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The Spirit of the Samurai e a beleza do Stop Motion

Trazendo belíssimos gráficos feitos em Stop Motion, The Spirit of the Samurai é um metroidvania que poderá se destacar num gênero tão concorrido

42 semanas atrás

De uns anos para cá vimos os metroidvanias tomarem o mercado de assalto. Se há dez ou 15 anos era difícil encontrar um jogo assim, hoje eles existem aos montes e embora muitos sejam exageradamente parecidos entre si, há aqueles que buscam se diferenciar. Um que promete fazer isso é o The Spirit of the Samurai, se não pela jogabilidade que entregará, ao menos pelo seu visual.

The Spirit of the Samurai

Crédito: Divulgação/Digital Mind Games

Fortemente inspirado pela mitologia japonesa, a história de The Spirit of the Samurai começará no final do século X, quando um demônio conhecido como Oni conseguiu passar por um portal que ligava o nosso mundo com o além. Trazendo consigo um exército de mortos-vivos, ele fez com que os samurais se unissem e assim teve início uma enorme batalha.

O que ajudou os samurais a terem sucesso foram os espíritos da floresta, comandados por Kitsune, um guardião que assumiu a forma de uma raposa. Porém, a vitória veio ao custo de muitas vidas perdidas e os poucos que restaram se refugiaram nas montanhas, aguardando um possível retorno do mal. Então, 200 anos depois os clãs iniciaram uma guerra entre eles, com a busca pelo poder fortalecendo os demônios.

Será neste cenário que assumires o papel de Takeshi, um descendente dos samurais que salvaram a humanidade e que durante um sonho recebe um aviso de Kitsune: Oni está voltando! Na tentativa de acabar com o demônio, o jovem samurai será derrotado e para evitar que a ameaça se alimente da energia do herói, Kitsune transferirá seu espírito para um Kodama, fazendo com que ele passe a habitar uma árvore.

Crédito: Divulgação/Digital Mind Games

A partir deste momento, Takeshi precisará recuperar seu corpo, para assim ter alguma chance de enfrentar e derrotar Oni. Nesta jornada ele terá a ajuda de Chisai, um gatinho que o acompanhava para todo lado. O detalhe é que The Spirit of the Samurai nos colocará para jogar de três maneiras diferentes: controlando o protagonista em suas formas humana e espiritual, mas também como o felino de estimação.

Portanto, o enredo tem tudo para ser um dos pontos altos do jogo, sendo que o pessoal da Digital Mind Games pretende fazer uma abordagem assustadora na ambientação. Isso pode ser visto desde a própria temática, até no visual dos cenários e monstros, o que serve como deixa para falar sobre aquilo que mais chamou minha atenção no The Spirit of the Samurai, sua direção artística.

Ao contrário do que temos visto em muitos metroidvanias criados por estúdios menores, aqui não teremos a utilização da boa e velha pixel art. Para produzir o jogo, os desenvolvedores optaram por uma técnica de animação que considero entre as mais fascinantes, o Stop Motion.

Embora o estilo seja utilizado no cinema há muitas décadas, ele nunca foi muito comum nos videogames e a julgar pelos vídeos que a Digital Mind Games tem divulgado, eles possuem total controle sobre a técnica. Isso provavelmente se deve ao fato de a empresa ter nascido como um estúdio de animação, mas o fato é que o nível de detalhes e fluidez que eles já alcançaram impressiona.

Ver o The Spirit of the Samurai em movimento me fez pensar em como eu adoraria que mais jogos fossem criados desta maneira, já que eles acabariam entregando um estilo visual único, bem diferente de tudo o que temos no mercado.

Talvez a minha memória esteja me traindo, mas o primeiro título feito assim que lembro de ter jogado foi o ClayFighters, no Super Nintendo. Mesmo nunca tendo gostado da sua jogabilidade, achava muito legal o estilo visual daqueles lutadores e só muitos anos depois que eu veria o Stop Motion sendo aproveitado em outras obras.

Para quem se interessa pelo estilo, algumas boas indicações (pelo menos no que se refere aos gráficos) são: Derrick the Deathfin, Lumino City, The Dark Eye, The Neverhood, The Dream Machine, Papetura e Armikrog. Já entre o que ainda está por vir, vale a pena ficar de olho no belíssimo Vokabulantis.

Quanto ao The Spirit of the Samurai, ainda é cedo para sabermos se ele conseguirá ser mais do que apenas um rostinho bonito entre os metroidvanias. A promessa é de que sua jogabilidade entregue combates rápidos e suaves, com a sequência de combos que realizaremos podendo ser editada no menu, o que deverá nos permitir que utilizar estilos diferentes.

Outro ponto que me interessou foi na parte de inteligência artificial dos inimigos. Segundo a Digital Mind Games, eles se comportarão de maneiras distintas em cada partida, o que fará com que seja difícil prever os movimentos de ataque e defesa, com os jogadores tendo que pensar muito bem em como agir.

Para ser sincero, sempre desconfio um pouco desse tipo de coisa, pois no fim das contas acabamos tendo apenas os monstros realizando movimentos coreografados como em qualquer jogo. Porém, espero estar errado aqui e esse metroidvania realmente se mostre bem mais desafiador que o normal.

Ainda sem uma data prevista para o seu lançamento, o que sabemos por enquanto é que o The Spirit of the Samurai chegará inicialmente ao PC, com versões para consoles podendo aparecer depois, dependendo da demanda. Até lá, resta torcer para que o jogo seja divertido, pois não gostaria de ter que encará-lo apenas devido seu belo visual.

PS: maldição, agora eu quero um Metroid feito desta forma.

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