Carlos Cardoso 6 anos e meio atrás
Assim como a Federação Unida dos Planetas, a NASA tem uma Primeira-Diretriz de não-interferência. Diria eu que são absolutamente nazistas em prevenir qualquer tipo de contaminação. Há um medo tão grande, de que as sondas jovianas contaminem com micro-organismos terrestres as Luas de Júpiter, que a Juno sequer foi autorizada a se aproximar de Europa.
As chances são mínimas de que algo sobreviva a meses de exposição ao campo radioativo de Júpiter, mas na dúvida…
Robôs como o Curiosity são esterilizados o máximo possível e mesmo assim é sempre controverso enviar esses equipamentos para Marte. Teme-se que caso haja um frágil ecossistema por lá, ele não resista a uma invasão de micróbios terrestres.
Muitos cientistas defendem que caso seja detectada uma forma de vida marciana, mesmo que bacteriana, o planeta seja colocado em quarentena. Muitos cientistas discordam. Elon Musk também. Durante uma coletiva ele declarou que não está preocupado com vida bacteriana em Marte, que sequer foi detectada. “O planeta que temos que proteger é a Terra”.
O conceito é interessante, é bonito, mas sejamos realistas: Marte teve sua chance, hoje é um planeta morto, no máximo moribundo. Mesmo que existam formas de vida se agarrando à existência, alguns metros abaixo da superfície, estão adiando o inevitável.
As bactérias não precisam mais de Marte, nós precisamos. E Marte precisa de nós. Somos a única espécie capaz de restaurar sua antiga glória. Terraformar o planeta levará séculos e custará uma fortuna, felizmente temos as duas coisas. E se alguém achar que um planeta deserto e sem vida é melhor do que uma segunda Terra, só podemos lamentar.