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Grey Skies: o jogo “esquecido” pelo próprio criador

Dois anos após o lançamento do Grey Skies: A War of the Worlds Story, criador diz que desconhecia estado lamentável do jogo e promete uma remasterização

34 semanas atrás

Com os jogos sendo lançados cada vez mais inacabados, tornou-se relativamente comum vermos seus criadores lançando remendos atualizações por vários e vários meses. Dois anos após o seu lançamento, o Grey Skies: A War of the Worlds Story é um que deverá passar por uma profunda repaginada, mas a explicação para essa melhoria aparecer só agora é o que tem chamado a atenção das pessoas.

Grey Skies: A War of the Worlds Story

Crédito: Divulgação/Steel Arts Software

Com versões para PC, Nintendo Switch, Xbox One e PlayStation 4, o jogo de ação desenvolvido pela Steel Arts Software teve uma recepção tão fraca, que sua página no Metacritic nem conta com médias por parte da imprensa. Já no Steam a situação não é muito melhor, sendo que apenas 33% das 110 avaliações feitas pelos usuários foram positivas.

Considerando este cenário, o natural seria imaginarmos que o Grey Skies: A War of the Worlds Story nasceu morto, mas para a surpresa geral, aparentemente ainda há esperança para o jogo.  

Através de uma publicação no serviço de distribuição digital da Valve, Nathan Seedhouse afirmou que nos últimos anos passou por “problemas pessoais incapacitantes” que o mantiveram afastado do desenvolvimento. Então, ao voltar sua atenção para o jogo, descobriu que o título tinha problemas e havia sido muito mal avaliado, situação que ele não tinha conhecimento até recentemente.

Grey Skies: A War of the Worlds Story

Crédito: Divulgação/Steel Arts Software

Reconhecendo que as pessoas tiveram razão ao criticar o Grey Skies: A War of the Worlds Story, Seedhouse aproveitou para agradecer aqueles que deram uma chance à sua criação e prometeu o lançamento de uma remasterização. Para tornar tudo melhor, essa nova versão será adicionada à biblioteca de todos que já possuem o jogo, gratuitamente.

“Acho que sob esses problemas nós fizemos um jogo decente,” declarou o líder do projeto. “Então, estou remasterizando o jogo com novas tecnologias que se tornaram disponíveis e o meu próprio conhecimento aprimorado de desenvolvimento. Vou ler cuidadosamente todas as preocupações e abordar cada uma delas, prestando atenção às reclamações mais comuns, como a movimentação desajeitada e os frustrantes elementos furtivos.”

Sem dar uma previsão para quando essa nova versão será disponibilizada, Seedhouse limitou-se a dizer que em breve fará uma atualização sobre o assunto. Ele também não mencionou nada sobre o mesmo tratamento ser dado ao jogo nos consoles, mas considerando a maneira como as fabricantes funcionam, não ficarei surpreso se essa atualização se mantiver exclusiva dos computadores.

Eu estaria mentindo se dissesse que joguei o Grey Skies: A War of the Worlds Story. Na verdade, só fui tomar conhecimento do jogo agora, mas pelo vídeo com gameplay que assisti, a sensação é de que o pessoal da Steel Arts Software terá um árduo trabalho pela frente.

Dos gráficos à movimentação dos personagens, além da mecânica que nos obriga a passar despercebido pelos inimigos, muito do jogo parece em um estágio inicial de desenvolvimento. Mesmo considerando o fato de ser um título de pequeno porte, não senti vontade de encarar algo tão datado quanto ele e olha que estamos falando de um produto baseado na deliciosa história Guerra dos Mundos, de H. G. Wells.

Também preocupa não termos informações sobre a quantidade de pessoas que trabalham no estúdio, mas a partir do momento em que Nathan Seedhouse revela que o jogo ficou “abandonado” por problemas pessoais que ele enfrentou, é difícil não pensar na desenvolvedora como o exército de um homem só.

Tudo isso reforça a sensação de que salvar o Grey Skies: A War of the Worlds Story parece uma tarefa tão ou até mais complicada quanto seria fugir dos tripods que invadiram a Terra no romance publicado no final do século XIX.

Crédito: Divulgação/Steel Arts Software

Porém, mesmo com toda essa desconfiança, estou torcendo para que Seedhouse consiga reverter esta situação. Ver alguém demonstrar interesse em salvar um jogo após tanto tempo é uma atitude que considero louvável e se o game designer obtiver êxito, todos sairão ganhando, incluindo ele mesmo.

Para mim, quando se trata de trabalhar com a criação de jogos, uma das coisas que mais me assusta é pensar em dar manutenção e/ou entregar conteúdo para algo em que você se dedicou por vários anos. Se trabalhasse nessa área, acho que não gostaria de ficar debruçado por muito tempo num mesmo título, ainda mais em um que apresentou tantos problemas e foi dura, mas merecidamente criticado.

Quando vejo jogos como Shovel Knight, Terraria, Stardew Valley, No Man's Sky e alguns outros que continuam recebendo atualizações ou expansões após tanto tempo, não consigo deixar de pensar no quão pouco motivados alguns dos profissionais podem ficar por ter que trabalhar sempre num mesmo projeto. Gerenciar equipes assim não deve ser uma tarefa simples e por isso admiro muito quem se dedica a manter esses jogos vivos.

No caso do Grey Skies: A War of the Worlds Story, talvez Nathan Seedhouse esteja apenas pensando em salvar a própria carreira. Talvez ele queira somente melhorar algo que foi afetado por problemas pessoais. De qualquer forma, que a resiliência e a motivação não lhe faltem, e assim, talvez um dia eu dê uma chance à sua Guerra dos Mundos.

Fonte: GamesRadar+

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