Ronaldo Gogoni 4 anos atrás
A Intel está disposta a mais uma vez estimular a evolução dos laptops. Depois dos ultrabooks, ela apresenta o Projeto Athena, um programa que definirá notas metas a serem atingidas pelos fabricantes, de modo a colocar no mercado produtos com maior duração de bateria, recursos de Inteligência Artificial e compatibilidade com redes 5G.
A Intel não é estranha a esse movimento. Foi ela que em 2011 definiu diretrizes para uma nova categoria de laptops, que levou à criação dos ultrabooks. Originalmente, a empresa exigia que os gadgets fosse finos, leves, potentes e com uma autonomia energética decente, de modo a serem suficientemente potentes para serem usados por profissionais e usuários avançados, sem comprometer a performance por ser portátil, e ao mesmo tempo, que fossem fáceis de transportar.
A cada ano, a Intel elevava as exigências mínimas para que os fabricantes pudessem vender produtos com a marca Ultrabook, e na última revisão, lançada em 2013, passou a exigir processadores Haswell, retorno da hibernação em até três segundos, nove horas de autonomia do Windows 8 em modo de espera ou seis de execução de vídeo, e um máximo de 20 mm de espessura para modelos com telas de 13,3 polegadas (23 mm para 14").
De certa forma, os ultrabooks foram uma resposta da Intel à Apple, com o seu MacBook Air, e uma evolução natural dos netbooks, introduzidos em 2007 pela ASUS, e é possível até traçar um paralelo com o OLPC: o Eee PC foi uma alternativa à proposta de Nicholas Negroponte, mas quando se constatou que ele e derivados eram fracos demais, e mal aguentavam rodar o Windows, a Intel forçou a evolução.
Motivo: a Realidade é cruel. Por mais baratos que os netbooks fossem, ninguém queria rodar Linux, e os usuários faziam altas gambiarras para instalar o Windows.
Com o Projeto Athena, a Intel está propondo uma série de diretrizes para uma nova geração de computadores portáteis, ainda mais potentes, com mais bateria e recursos, mas que continuem leves e confortáveis na bolsa ou mochila. A princípio, a companhia não revelou as exigências mínimas (que assim como aconteceu com os ultrabooks, serão elevadas a cada ano), mas o básico ela já definiu:
Claro, a Intel não é boba e não quer ficar atrás da Qualcomm.
A Intel demonstrou também como dará suporte ao Projeto Athena: a plataforma híbrida Lakefield é muito similar às placas utilizadas em celulares hoje em dia, o que faz sentido: por um lado, já modelos mais potentes que muitos laptops no mercado, e se a ideia é fornecer portabilidade e potência, o mais sábio a fazer é partir para a miniaturização.
Com um tamanho bastante compacto, a Lakefield é uma placa-mãe equipada com um processador penta-core, sendo o núcleo Sunny Cove de dez nanômetros (a Intel ainda está se resolvendo nessa área) responsável pelo processamento pesado, e os quatro herdados da família Intel Atom para tarefas do dia a dia. Ela também possui um chip gráfico e interfaces de memória, sendo uma solução completa.
Com a Lakefield, a Intel acredita que os fabricantes poderão apresentar notebooks e ultrabooks cada vez mais leves, mas sem sacrificar a performance e principalmente, que possuam uma ótima autonomia de bateria.
A Intel informa que os primeiros laptops chegarão ao mercado no segundo semestre, rodando Windows 10 ou Chrome OS; por enquanto, as fabricantes parceiras incluem Acer, ASUS, Dell, Lenovo e Samsung, além de Microsoft e Google, que otimizarão seus sistemas operacionais para a plataforma. Todos passarão por um processo de certificação, e só então poderão ser vendidos como produtos do Projeto Athena.
Já sobre a Lakefield, a Intel pretende iniciar a produção das placas em algum momento de 2019, de modo a oferecê-las para as fabricantes interessadas.
Com informações: Intel Newsroom.