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Embracer Group criará “arca” para a preservação de games

Batizada como Embracer Games Archive, iniciativa do Embracer Group quer reunir pelo menos uma unidade de cada jogo, console ou acessório já produzido

2 anos atrás

Com mais de 50 anos de história, é inegável que a indústria de games tenha conseguido se firmar como uma das principais do entretenimento. Mesmo assim, entre os muitos desafios que ela enfrenta, a preservação de sua história certamente está entre os maiores. Iniciativas como o Video Game History Foundation tem buscado reverter esse quadro e uma empresa que está dedicada a contribuir para manter o passado vivo é a Embracer Group.

Crédito: Divulgação/Embracer Group

Para alcançar esse objetivo, o conglomerado criou o Embracer Games Archive, um espaço localizado na cidade de Karlstad, Suécia, onde o projeto pretende reunir a maior quantidade possível de material relacionado a jogos. Dos primeiros títulos até os lançados para as plataformas mais modernas, a ideia é criar o maior acervo do planeta.

Comandado por David Boström, que responderá como CEO da iniciativa, o "museu" ainda se encontra em estágio inicial de montagem, mas eles já conseguiram mais de 50 mil itens. Agora, o objetivo é aproveitar os engenheiros, arquivistas e pesquisadores que já foram contratados para começar a catalogar esse material.

“Imagine um espaço onde todos os videogames físicos, consoles e acessórios estão reunidos no mesmo lugar,” afirmou Boström. “Pense sobre o quanto isso pode significar para a cultura dos games e permitir a pesquisa de jogos [...] No Embracer Games Archive, acreditamos que os games carregam uma herança que vale a pena ser celebrada e protegê-la para o futuro.”

Hoje o acervo adquirido pelo Embracer Group ainda não está disponível ao público, mas a ideia é tornar este acesso possível, seja através de visitas locais, seja por exibições via satélite. Além disso, os idealizadores do projeto esperam criar uma rede para a colaboração com outros museus e instituições, podendo assim ajudar pesquisadores e jornalistas.

Até lá, o grupo seguirá adquirindo coleções que tenham itens que eles ainda não possuem. Embora o Embracer Games Archive ainda não tenha criado uma lista com o que procuram, quem tiver interesse em vender seus itens podem entrar em contato através do email [email protected], fornecendo fotos, a lista de objetos disponíveis e o valor que está pedindo por eles.

Algumas pessoas poderão estranhar uma iniciativa como essa falando em comprar itens, mas é aí que entra algo que poderá diferenciar o museu de todos os outros: o dinheiro. Apesar de o nome Embracer Group só ter caído no conhecimento de boa parte do público nas últimas semanas, quando ele comprou os estúdios ocidentais da Square Enix, este é um conglomerado que vem se tornando cada vez maior.

David Boström no acervo do Embracer Games Archive (Crédito: Divulgação/Embracer Group)

Fundada em 2011 por Lars Wingefors, com o nome Nordic Games Licensing, a companhia deu seus primeiros passos adquirindo a JoWooD Entertainment. Dois anos depois eles enxergaram uma ótima oportunidade quando a THQ foi à falência, comprando várias propriedades intelectuais da desenvolvedora.

Após se reorganizar e começar a explorar algumas dessas marcas, em 2016 chegou a vez deles mudarem o nome para THQ Nordic. Aquilo não impediu que novas aquisições fossem feitas e entre as editoras que passariam a lhes responder estava a Koch Media Holding e a Coffee Stain Holding. Porém, eles precisavam indicar a existência de um conglomerado por trás de tantos estúdios e assim nasceu o Embrace Group.

De lá para cá, muitas outras aquisições aconteceram, com destaque para a Gearbox Entertainment e a Dark Horse Media. Contudo, hoje a companhia também controla estúdios como o Aspyr, 3D Realms, Volition, Milestone, Bugbear Entertainment, Free Radical, Piranha Games e muitos, muitos outros.

Como lendo meras palavras pode ser difícil entender o tamanho que o Embracer Group adquiriu em pouco mais de uma década, o gráfico abaixo serve para ilustrar a situação. Quando vista ao lado de gigantes como Sony, Microsoft ou até mesmo a Tecent, é possível perceber quantas subsidiárias eles possuem.

Embracer Group

O Embracer Group comparado a outras gigantes (Crédito: Reprodução/Reenskoug MMXXII)

Portanto, deverá ser graças a essa montanha de dinheiro que o Embracer Games Archive poderá montar o maior acervo de jogos do planeta. Infelizmente, sabemos que por se tratar de uma iniciativa privada, é possível que o acesso a esse material seja bastante restrito, mas quero ser o mais otimista possível me relação ao projeto.

Com tantos títulos desaparecendo atualmente simplesmente por funcionarem apenas online, considero extremamente benéfica qualquer iniciativa que vise preservar os jogos que existem fisicamente. Desde que uma coleção como esta não sirva apenas para satisfazer o ego de um seleto grupo de abastados, é importante que elas saiam do papel, fazendo com que o passado dos games não tenha que depender apenas da emulação.

Obviamente, o ideal seria que tais acervos fossem abertos ao grande público, permitindo que qualquer pessoa pudesse conhecer os clássicos que ajudaram a formar essa indústria. Porém, sei que isso pode não passar de um sonho de alguém que cresceu experimentando muitas dessas obras e que teme que elas sejam perdidas com o tempo.

Fonte: Gamespot

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