Meio Bit » Entretenimento » Algumas especulações e pensamentos sobre o evento de filmes e séries originais da Apple

Algumas especulações e pensamentos sobre o evento de filmes e séries originais da Apple

Apple vai apresentar hoje pela primeira vez um pacote de séries e filmes originais, que podem (ou não) fazer parte de um serviço de streaming próprio

5 anos atrás

A Apple deve apresentar hoje no Steve Jobs Theater em sua sede em Cupertino, o seu novo e tão esperado serviço de streaming de filmes e séries originais, do qual já falamos bastante aqui no MB. A princípio, o serviço será apresentado hoje, mas só vai estar disponível para os clientes daqui a alguns meses.

Apple vai apresentar hoje seu pacote de séries e filmes originais, que pode (ou não) fazer parte de um serviço de streaming próprio

Dito isso, alguns acreditam que eles não irão apresentar um serviço próprio, e sim um pacote de filmes e séries feito para atrair clientes pro seu app TV (e consequentemente pro seu hardware), enquanto outros apostam que eles também irão apresentar um serviço de assinatura de games, mas vou deixar pra falar mais sobre essas duas possibilidades no final deste post.

E de onde veio toda essa história da Apple produzir seu próprio conteúdo? Bem, a conversa da Apple com produtores de conteúdo começou há muito tempo, primeiro como cliente, nas negociações para vender filmes e séries em streaming no iTunes, algo que ela hoje faz com grande sucesso, e em uma segunda etapa, ainda como cliente, mas desta vez buscando comprar projetos interessantes de conteúdo.

A empresa de Cupertino vem se preparando pra esse momento há anos. Sua primeira grande aposta foi uma série inspirada no quadro Carpool Karaoke do programa The Late Late Show da CBS, no qual o apresentador e comediante inglês James Corden recebe celebridades para cantarem suas músicas favoritas.

Depois, a Apple fechou contrato com Oprah Winfrey para a criação de conteúdo original. Existem controvérsias, como a questão de que os programas do novo serviço de streaming da Apple teriam que passar por um estrito código moral, algo que pode atrapalhar bastante qualquer conteúdo audiovisual.

Entre as séries da empresa de Tim Cook pelas quais mais espero estão a versão de David Goyer para a clássico trilogia Fundação do mestre Isaac Asimov, além de um ambicioso projeto de um drama espacial assinado por Ron Moore, o criador de Battlestar Galactica e Outlander. Também tem a nova versão de Steven Spielberg para Amazing Stories, que seria produzida por ele e por Bryan Fuller, que pulou fora do projeto, mas até aí, ele tem feito isso em praticamente todos os seus últimos trabalhos, de American Gods a Star Trek: Discovery.

Nem sempre a empresa pensou desta forma. Como bem lembrou o Lance Ulanoff esses dias no Twitter, Tim Cook disse em 2013: "nunca senti que a gente precisasse ser dono de conteúdo, e sim ter acesso a um ótimo conteúdo. Nós não temos o talento para produzir e dirigir."

O que teria mudado entre essa declaração do CEO da Apple e a aposta no mercado de entretenimento? Simples, a fatia cada vez maior de serviços no portfólio da empresa. O Apple Music foi lançado 4 anos atrás, e hoje a Apple colhe os frutos, e agora se prepara para outra grande aposta no mercado de streaming, conteúdo audiovisual original. Há alguns anos, a Apple começou a admitir publicamente que estava pensando em produzir conteúdo original, que inicialmente seria exclusivo do Apple TV.

Mas será que realmente teremos um novo serviço de streaming da Apple hoje? Possivelmente não. Segundo fontes do Recode, eles não devem lançar um serviço em si, apenas facilitar que os outros vendam seus serviços na sua plataforma, usando uma frente única, algo que remonta aos planos originais do app TV, que era criar uma espécie de Guia da TV, eliminando os apps de terceiros.

Isso também bate com o rumor de uns meses atrás dizia que a Apple daria acesso gratuito ao todo o seu conteúdo original dentro do TV, disponível em dispositivos iOS. A ideia seria usar o conteúdo para ajudar a vender hardware da Apple, e não um serviço propriamente dito. Vamos ver o que a Apple está planejando.

Ajudar a vender os pacotes dos concorrentes e concentrar todo o conteúdo disponível em um só lugar, pode não fazer sentido, até lembrarmos que a Apple iria ganhar um valor de comissão por cada assinatura. Desta forma, os filmes e séries da Apple no momento não sejam o principal ponto do negócio, e seriam vendidos ou oferecidos como brindes para atrair novos clientes.

Vamos aguardar pra ver se esse é o caso, mas não acho nada absurdo, e embora isso não tenha o mesmo potencial pra inspirar grandes manchetes, pode gerar muitos lucros, o que no final das contas, é o objetivo de qualquer empresa.

De acordo com informações do Wall Street Journal, eles irão lançar um serviço que oferece descontos consideráveis em assinaturas de TV e de notícias, com pacotes de US$ 9,99 se o cliente quiser algum canal específico como Starz, Showtime ou HBO.

A concorrência também já é grande, e vai ficar ainda maior, com praticamente cada grande player lançando seu próprio serviço de streaming, algo que tem causado o aumento da pirataria, como inclusive nós prevemos nesse Sala da Justiça de alguns meses atrás. Ao não lançar um serviço próprio, pelo menos nesse primeiro momento, a Apple não entra nessa disputa insana, ganha em cima de todo mundo (ou quase, a Netflix já confirmou que está fora) e pode usar seu conteúdo original para ir literalmente comendo pelas beiradas.

Uma outra possibilidade interessante é a de que eles lancem um serviço de assinatura de games, o que seria realmente muito bem-vindo pelos gamers que usam iOS, mas vou deixar isso pra um futuro post do meu amigo Dori.

Para acompanhar o streaming ao vivo, é só clicar aqui. Vamos atualizar este post (ou até escrever outro) mais tarde com todas as informações oficiais da Apple depois do evento.

Leia mais sobre: , , , , .

relacionados


Comentários