Ronaldo Gogoni 8 anos atrás
Dois anos depois de lançado oficialmente, o Google Glass não conseguiu convencer a grande massa de usuários e desenvolvedores de que ele é um gadget essencial para nossas vidas. Dado o baixo interesse por parte dos desenvolvedores e o pouco retorno significativo em projetos, Mountain View mudou tudo e o tornou um projeto mais reservado, pondo um fim ao programa Explorer.
Agora, segundo o Wall Street Journal o Google começou a despachar unidades da versão 2.0 dos óculos espertos, mas desta vez não é qualquer um que colocará suas mãos em um exemplar.
Dada a imagem ruim associada ao Glass por conta da decisão de permitir que qualquer com US$ 1,5 mil no bolso pudesse comprar um, o Google desta vez o limitará a uso exclusivamente por empresas e desenvolvedores. O gadget passou por mudanças profundas graças à mudança de equipe responsável: saiu o pessoal do Google X, entrou uma divisão própria liderada pelo “pai do iPod” Tony Fadell.
Uma das principais foi a substituição do processador da Texas Instruments, que possuía a fama de ser comilão por um da Intel, que já sabemos vem se especializando no desenvolvimento de chips para o mercado de wearables, presentes em produtos como o Edison. Outras mudanças são um display maior e mais fino com ajuste vertical, melhor conectividade Wi-Fi, suporte a bateria externa e mais importante, a dispensa de uma armação própria: ele agora pode ser diretamente acoplado em um óculos normal ou um equipamentos de proteção industriais. Claro, não é como se o Google fosse abrir mão de excelentes parcerias, mas se você já usa óculos não será obrigado a comprar outra armação.
As informações a respeito do novo Glass são deveras escassas porque o Google impôs um NDA a seus parceiros. Mas o mais interessante aqui é notar que a companhia pretende se concentrar em usuários que podem de fato agregar à plataforma com produtos e serviços, e não simplesmente soltar na mão de qualquer usuário. Claro que tivemos casos de uso diversos e bem interessantes, mas para Mountain View isso não é o bastante para criar um ecossistema com hardware e aplicativos finais.
O Google ainda tem planos de disponibilizar uma versão para consumidores, mas esta deixou de ser uma prioridade e agora os esforços se concentrarão em desenvolver novas soluções e apps. Considerando o cenário atual, com dispositivos de ponta como o Microsoft HoloLens não convém colocar o carro na frente dos bois mais uma vez, é preciso cautela.
Fonte: The Wall Street Journal (paywall) via Ars Technica.