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Review — iPad mini 3

O que leva alguém a comprar um iPad mini 3? Acompanhem a saga do tio Laguna e o respectivo review do tablet da Apple.

9 anos atrás

Desde o lançamento do iPad, o tio Laguna faz a si mesmo e a outrem uma mesma pergunta: para que deabos serve um tablet?

Tá, confesso: nunca vi muita graça no iPad original, parecia uma versão esticada do iPhone 3GS. Na verdade, quase sempre rejeitei a ideia de tablets ARM pois, além dos aplicativos e jogos serem mais simples que nos computadores com legado x86, tocar na tela não me é uma atividade mais produtiva (e precisa) que usar a dupla teclado e mouse ou mesmo teclado e touchpad.

Laguna_iPad_mini_3

Prepare o bolso pois a brincadeira sairá cara (crédito: tio Laguna)

Também tinha a questão do tamanho: uma tela com diagonal de 9,7 polegadas não é algo que eu possa carregar por aí. Grande demais para mim. Alguns anos depois comprei o meu primeiro smartphone, um iPhone 4S, e logo depois, começaram os rumores de uma versão menor do tablet da Apple. Nesse meio tempo a Microsoft lança o Surface.

Seja iPad mini, seja Surface, a minha urgência maior era trocar o Pobrebook 1 (um Asus Eee PC 701, com tela de 7 polegadas). Ao trocá-lo pelo Pobrebook 2 (Asus Eee PC 1015BX, com 10 polegadas) no começo de 2013, não sobrou dinheiro algum para pensar em comprar essas máquinas luxuosas da Apple e Microsoft.

No caso do iPad mini, lançado no final de 2012, eu também tinha algo contra: o tablet usava o mesmo Apple A5 de meu smartphone. Seria no mínimo uma redundância. Melhores motivos tive para rejeitar o Surface 3. Quando o Pobrebook 2 deu um problema no final do ano passado, aproveitei uma promoção relâmpago e peguei o Pobrebook 3, o melhor netbook que já tive: um Acer Aspire V5 com processador AMD E1 e tela de 11,6 polegadas.

11,6 polegadas talvez seja meu tamanho máximo para notebooks de uma maneira geral. Rejeitava o iPad e seus sucessores diretos justamente pelo tamanho mas, após trocar duas vezes de netbook, cada um maior que outro, seria hora de eu esquecer o iPad mini e comprar logo um iPad Air?

Laguna_iPad_mini_Pobrebooks_2_e_3

iPad mini 3 em cima do Pobrebook 2, ambos em cima do Pobrebook 3

Não. Havia outra variável: o iPhone 4S, embora funcionando bem, já está velho demais e preciso substituí-lo urgentemente. Se possível por um smartphone com hardware atual e não muito maior que o iPhone 5S. Forçando um pouco a amizade, talvez o iPhone 6 seja só um pouco maior que o tamanho que considero ideal.

Enfim, quando reuni dinheiro (na verdade, crédito) suficiente para comprar um iPhone 6, a Apple me faz uma “bela” surpresa: ela aumenta os preços no Brasil. Morreu ali o meu iPhone 6.

Na semana seguinte, ao constatar que a empresa não aumentara os preços dos iPads fabricados no país, achei que fosse o momento ideal para comprar um. Uma promoção ao contrário, já que comprei antes de um possível aumento.

Escolhendo a versão do tablet

Lembrem-se que a minha ideia é “substituir” um iPhone 4S de 16 GB, pois pretendo ter acesso à internet em qualquer lugar que a operadora permitir. Basicamente o mesmo motivo pelo qual comprei a versão 3G do PlayStation Vita em 2013: gosto de ter mais opções. Não levaria um iPad apenas com conectividade Wi-Fi.

Embora um iPad Air 2 de 64 GB com 4G seja basicamente pouco mais barato do que o que eu pagaria num iPhone 6, o tamanho físico dele é aproximadamente igual ao do meu Pobrebook 2 recém aposentado. E ambos são apenas pouco menores que o meu Pobrebook 3. Redundância.

Aliás, preciso de 64 GB?

Laguna_iPad_mini_3_armazenamento

Não tanto, o tio Laguna poderia ter economizado bastante dinheiro comprando um iPad mini 2 de 32 GB com 4G, mas faltava ao aparelho o Touch ID, um dos recursos que eu gostaria de experimentar num iPhone mais atual. Não teve jeito, tive de escolher o iPad mini 3 de 64 GB com 4G mesmo com o Chris Welch odiando tal ideia.

Não tive a chance de conhecer o iPad mini 2 como o Nick, mas posso dizer que o 3 é simplesmente o melhor iPhone no qual já mexi. Nem a quase impossibilidade de atender ligações telefônicas fez falta, afinal nos quase 3 anos de iPhone 4S só usei a função telefone por 39 minutos.

Laguna_iPhone_4S_Telefone

Voltando ao iPad mini 3, segundo a Apple ele possui as mesmíssimas características físicas do iPad mini 2, então na verdade o tio Laguna está conhecendo o 2 pelo 3. A única diferença é mesmo a presença do Touch ID, sensor de impressão digital que é uma bela alternativa às senhas de desbloqueio e do iCloud. As especificações mais relevantes para os acessórios continuam as mesmas:

  • dimensões: 200 × 134,7 × 7,5 mm (A×L×E);
  • peso: 341 g (Wi-Fi + Cellular).

·  
Todas essas dimensões se traduzem em poder utilizar as mesmas películas e capas (cases) dos dois iPads mini anteriores. Ainda estou esperando a chegada das películas e case, mas suponho que minha encomenda da China ainda esteja lá em Curitiba esperando a Receita Federal liberar (ou não) para os Correios me entregarem (ou não).

Foi prevendo isso que no ato da compra do meu iPad mini 3 incluí logo a caríssima Smart Cover. Parcelando em 10 vezes junto com o tablet nem fica tão ruim.

Laguna_iPad_mini_3_Smart_Cover

Não é uma das posições que mais uso

Os ímãs prendem a Smart Cover tão firmemente ao iPad mini 3 que em teoria poderia segurar o tablet por ela. Na prática, óbvio que não recomendo segurar logo por aí, fina demais e pode até rasgar dependendo do acidente, mas a Smart Cover já me salvou o iPad de uma bela queda então já me valeu o investimento.

O tablet como videogame

Protegido pela Smart Cover temos um belo hardware:

  • tela com diagonal de 7,9 polegadas;
  • resolução 2048 × 1536, 326 pixels por polegada;
  • processador A7 dual-core (1,3 GHz) de 64 bits;
  • co-processador Apple M7 (não faço exercícios usando o iPad, mas enfim);
  • 1 GB de memória principal (RAM).

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Embora pareça datado por ser um mesmo hardware lançado em 2013, o iPad mini 3 faz muito bem o que se propõe a fazer: exibir imagens com o melhor contraste e definição possíveis dentro de suas limitações. Eu gostaria que tivesse 2 GB de RAM because future-proof, mas jogando Mega Man X, King of Fighters ou SoulCalibur não senti nenhum atraso na resposta dos controles, embora jogar numa tela capacitiva seja horrível pela ausência de resposta táctil.

Se posso recomendar um jogo para jogar no iOS é o Dragon Quest VIII:

Laguna_iPad_DQ8

Mesmo no iPhone 4S o jogo era bom e bonito, mas roda de forma tão fluida no iPad que até o desinstalei no smartphone, a Square Enix fez um excelente trabalho.

Falando em gráficos, a tela do iPad mini 3 não tem o mesmo tratamento anti-reflexivo do iPad Air 2: o display em si e o vidro touchscreen são peças separadas no tablet menor e a refração é cruel mesmo, embora somente os entusiastas e os fotógrafos mais exigentes vão perceber a diferença na prática.

Fotografia com tablet

Claro que o mini 3 é melhor em exibir fotos do que para criá-las, afinal não tem Flash (pun intended) e suas câmeras são as seguintes:

  • iSight (traseira) com abertura ƒ/2,4 e sensor de 5 megapixels;
  • FaceTime HD (frontal) com sensor de 1,2 Mp.

·  
Com a iSight, tirei as seguintes fotos durante o dia:

Óbvio que com a ajuda do Sol, qualquer fotografia fica bonita, quase sem ruídos na imagem. À noite só posso exibir algumas das menos piores:

Como a FaceTime HD serve mais para videoconferência e normalmente seria usada em ambiente fechado, então qualquer foto feita por ela serve para testar sua qualidade. Aqui vai o selfie de ponta-cabeça do meu iPhone 4S:

Laguna_iPhone_4S

Companheiro de longa data (uy, clique que talvez desvire)

É, tablets não servem para tirar fotos, só que em situações extremas acredito que possam quebrar o galho. No caso do iPad mini 3, o processador Apple A7 deve ajudar bastante no tratamento do sinal vindo da câmera mas não faz milagre mesmo usando um Photoshop Express da vida: acredito que a edição de fotos deva dar muito trabalho sem a precisão de um mouse, além de provavelmente pecar bastante em filtros e efeitos.

Produtividade com um tablet

Mesmo usando teclado físico por fora (o mesmo que uso no desktop), o tio Laguna não conseguiu usar o iPad como substituto do Pobrebook 3 para escrever textos mais longos para o blog, colocando-lhes links e editando figuras. Colocando o tablet no colo, por exemplo, fico com receio de que ele caia, algo que nunca me aconteceu com os Pobrebooks.

Laguna_iPad_mini_3_keyboard

Aliás, um mea culpa: um dos motivos pelos quais demorei tanto para publicar este texto aqui foi a tentativa de fazê-lo por completo no mini 3. Não tentarei fazer o mesmo novamente tão cedo. Invejo o Ronaldo e quem mais consiga usar um tablet como ferramenta de trabalho.

E nem me dei ao trabalho de tirar o cabo Lightning da Apple que veio com o iPad: além da bateria de 23,8 Wh durar praticamente o dia todo navegando na internê, comprei junto com o tablet e a Smart Cover um cabo Mophie de 3 m.

Laguna_iPad_Lightning_Mophie

Cabo flat (crédito: tio Laguna)

Agradeço ao amigo EudesRJ do Bicho da Maçã pela dica. O cabo Mophie, mesmo sendo comprido e fino, parece bem mais robusto que o da própria Apple e é também certificado, MFi. Comprando ou não um novo iGadget com Lightning, vou preferir comprar no futuro um adaptador Lightning para micro-USB: um carregador Android pode salvar seu dia!

Conclusão

Para o iPad ficar melhor, ele bem que poderia receber ligações sem precisar de um iPhone por perto (recurso Continuidade) e permitir apps que façam uso de telefonia como o WhatsApp. Embora o áudio dos alto-falantes seja estéreo, seria maravilhoso ter uma terceira saída de áudio no topo do aparelho para que a qualidade sonora fosse bem melhor. De qualquer forma, estou satisfeito.

O tio Laguna vê o iPad mini 3 como um aparelho de entretenimento perfeito para levar em longas viagens, vencendo ao menos o iPhone 4S nesse sentido. Com o tablet como backup de meus apps iOS e músicas no iTunes, posso inclusive pensar em mudar para o Android ao comprar um novo smartphone para substituir o iPhone. Quem sabe.

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