Emanuel Laguna 9 anos atrás
Desde o Tegra 1, SoC ARM lançado lá em 2008 pela nVidia exclusivamente para dispositivos com Windows Mobile, que o tio Laguna aqui nunca botou fé na investida mobile da camaleão de Santa Clara: com o fracasso do Windows Mobile (Zune who?) e de aparelhos como o KIN, a nVidia preferiu deixar de fazer hardware exclusivo para a Microsoft, trilhando o próprio caminho pelo submundo do Android.
Aí vieram as aberrações conhecidas como Tegra 2 e Tegra 3, que embora tivessem novidades técnicas bem interessantes para as respectivas épocas, pecavam justamente na parte onde a nVidia era especialista nos desktops: o processador gráfico. Embora no papel e no marketing os Tegra 2 e 3 fossem fantásticos, Qualcomm e Apple desciam-lhes a surra sem dó nem piedade com processadores contemporâneos que deveriam ser inferiores. Até prometi fazer texto sobre tais Tegra, mas eram SoCs tão ridículos que não vi necessidade: basta ter bom senso.
Enfim, aí veio o Tegra 4, com a proposta de ser um hardware honesto num preço modesto: a nVidia aparentemente viu que não conseguiria bater monstros consagrados no mundo mobile e resolveu comer pelas beiradas, fazendo diversas melhorias reais no hardware e evitando o estardalhaço ridículo do marketing irresponsável das gerações anteriores. Com um adicional: desenvolver um console próprio, o Shield, se aproveitando da boa ideia de quinquilharias Android como o Ouya.
E agora temos um chip ARM aparentemente muito bom vindo da nVidia, o Tegra K1.
Jen-Hsun Huang, CEO da nVidia, apresenta o Tegra K1 na CES 2014 (Crédito: The Verge)
Hoje, na CES 2014, o CEO da nVidia Jen-Hsun Huang revelou o mais recente processador móvel da camaleão verde. Surpreendentemente, em vez de adotar Tegra 5 como nome, a empresa preferiu não fazer uma seqüência linear, justamente para reforçar que o novo chip atenderá os “super-smartphones” com um descomunal poder computacional a um gasto de energia mínimo.
A nVidia promete aqui um Tegra K1 cuja GPU terá 192 núcleos CUDA mobile (o Tegra 4 tem 72) e o SoC não somente estaria equipando smartphones e tablets Android, como também televisores 4k, consoles como Shield 2 e automóveis como os da Audi!
Com o Tegra K1, a nVidia promete bater os gráficos do PlayStation 3 e XBox 360 com um consumo de apenas 5 watts-hora. Supondo que se um iPhone 5S (ou o parrudo Galaxy S4) fossem equipados com tal chip, a bateria sumiria em uma hora (e meia) de jogo, tal consumo deve ser de um modelo high-end do Tegra K1 que atenda aparelhos que raramente sairão da tomada ou equipamentos com baterias bem maiores que as de smartphone. De cara, o Tegra K1 terá dois modelos principais com a mesma GPU de 192 núcleos gráficos:
Modelos do Tegra K1 (Crédito: Anandtech)
Uma versão do Tegra K1 usará basicamente os mesmos processadores centrais do Tegra 4, ou seja, quatro CPUs ARM Cortex A15 (e uma pequena CPU Cortex A7) podem rodar a uma freqüência de até 2,3 GHz. A outra versão do novo SoC da nVidia usa no processamento central dois núcleos ARM de 64 bits (codinome Denver) customizados pela própria camaleão verde (podendo chegar aos 2,5 GHz), a primeira criação original da empresa em processadores centrais de qualquer espécie.
Será que a CPU do Tegra K1 conseguirá bater o Apple A7?
Bom, vou preferir esperar os benchmarks feitos em hardware real (Android precisa de supercomputador para rodar liso) mas já digo que a GPU mobile da nVidia parece bastante promissora. Se vai cumprir o que foi apresentado na CES 2014 é outra história…
Ao menos no marketing, a camaleão verde foi bem criativa desta vez. 🙂 😆