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MediEvil — Review

Com excelentes arte e jogabilidade, o remake de MediEvil é uma aula de como atualizar um jogo clássico sem desrespeitar o original

4 anos e meio atrás

MediEvil é mais um dos clássicos jogos 3D que foi lançado em meados dos anos 1990, que recebeu um remake para a nova geração. A saga de Sir Daniel Fortesque, o cavaleiro-zumbi covarde e azarado foi completamente repaginada para o PS4, mas mantendo toda a essência, mapas e história do jogo que desembarcou no PlayStation original, em 1998.

Sony / MediEvil

De volta à Gallowmere

A história é exatamente a mesma: Sir Daniel, um cavaleiro que morreu 100 anos antes na batalha contra o mago Zarok, é acidentalmente revivido como um esqueleto caolho pelo feiticeiro, que voltou para se vingar do reino de Gallowmere com seu exército de mortos-vivos, monstros e outras criaturas.

Sir Dan foi enterrado como herói por conta de uma mentira, ele não fez absolutamente nada contra o vilão e pereceu logo na ofensiva inicial (o cavaleiro efetivamente foi o primeiro a bater as botas), com uma flechada certeira no olho esquerdo. Um tanto incompetente e resmungão (ele não fala, porque não tem mandíbula), nosso protagonista recebeu uma segunda chance para combater o mal e fazer jus à lenda criada em torno dele.

A proposta original de MediEvil era bastante simples, como vários jogos lançados entre 1994 e 2000 que aproveitaram a onda 3D: os jogos que usaram gráficos cartunescos envelheceram melhor dos que os fotorrealistas (Grim Fandango é outro exemplo de jogo que resistiu ao tempo), tendo driblado a evolução técnica de forma acidental, já que não dava para fazer muita coisa na época.

O jogo oferece um mapa enorme, em que você terá a possibilidade de ir e voltar a fim de encontrar segredos e explorar novas habilidades, encontrar aliados e conseguir armas poderosas, ou que vençam obstáculos e habilitem novos caminhos.

Other Ocean, restauradora de tumbas

MediEvil foi desenvolvido pelo estúdio interno SCE Cambridge Studio, posteriormente chamado Guerrilla Cambridge, que foi fechado em 2016; isso explica por que o remake, diferente de outros títulos revisados recentemente é um exclusivo do PS4, ao invés de multiplataforma. O problema, é que com o fim do estúdio seria preciso contar com outra desenvolvedora para atualizar o jogo.

A tarefa caiu nas mãos da Other Ocean Interactive, estúdio responsável pelo Project Winter. Para restaurar MediEvil, a equipe teve que extrair todos os dados geométricos que compunham os mapas de Gallowmere e aplica-los na engine atual, para só então começar a tratar cada textura e recriar os elementos animados com mais polígonos, como as várias gárgulas, por exemplo.

Se tiver um tempinho, confira o vídeo em que ambas versões são comparadas:

O resultado final é impressionante. Os mapas no PS4 são totalmente fiéis aos do PSOne, mas com mais resolução, detalhes e melhores efeitos de luz e sombra; o mesmo pode ser dito do modelo de Sir Dan, que é bem mais animado (o crânio fica girando o tempo todo) e dos inimigos, agora mais definidos embora ainda cartunescos. Afinal, a meta foi manter a essência.

O som segue a mesma pegada, com efeitos fantasmagóricos e músicas incidentais muito bem rearranjadas, para se mesclar perfeitamente à nova apresentação. A jogabilidade, por sua vez melhorou bastante, sendo uma das principais reclamações do MediEvil original, graças a uma câmera desastrada e controles complicados.

Você tem à disposição espadas, bestas, adagas de arremessar, clavas, martelos e escudos, sendo que estes se desgastam e quebram com o tempo. Ainda é necessário vasculhar o mapa atrás das runas para abrir portas e matar os inimigos que contêm almas, para encher o cálice oculto (um por fase) e ter acesso ao Salão dos Heróis, para coletar uma arma especial.

Sobre os controles, é o seguinte: a fluidez do movimento com o analógico esquerdo é basicamente a mesma e você ainda precisa acessar o menu para gerenciar suas armas, mas a câmera deixou de te sabotar o tempo inteiro, como acontecia no PlayStation. Ela ainda não é tão suave quanto poderia ser, costuma tomar algumas decisões de movimento estranhas, mas no geral, ainda é melhor gerenciável.

A novidade fica por conta da "Dan Cam", um modo de câmera por cima do ombro que ajuda em algumas situações.

Conclusão

MediEvil veio para engrossar a lista dos remakes de títulos em 3D lançados nos anos 1990, como Crash Bandicoot N. Sane Trilogy, Crash Team Racing Nitro-Fueled e Spyro Reignited Trilogy. No entanto, diferente destes a aventura de Sir Dan permanece exclusiva do PS4, por ter sido desenvolvida internamente.

O time da Other Ocean Emeryville deu total atenção aos mínimos detalhes, desde manter a geografia e segredos de Gallowmere exatamente os mesmos, como deu um tremendo banho de loja no jogo mas sem remover o aspecto cartunesco. A grosso modo, é como se fosse um jogo de PSOne com skin de PS4, o que não é um demérito.

Os controles estão mais precisos, mas a câmera, embora melhor ainda não é lá muito esperta. O modo de visão sobre o ombro ajuda, mas ainda não é perfeito. Ainda assim, é um detalhe menor que não estraga a diversão.

Só achei que a Sony devia ter colocado mais conteúdos, como um modo para usar o visual antigo ou documentários sobre o processo de criação do remake, mas ainda assim, o novo MediEvil é uma boa pedida para uma jogatina em família, tanto para os velhacos que curtiram a versão do PlayStation, quanto para as novas gerações que poderão conhecer a saga de Sir Dan em alta qualidade.

MediEvil — Ficha Técnica

  • Plataforma — PS4;
  • Desenvolvedora — Other Ocean Interactive;
  • Distribuidora — Sony Interactive Entertainment;
  • Preço — R$ 119,90;
  • Classificação Indicativa — 7 anos.

Pontos Fortes

  • Uma recriação visual perfeita do jogo original;
  • Controles simples e jogabilidade sólida.

Ponto Fraco

  • A câmera melhorou, mas não muito.

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