Dori Prata 8 anos atrás
2014 provavelmente será lembrado por muito tempo como o ano em que vimos uma enxurrada de lançamentos de jogos inacabados. DriveClub, Halo: The Master Chief Collection, Assassin's Creed: Unity… Porém, a virada de ano não parece ter sido o suficiente para nos livrarmos dessa praga, já que o mais recente título a ser adicionado a esta lista é o H1Z1 (e imagino que não será o único).
Disponibilizado recentemente no Steam como em “Acesso Antecipado”, o MMO da Sony Online Entertainment surgiu como uma bela promessa, mas logo muitas pessoas começaram a reclamar de problemas técnicos e principalmente, de algumas decisões equivocadas por parte da desenvolvedora.
Para começar, vários jogadores relataram sérias dificuldades para entrar nos servidores, espera que em muitos casos passou de 10 horas, o que é inadmissível mesmo em se tratando de uma versão preliminar e isso acaba sendo bastante agravado se considerarmos que essas pessoas pagaram para jogar algo que daqui a alguns meses deverá ser disponibilizado gratuitamente.
No entanto, o que realmente irritou muitos compradores foi o modelo de microtransações adotado pelo SOE, o famoso pay-to-win. Isso acontece porque a qualquer momento podemos adquirir — com dinheiro real — suprimentos que serão entregues por um avião, com a possibilidade de ganharmos armas e equipamentos mais poderosos.
Vendido como um jogo de sobrevivência em um mundo devastado por um vírus que transforma os humanos em zumbis, esse recurso evidentemente tira muito da imersão que o jogo poderia oferecer, com a situação ficando ainda pior quando nos lembramos que o presidente da desenvolvedora afirmou que o título só contaria com a venda de itens cosméticos.
Em sua defesa, John Smedley disse que as mudanças nos planos havia sido anunciada há algum tempo e que no site do jogo existe esta informação, mas fico com a sensação de que isso é uma tremenda piada, já que ela deveria estar na página do Steam, bem clara para que todos pudessem ver.
Enfim, percebendo que as reclamações estavam ficando mais forte, a SOE tomou algumas medidas para tornar a vantagem menos impactante, como aumentar o tempo que o avião com a carga demorará para chegar, diminuir a chance de encontrarmos armas e fazer com que os suprimentos caiam num raio de até 700 m de onde o jogador estiver. Além disso, o executivo anunciou que os insatisfeitos poderão pedir o reembolso do valor pago pelo H1Z1, o que poderá ser feito até hoje (19).
É preciso tomarmos cuidado com as críticas em relação a um jogo com acesso antecipado, mas isso não nos impede de perceber que o início do MMO foi muito ruim, especialmente quando se trata da maneira como seus criadores esperam lucrar com ele. Felizmente o estúdio se dispôs rapidamente a tentar agradar os insatisfeitos, mas por outro lado, essa postura indica que eles não deverá abandonar o modelo pay-to-win, o que em um jogo do gênero pode ser uma péssima decisão.