com um nunchaku e uma skin baseada nos trailers animados, além de um balanceamento nas armas e itens, um sistema melhorado de itens lendários e a possibilidade de fazermos carinho nos animais que encontrarmos pelo caminho.

Depois, durante a nossa primavera será a vez de recebermos um modo em que poderemos encarar os chefes em sequência. Nele estarão disponíveis apenas os inimigos que já encontramos e quanto mais deles derrotarmos, mais recompensas receberemos.

Passamos então para os dois mistérios preparados pelo estúdio francês. O primeiro deles deverá chegar ao jogo até o natal, mas os criadores se limitaram a dizer que essa atualização trará “novas coisas para jogarmos.” Já o outro ficou guardado para 2023, ano em que eles estão descrevendo como o mais empolgante para o Dead Cells.

O roadmap do Dead Cells (Crédito: Divulgação/Motion Twin)

A desenvolvedora ainda chamou a atenção para a possibilidade de tais janelas de lançamentos não conseguirem ser respeitadas, mas o que realmente me deixou curioso é o que eles estão preparando para o ano que vem. Com o jogo estando prestes a completar cinco anos desde o seu lançamento e eles falando que estamos apenas no meio do seu ciclo de vida, será que o estúdio ainda planeja mais DLCs?

Talvez tudo não passe de uma cortina de fumaça, uma maneira de esconder uma continuação, mas como há alguns anos o game designer Sébastien Bénard afirmou que eles não trabalhariam em um Dead Cells 2, essa possibilidade parece pequena. Obviamente, a opinião do pessoal do estúdio pode ter mudado desde então e considerando a maneira como eles parecem confiantes no futuro, quem sabe não estejamos diante de uma série animada, um spin-off ou de uma improvável sequência direta?

Mas independentemente do que o pessoal da Motion Twin estiver preparando para a franquia, é preciso elogiar a paixão e a dedicação desses profissionais. Trabalhar na criação de um jogo é algo extenuante e por isso não assusta vermos estúdios “abandonando” seus projetos assim que eles chegam às lojas.

Imagine passar três, quatro anos projetando, desenvolvendo e aperfeiçoando um jogo e depois dedicar outros quatro ou cinco anos “apenas” para levar mais conteúdo àquele universo. Olhando pelo lado do consumidor, todo esse suporte obviamente precisa ser comemorado, mas entendo que iniciativas como a da Motion Twin sejam tão raras.

Um cavaleiro e sua pá quer guerra com todo mundo (Crédito: Divulgação/Yacht Club Games)

Entre os jogos que continuaram recebendo conteúdo por muitos anos, um bom exemplo é o Shovel Knight. Mesmo com ele tendo passado por um período de desenvolvimento bastante conturbado, o Yacht Club Games preferiu continuar se dedicando ao jogo, investindo na criação de expansões e deixando a produção de novos títulos para outra oportunidade.

Essa atenção duradoura também pôde ser vista no Dying Light, título que mesmo já tendo recebido uma continuação, segue sendo atualizado pela Techland e principalmente, dando aula de como tratar o consumidor. O mesmo pode ser dito do No Man's Sky, jogo lançado há quase seis anos e que continua mudando e evoluindo num bom ritmo.

No caso do jogo de exploração espacial da Hello Games, é preciso levar em consideração o péssimo estado em que ele chegou às lojas, com as atualizações — todas gratuitas — sendo para muitas pessoas quase uma obrigação. No entanto, estamos cansados de ver títulos que não alcançam o sucesso comercial imediatamente e por isso as desenvolvedoras/editoras preferem abandoná-los.

Quanto aos títulos citados aqui (e o próprio Dead Cells), o que eles possuem em comum é terem sido criados por empresas independentes, que não contam com os vícios de produção e a gana por retorno financeiro das grandes companhias. Com isso não quero dizer que os indies estejam imunes aos erros, mas o fato é que, da inovação ao respeito ao consumidor, há alguns anos temos visto esses estúdios despontarem como pequenos oásis numa indústria que costuma ser tão criticada.

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