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Embracer Group: você ainda ouvirá falar muito sobre ele

Embracer Group promete 31 jogos de grande porte para os próximos cinco anos, sendo alguns da Crystal Dynamics/Eidos-Montréal e vários O Senhor dos Anéis

1 ano atrás

Activision, Electronic Arts, Ubisoft, Nintendo, Micrososft, Sony e até a Tencent... Quando pensamos nas gigantes do mundo dos games, normalmente esses são os primeiros nomes que nos vem à mente, mas há outra empresa que tem se esforçando bastante para entrar no grupinho das maiores. O seu nome? Embracer Group.

Embracer Group

Apenas algumas propriedades do Embracer Group (Crédito: Dori Prata/Meio Bit)

Para entender como esse conglomerado se tornou tão grande, é preciso conhecer um pouco da história do seu fundador, o sueco Lars Wingefors. Um empreendedor nato, com apenas 13 anos ele criou a LW Comics, empresa que comprava e vendia revistas em quadrinhos usadas, tendo chegado a faturar cerca de US$ 28,5 mil por ano com ela.

Já aos 16 Wingefors enxergou que algo parecido poderia ser feito com jogos eletrônicos e para explorar o mercado de usados, fundou a Nordic Games. A aposta rapidamente deu retorno, com o faturamento anual alcançando impressionantes US$ 475 mil já no primeiro ano. O sucesso foi tão grande que a marca se transformou numa rede de lojas, mas no final dos anos 90 ela acabaria perdendo força.

Embora alguns especialistas tivessem aconselhado o empresário a procurar investimento externo, o sueco preferiu vender a franquia para a rede Game, que vinha abocanhando várias revendas na Europa. O que o seu fundador talvez não imaginasse era que a marca voltaria às suas mãos em 2000, após os compradores passarem por dificuldades financeiras. Num negócio puramente simbólico, onde a Nordic Game foi adquirida por menos de US$ 0,10 (sim, dez centavos!), Wingefors estava novamente no comando.

Naquela nova etapa a companhia se dedicaria apenas a jogos novos, mas mesmo com a ajuda de investidores, quatro anos depois o negócio foi a falência. Restava ao fundador colocar o dinheiro que lhe restava numa nova empresa, a Game Outlet Europe e agora o objetivo seria adquirir estoques parados de grandes editoras, reembalar os jogos e vendê-los em mercados periféricos.

Crédito: Reprodução/Embracer Group

Aos poucos aquela aposta mostraria resultado e em 2007 nascia a Nordic Games Publishing, mas ao invés de apenas vender jogos, ela investiria na criação de títulos que pudessem ocupar possíveis vácuos deixados pelas gigantes. Isso incluía, por exemplo, um jogo de karaokê para os Wii chamado We Sing, que em 2009 os ajudou a alcançar um faturamento de US$ 4,7 milhões. No ano seguinte a previsão de faturamento passou a ser de mais de US$ 19 milhões!

Cientes do tamanho que haviam adquirido, ele e seus sócios decidiram separar as empresas e criaram a Nordic Games Holding, companhia que se expandiria internacionalmente ao adquirir “os restos” de empresas falidas. A primeira a ser absorvida foi a JoWooD Entertainment, mas Wingefors chamaria mesmo a atenção do mundo ao arrematar os espólios da THQ. Foi a partir dali que suas intenções de ganhar o mundo ficaram evidentes.

Vários anos (e aquisições) depois, o conglomerado que vinha sendo chamado de THQ Nordic foi rebatizada como Embracer Group e hoje ela tem sob o seu controle 132 estúdios, que empregam mais de 15.700 pessoas. Entre eles podemos citar a Deep Silver, Volition, THQ Nordic, Bugbear Entertainment, Saber Interactive, Gearbox Entertainment, Piranha Bytes, 3D Realms, Free Radical, Crystal Dynamics e Eidos-Montréal.

Embracer Group

O impressionante tamanho do Embracer Group (Crédito: Reprodução/Reenskoug MMXXII)

A promessa dos 31 jogos de grande porte

Pois é justamente da Crystal Dynamics e da Eidos-Montréal que os fãs esperam mais, afinal, com a compra desses estúdios junto a Square Enix o Embracer Group garantiu algumas marcas poderosíssimas, como Tomb Raider, Legacy of Kain, Deus Ex e Thief. E segundo uma apresentação feita por Lars Wingefors a investidores, a expectativa é de que até 2028 essas desenvolvedoras coloquem cinco jogos AAA no mercado.

De acordo com o executivo, os projetos classificados assim são aqueles que contam com mais de 100 funcionários no ápice des seus desenvolvimentos, além de receberem um investimento pesado na divulgação. Por fim, esses jogos precisam vender pelo menos dois milhões de cópias.

Embora ainda faltem detalhes sobre os projetos que estão sendo tocados no momento, o que sabemos é a existência de um novo Tomb Raider que será publicado pela Amazon; um Deus Ex que ainda se encontra em estágio bastante inicial de produção; e um Perfect Dark, este criado através de uma parceria entre a Crystal Dynamics e a The Initiative, da Microsoft.

A volta de Joanna Dark (Crédito: Divulgação/Crystal Dynamics/The Initiative)

Considerando que nos cinco anos passados as duas desenvolvedoras do Embracer Group só lançaram três títulos de grande porte (Shadow of the Tomb Raider, Marvel’s Avengers e Marvel’s Guardians of the Galaxy), este parece um salto e tanto, mas nem de longe é o número do conglomerado que mais impressiona.

Isso porque, segundo Wingefors, até 2028 eles esperam lançar 31 jogos classificados como AAA, sendo 11 produzidos Saber Interactive, oito pela Gearbox Entertainment, seis pela Plaion e mais um pela THQ Nordic — além dos cinco citados anteriormente.

De todos esses projetos, 17 já se encontrariam em fase de produção total e se tudo correr bem, pelo menos sete deverão ser lançados até o fim de março de 2024. Porém, apenas seis de todos os projetos foram anunciados até o momento.

Uma chuva de O Senhor dos Anéis

Crédito: Divulgação/Daedalic

Entre esses títulos que estão por vir, chama a atenção o fato de que cinco deles serão baseados numa das marcas mais poderosas do entretenimento, a The Lord of the Rings. Sim, pode ser difícil de acreditar, mas até 2025 o Embracer Group lançará quase meia dúzia de jogos que se passarão na Terra-Média e desses, um permanece sendo um mistério.

A especulação por enquanto é de que o jogo não anunciado seria uma adaptação para consoles do MMO The Lord of the Rings: Online, embora algo inédito não possa ser descartado. Quanto aos outros títulos, espera-se que sejam o The Lord of the Rings: Gollum, que está sendo feito pela Daedalic; o The Lord of the Rings: Heroes of Middle-earth, jogo mobile da EA; o The Lord of the Rings: Return to Moria, produzido pela Free Range Games; e por fim, um jogo cujo nome ainda não foi divulgado e que está nas mãos da Weta Workshop e da Private Division.

Mesmo sabendo que quantidade não é sinônimo de qualidade, os próximos anos parecem bastante promissores não só para os fãs de O Senhor dos Anéis, mas para todos que se interessam por algum dos muitos estúdios pertencentes ao Embracer Group. E se neste processo o conglomerado conseguir publicar alguns bons títulos, provavelmente ele se tornará ainda maior do que já é.

Fonte: Wccftech

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