Emanuel Laguna 8 anos atrás
O tio Laguna não gosta nenhum pouco da ausência da Advanced Micro Devices (AMD) no segmento de laptops e tablets x86. Estou muito satisfeito com o meu Pobrebook 3 (um Acer V5 11,6″ com AMD E1), mas é complicado ver que a maioria dos novos computadores portáteis utilizam processadores da Integrated Electronics (Intel).
Para tentar mudar tal panorama, a AMD anunciou anteontem (02/06) na Computex 2015 a sexta geração de APUs, codinome “Carrizo”. A ideia é concorrer contra a Intel no segmento de notebooks e outros PCs portáteis na faixa de preços entre 400 a 700 dólares na civilização, cujas estimativas são de serem responsáveis por 38 por cento das vendas mundiais de laptops em 2015.
Os processadores AMD “Carrizo” serão voltados para notebooks bons e baratos (crédito: Hexus)
As APUs Carrizo combinam 4 núcleos de processamento central x86 da nova arquitetura “Excavator” (última revisão da família Bulldozer) com 8 núcleos de computação Graphics Core Next (GCN) 1.2 (cada um com 64 SP, totalizando 512 streaming processors), combinados numa única pastilha de silício (die) litografada no processo de 28 nm.
O objetivo é oferecer bom desempenho em games mesmo em máquinas mais baratas que os concorrentes. Eu acredito: o meu Pobrebook 3 custou R$ 729 mas roda Final Fantasy XIII em 720p a 30 fps com um processador AMD (Kabini) que, em teoria, possui apenas 15,63% da potência daquele que integra o PlayStation 4 (a arquitetura de ambos os processadores é a mesma, Jaguar, de 2013).
O que melhorou?
Mesmo litografada em antigo processo de 28 nm, a APU com o Excavator possui maior densidade de transistores que a Steamroller (crédito: Tom's Hardware)
Serão lançadas 3 linhas de APU com a tecnologia Carrizo: A8, A10 e uma versão mobile dos processadores FX. No desktop, os processadores AMD FX são aqueles que permitem generosos overclocks e não possuem nenhuma GPU. Tenho curiosidade sobre como seria uma APU AMD FX em notebook.
Cada núcleo físico da CPU Excavator possui 32 kB de cache L1, o dobro em relação à geração anterior (Steamroller). Com um total de 128 kB de cache L1 e um melhor Branch Prediction, de acordo com a AMD teremos um desempenho de 4 a 15% maior em instruções por clock (IPC) na CPU Excavator da APU Carrizo, em comparação com os núcleos Steamroller nas APUs Kaveri. Isso ajudará no desempenho da HSA — Heterogeneous Systems Architecture.
Núcleo central Excavator, máximo controle sobre o consumo elétrico e temperatura (crédito: Tom's Hardware)
As APUs anunciadas têm um TDP máximo de 15 watts e incluem no hardware da GPU (sob a marca Unified Video Decoder, no caso temos o UVD6) um decodificador HEVC (h265), que é o codec padrão do Ultra HD Blu-ray (4K). Isso significa que vídeos em 4K não gastarão mais bateria do dispositivo do que as GPUs mobile anteriores quando aquelas rodavam vídeos 1080p.
AMD FreeSync, a tecnologia para evitar frames cortados (crédito: Tom's Hardware)
Os processadores Carrizo terão pleno suporte ao DirectX 12, TrustZone e possuem acesso dual-channel à memória principal (RAM) do tipo DDR3 a até 2.133 MHz. Além disso, as novas APUs AMD apresentam o concorrente do nVidia G-Sync, o AMD FreeSync. O AMD FreeSync é uma tecnologia livre e gratuita que sincroniza a taxa de atualização do monitor com a que sai da GPU, evitando o tearing sem hardware adicional.
Os primeiros produtos com as APUs AMD “Carrizo” estão previstos para chegarem ao mercado no final do mês, através de notebooks e outros portáteis das parceiras Asus, Acer, HP, Lenovo e Toshiba.
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