Carlos Cardoso 9 anos atrás
Todo mundo está de olho no mercado automotivo. Microsoft, Apple e agora Google. Cada um com uma proposta diferente.
A Microsoft vende integração profunda de hardware, o Google quer desenvolver junto com a Audi equipamentos específicos rodando Android e a Apple oferece carros compatíveis com iOS e Siri.
O Google é o mais novato dos três, mas tem parceiros fortes, como a nVidia. Mesmo assim, a proposta em si é conservadora como a da concorrência. Vêem o Android como centro de um sistema de navegação e entretenimento, o que é legal e tals mas não é o que realmente queremos.
Nossos carros são uma contradição. Centenas de processadores, mais linhas de código do que um F22 (isso não é um exagero) e mesmo assim são burros como uma porta. É ótimo o controle de tração fazer mágica e evitar que você caia de um despenhadeiro, mas tente fazer uma ligação com comando de voz e ele já se enrola.
O carro não consegue dizer se a gente vai se atrasar e oferecer pra chamar a pessoa que vamos visitar ao telefone pra avisar. Que dirá coisas complexas como ver que vai chover, verificar que o reservatório de água do lavador está baixo e pedir pra você completar.
Todo mundo está vendo essa integração como se o carro fosse um dock para o smartphone, quando poderia ser muito mais. Queremos o KITT, não a SIRI. Queremos as conveniências do dia-a-dia que temos nos celulares, transplantadas pro automóvel. Não é preciso que o carro tenha a voz do Val Kilmer e passe no Teste de Turing, mas seria bom se ele me lembrasse que o tanque está baixo e eu tenho uma viagem no dia seguinte bem cedo.
E não, não considero “envie um tweet” como uma função revolucionária de um sistema embarcado.
Fonte: WSJ.