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LPCAMM: nova RAM da Samsung traz 128 GB DDR5 a 7,5 Gb/s

Novo padrão de memória RAM LPCAMM da Samsung oferece mais desempenho em 60% menos espaço que um pente SO-DIMM

23 semanas atrás

Na última terça-feira (26), a Samsung anunciou ter concluído o desenvolvimento de seus novos módulos de memória RAM LPCAMM (Low Power Compression Attached Memory Module, ou Módulo Anexado de Memória Comprimida de Baixo Consumo Energético), que aplica o conceito das memórias LPDDR a uma espécie de fork do padrão CAMM, apresentado pela Dell recentemente.

Enquanto o Dell CAMM caminha (a passos lentos) para se tornar padrão em laptops para o DDR6, a Samsung acredita que sua abordagem, focada em melhor eficiência energética, enquanto não perde o foco de mais RAM e mais rápida, pode ser usada tanto em notebooks e desktops, quanto em datacenters.

Memórias LPCAMM devem chegar em 2024, com suporte apenas a processadores Intel em um primeiro momento (Crédito: Divulgação/Samsung)

Memórias LPCAMM devem chegar em 2024, com suporte apenas a processadores Intel em um primeiro momento (Crédito: Divulgação/Samsung)

A abordagem da Samsung para com suas novas memórias vai pela tangente da evolução do setor, focado primariamente em aumentar a densidade do SDRAMM, para acomodar cada vez mais RAM no mesmo espaço. A frequência também é um fator-chave, enquanto outros elementos, como espaço ocupado, principalmente em laptops, e a eficiência energética, ficavam em segundo plano.

O padrão DDR5 foi o primeiro a abordar o problema da tensão energética, os pentes vêm com um regulador integrado, que dispensa sua inclusão nas placas-mãe, enquanto os valores mínimos e máximos foram levemente reduzidos. Por um lado, esse design favoreceu as OEMs, pois podem desenvolver placas mais baratas, mas por outro, o custo do regulador foi transferido para o consumidor; um pente DDR5 é bem mais caro que um DDR4.

De qualquer forma, há uma noção de que o atual desenvolvimento das memórias RAM estagnou, principalmente pela aderência ao formato DIMM e SO-DIMM em desktops e laptops, respectivamente. A Dell, com sua proposta da memória CAMM, afirma que o formato já deu o que tinha que dar, e não é fisicamente capaz de atender a demanda do DDR6, quanto este está sendo preparado para lidar com tecnologias de ponta, como o 5G.

A JEDEC, o consórcio que rege os padrões para o mercado de memórias de estado sólido, concorda, e preliminarmente elegeu o CAMM como o formato padrão a ser adotado pela indústria com as memórias RAM DDR6, ao menos em laptops, mas desde o anúncio original, não se ouviu mais nenhum "a" a respeito; para a Samsung, seu LPCAMM é "o passo seguinte" do formato, com melhorias significativas em diversos pontos.

Primeiro, a densidade. Assim como o CAMM, o LPCAMM será impresso em pentes de 32, 64 e 128 GB, mas ocupando muito menos espaço. Uma unidade responde por apenas 60% do tamanho de um pente SO-DIMM, e é desenvolvido com suporte a dual-channel. Não obstante, ele chegaria voltado ao mercado atual, com suporte a DDR5.

A conexão do pente LPCAMM é similar à do CAMM, e a proximidade dele com os chips SDRAM reduz o percurso de informações e energia, aumentando o desempenho em até 50%, quando comparado com um SO-DIMM.

Memória LPCAMM é mais eficiente e ocupa menos espaço (Crédito: Divulgação/Samsung)

Memória LPCAMM é mais eficiente e ocupa menos espaço (Crédito: Divulgação/Samsung)

A eficiência energética melhorou em 70% em relação aos pentes DDR5 hoje disponíveis, e alcançam uma velocidade (teórica) na transferência de dados de até 7,5 Gb/s. A Samsung não revelou a frequência de suas novas memórias, medida em megahertz (MHz); a título de comparação, pentes DIMM e SO-DIMM hoje trabalham entre 4.800 e 9.600 MHz, mas como o padrão já foi estabelecido, é provável que estes números não mudem.

Claro, há alguns pormenores. Primeiro, a Samsung homologou o LPCAMM apenas para processadores Intel, não há nenhuma menção de que as memórias venham no futuro a funcionar com componentes da AMD. Claro que seria muita tolice ignorar a linha Ryzen 7000, que só aceita DDR5, mas num primeiro momento, a rival do outro lado será inicialmente favorecida. Obviamente, designs de SoCs de fabricantes como Apple e Qualcomm dispensam pentes adicionais, por trazerem tudo integrado.

Segundo, o design do LPCAMM permite às OEMs decidirem como irão implementar as memórias em seus produtos, e nada as proíbe de as soldarem diretamente na placa-mãe, eliminando a opção de expansão por parte do usuário, ou a limitando grandemente.

A Samsung acredita que, embora o LPCAMM possa representar um ganho significativo em desempenho e eficiência em laptops, sua solução pode ser oferecida também a desktops, em designs de placas-mãe que troquem os pentes DIMM pelos seus; isso não é algo tão difícil de se fazer, hoje temos modelos com entradas para SSDs M.2, a abordagem é similar e a remoção dos slots dos pentes permitiria o aproveitamento do espaço. De qualquer forma, a Dell hoje não considera seu CAMM para uso em desktops.

No futuro, a Samsung acredita inclusive que o LPCAMM poderá ser oferecido a datacenters, principalmente no cenário atual, de maior demanda por poder de processamento para desenvolvimento de soluções na nuvem e IAs generativas, principalmente para clientes que usam placas com módulos LPDDR, soldados às placas-mãe; uma vez que um morre, todo o conjunto precisa ser trocado, e a modularidade de seus pentes representa mais desempenho, com economia na manutenção.

Segundo a Samsung, o LPCAMM está sendo testado com uma plataforma Intel não identificada; acredita-se que sejam processadores Raptor Lake, ou mesmo os futuros Meteor Lake de 14.ª geração. A companhia sul-coreana diz que os primeiros produtos compatíveis chegarão às lojas em 2024, mas até lá, resta esperar para saber o que pode (ou não) ser decidido sobre o Dell CAMM para o DDR6.

Fonte: Samsung

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