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Namco critica Epic Store e serviços de assinatura de jogos

Segundo executivo da Bandai Namco, apesar do potencial de atrair mais jogadores, a Epic Store e os serviços de assinatura de jogos são uma ameaça.

5 anos atrás

O modelo de negócios para os games está em constante evolução e se até outro dia a moda era criar títulos para serem distribuídos gratuitamente, hoje a tendência é as empresas lançarem seus próprios serviços de assinatura de jogos. Electronic Arts, Microsoft, Ubisoft… Parece que todo mundo quer ter o seu “Netflix dos games”, mas na opinião da Bandai Namco, isso é algo um tanto perigoso.

Ao conceder uma entrevista o site MCV, o vice-presidente de marketing da divisão europeia da editora, Hervé Hoerdt, comentou sobre o risco em disponibilizar seus jogos em serviços assim:

[Os serviços de] assinatura são mais como uma ameaça, com certeza. Porque o modelo de negócios por trás das assinaturas serão baseados em duas coisas: o número de horas jogadas no seu game comparado com o total de horas que as pessoas jogaram, e o número de games jogados comparado com o total de número de jogos. Então, na cadeia de valores, vemos muito em cascata e o valor no final é muito baixo para sermos capazes de continuarmos investindo em conteúdo.”

O executivo também aproveitou para descartar qualquer possibilidade de por enquanto os títulos da Bandai Namco passarem a ser vendidos na Epic Games Store. O motivo? A agressiva e tão criticada política de exclusividade que vem sendo adota pela loja.

Para ser honesto, é uma oportunidade, é claro. Estamos nadando na mesma piscina há anos e esta piscina é feita por 200, 300 milhões de pessoas e obviamente a visão de sermos capazes de chegar a 2 bilhões amanhã é muito empolgante […] As pessoas acreditam que o mercado de games se tornará ainda maior, então vemos isso como uma oportunidade e uma maneira de atrair mais consumidores.

O principal foco para nós são os consumidores e a marca, e para cada marca decidimos qual a melhor maneira de satisfazer o consumidor e engajar a maior audiência possível. Então por exemplo, eu não vejo motivo para colocar o Tekken 7 na Epic Store. A Epic é apenas mais uma loja. É fantástica, eles possuem muita força e bastante usuários, o modelo de negócios é atraente para nós por ser mais lucrativo, mas ainda assim, o interesse deles, se eu estiver correto, é na exclusividade e esta não é a nossa visão. Nós queremos que o nosso conteúdo esteja disponível para a maior quantidade de fãs possíveis. Eu não acho que negociaremos com a Epic num curto prazo, mas é claro, se eles estiverem abertos, iremos para lá.

No caso da Epic Store acho que se trata de uma estratégia da empresa, que como foi dito, quer fazer com que seus jogos cheguem a maior quantidade de pessoas. Já em relação a oferecer suas criações em serviços como o Xbox Game Pass ou até lançar um próprio, Hoerdt tocou num ponto interessante para o qual muita vezes não damos importância.

É claro que ter acesso a uma grande quantidade de jogos pagando uma pequena mensalidade é algo que chama a nossa atenção, mas você já parou para pensar quanto uma desenvolvedora ganha por colocar seus jogos em um serviço como esse? Eu nem vou entrar no mérito da Microsoft, que vive oferecendo o Game Pass quase de graça e evidentemente está subsidiando essa brincadeira, mas quanto uma empresa lucra por ter seu título Google Stadia no EA Access ou no Uplay Plus?

Sem que os números sejam revelados, só podemos especular, mas mesmo torcendo para que isso não aconteça, ultimamente tenho desconfiado que da maneira como existe atualmente, os serviços de assinatura de jogos fazem parte de uma bolha que não demorará muito para estourar.

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