Emanuel Laguna 10 anos atrás
Além do “baratíssimo” iPhone 5C, a Apple apresentou ontem a sétima geração do seu smartphone topo de linha, o iPhone 5S. Ao contrário de eventos e gerações anteriores do smartphone, a empresa revelou que passará a ter dois modelos bem distintos do iPhone: enquanto o iPhone 5C será um iPhone 5 colorido e mais “barato”, o iPhone 5S recebeu belas novidades em seu hardware. Vamos à elas:
Um iPhone 5S, três opções à escolha
Philip Schiller apresenta as cores do iPhone 5S: “cinza espacial”, ouro e prata (Crédito: reprodução)
No iPhone 5S teremos três opções de cores no que tange o revestimento metálico: “cinza espacial”, ouro e prata. Esta última opção é a única com a frente e outros detalhes em vidro/plástico com a cor preta. Provavelmente o iPhone 5S dourado vai agradar usuários orientais, em especial os do Oriente Médio. Enfim, debaixo do belo capô metálico teremos o processador Apple A7, o primeiro sistema-num-só-chip (SoC) cujos dois núcleos de processamento central são 64 bits.
Apple A7, o SoC de 64 bits
Esse Apple A7 é a evolução do núcleo Swift (ARMv7) encontrado no A6, com a diferença de já usar a microarquitetura ARMv8 e talvez rodar à freqüências maiores que os supostos 1,3 GHz do “velho” A6 usado no iPhone 5 e 5C. Com os novos registradores de 64 bits, poderíamos, em teoria, rodar duas instruções de 32 bits num único ciclo de clock caso a Apple e os desenvolvedores de apps façam tal otimização que poderia inclusive poupar bateria.
Sobre o processador gráfico, teremos a G6430, uma GPU mais fenomenal que SGX 544 MP4 da mesma PowerVR, composta por quatro clusters de processamento gráfico, cada um desses núcleos bem melhor que o clássico SGX 543 utilizado no A5 (MP2, dois núcleos 543) e A6 (MP3, três núcleos 543). Para acalmar acionistas, a Apple alegou que tal GPU seria 56 vezes mais rápida que aquela que equipava o iPhone original em 2007. Ao fazer a mesma comparação com o processador central, a CPU do Apple A7 seria 2 vezes mais rápida que a do Apple A6 e esta seria 20 vezes mais rápida que a CPU do iPhone de 2007. O tio Laguna duvida que haja algum app atual que consiga rodar naquele clássico iPhone, tamanha a evolução no hardware.
Deixando a história de lado e voltando ao presente: o chip completo do Apple A7, que possui área de 102 mm², é composto por 1 bilhão de transístores e é litografado pela Samsung (sim, ela mesma) no processo HKMG de 28 nm (o A6 era litografado no processo de 32 nm). Para poupar bateria, aparentemente a Apple permanecerá no A7 com o mesmo 1 GB de DRAM do tipo LPDDR3 incorporado ao Apple A6.
O que não poupará bateria serão os jogos: Donald Mustard, da Epic Games, apresentou o terceiro jogo da franquia Infinity Blade, desenvolvido pela ChAIR Entertainment com exclusividade para a App Store e devidamente otimizado para o Apple A7.
ChAIRGAMES — Infinity Blade III Reborn Trailer
Apple M7, o co-processador de movimento
Trabalhando em conjunto com o A7, temos o Apple M7, um co-processador cujo trabalho é lidar sozinho com os dados provenientes dos sensores de movimento e evitar usar todo o poderio do Apple A7 quando possível.
Tal co-processador terá sua própria API, fazendo com que todo um conjunto de novos apps esportivos tenham maior precisão. Um app como o Nike+ Move, por exemplo, usaria o M7 e o GPS para marcar as atividades físicas durante o dia e fazer o devido geotagging sem o usuário precisar ativar o iPhone 5S.
Mesmo com a presença do M7 e do A7, a Apple diz que a autonomia do iPhone 5S será a mesma do iPhone 5: supostamente 10 horas de telefonia 3G e LTE. Ou as mesmas 10 horas de navegação Wi-Fi, 40 horas de música ou 250 horas em stand-by.
Touch ID, o leitor de impressões digitais
Atualizar o desempenho do hardware a cada novo lançamento é fácil para qualquer fabricante que se preze. Se houve algum aspecto do iPhone 5S que podemos chamar de verdadeira novidade é o sensor de impressão digital integrado no botão Home, agora rodeado por um anel metálico capacitivo e revestido por uma lente de safira. Esta digitaliza as camadas sub-epidérmicas do dedão do usuário, com precisão de 500 pontos por polegada (PPI), para ler a impressão digital e assim desbloquear o aparelho. O botão Home continua pressionável e com as mesmas funções dos iPhones anteriores, algo que pode tornar a manutenção ainda mais cara caso precise ser trocado.
O Touch ID é um recurso bastante útil para aumentar a segurança na compra de aplicativos na App Store, como também música e filmes no iTunes. O anel capacitivo que rodeia o botão Home sente a presença do dedo e este tem sua impressão digital lida em qualquer orientação, segundo a Apple. É uma bela forma de evitar decorar e usar senhas, principalmente em público. A NSA deve ter curtido a novidade, embora a Apple prometa que os dados biométricos de autenticação fiquem armazenados no próprio aparelho.
A câmera mudou? Sim e não
Apesar de permanecer capturando os mesmos 8 megapixels desde o iPhone 4S, a câmera traseira teve o sensor e conjunto de lentes melhorados: no iPhone 5S, a lente resultante possui abertura de ƒ/2,2 e cada pixel no sensor é 15 por cento maior que no iPhone 5. Essa bela combinação faz com que a iSight capture mais luz em ambientes não tão bem iluminados.
Lente nova, sensor novo e agora software novo: o iOS 7 no iPhone 5S oferecerá uma série de ajustes automáticos de balanço de branco, exposição e foco automático. Seguindo os passos do Galaxy S4, agora poderemos tirar várias fotos em seqüência e escolher a melhor. O iPhone 5S conta com um flash LED duplo, um deles sendo azulado e outro LED, amarelado (âmbar): com isso, em teoria, conseguimos um melhor ajuste no equilíbrio de cor em ambientes fechados.
Se você mantiver o obturador da iSight pressionado, a câmera pode registrar 10 fotografias por segundo no modo burst (contínuo). O iPhone 5S também ganhou um modo de gravação de vídeo 720p em câmera lenta a 120 fps e o iOS 7 continua oferecendo o mesmo modo de fotografia panorâmica com 28 megapixels, inaugurado no iOS 6. A câmera frontal Facetime continua a mesma do iPhone 5.
Outras características técnicas
O iPhone 5S não deixa de ser um iPhone 5 melhorado, então segue algumas das mesmas especificações anunciadas no aparelho do ano passado:
·
A melhor parte, o preço
Mesmo com todas essas novidades, o iPhone 5S assumirá as mesmas faixas de preço do antecessor. O lançamento do iPhone 5S será sexta-feira, dia 20 de setembro, dois dias depois da versão final do iOS 7, e a Apple promete lançá-lo em 100 países até o final do ano: o Brasil pode ou não estar incluso dentre tal centena de países ainda em 2013.
O iPhone 4 será descontinuado e, nos países com lançamento simultâneo ao dos Estados Unidos, uma versão 8 GB do velho iPhone 4S ocupará o lugar daquele como o smartphone da Apple oferecido gratuitamente atrelado a algum plano de dados. iPhone 5 não será mais comercializado ou fabricado pela Apple, morrendo prematuramente com pouco menos de um ano de idade.
Desbloqueado, o iPhone 5S terá basicamente os mesmos preços que eram praticados pela Apple no iPhone 5:
·
Nada de 128 GB, ainda.
Detalhe que o iPhone 5C de 32 GB custará o mesmo que o iPhone 5S de 16 GB. Faço a mesma pergunta que o amigo Ronaldo Gogoni: vale a pena trocar espaço de armazenamento por um aparelho melhor? O tio Laguna aqui está curioso em como essa equivalência afetaria as vendas de ambos.
Leia também: