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F1 23 — O (divertido) mundo da Formula 1

Trazendo o novo F1 World e o retorno da "novela" Ponto de Frenagem, F1 23 é um jogo divertido — e que me fez voltar a ter interesse pela Formula 1

37 semanas atrás

Por influência do meu pai, eu cresci adorando a Formula 1. Sempre que uma corrida era realizada, lá estávamos diante da TV, assistindo as muitas batalhas travadas por Ayrton Senna e seus arquirrivais. Porém, com o tempo essa paixão arrefeceu, me interessei mais por outras categorias e os Grands Prix perderam importância. Mesmo assim, minha admiração pelo ápice do automobilismo continua e com o lançamento do F1 23, vi no jogo uma boa oportunidade de retorno.

Como lá se foram muitos anos desde que me dediquei a um título que visava se aproximar da simulação da modalidade, estava um tanto receoso em relação ao que encontraria. Passados alguns dias com ele, o que o novo jogo da Codemasters/EA Sports me entregou foi uma mistura de adrenalina, bastante conteúdo e até algum drama.

F1 23

Crédito: Divulgação/EA Sports

Começando pela pista em si, não surpreende o estúdio inglês ter lançado mais um jogo com uma ótima jogabilidade. F1 23 é um título acessível à boa parte do público, com as diversas opções de assistência fazendo com que controlar um carro de Formula 1 seja relativamente simples. Das indicações de melhor traçado ao controle de tração, há diversas opções que, quando ativadas, facilitarão muito a vida dos pilotos virtuais.

Outro recurso que poderá ajudar muito é o ato de “voltar no tempo”, quando ao apertarmos um botão, poderemos retornar segundos antes de termos nos envolvido numa batida ou dado aquela escapada numa curva.

Contudo, aqueles mais habilidosos poderão ignorar todas essas ajudas, partindo para algo mais próximo do que os pilotos reais enfrentam. Neste caso, controlar um monstro como um carro de Formula 1 se mostrará um desafio e tanto, com a menor desatenção tendo um enorme potencial para pôr tudo a perder. E acredite, quando você estiver a mais de 320 km/h, não irá querer cometer um deslize.

Aliás, um dos aspectos do jogo que mais me impressionou foi a sensação de velocidade que ele entrega. Ver a velocidade com que os objetos passam ao lado das pistas é algo impressionante e isso se torna ainda mais evidente nos circuitos de rua, como o de Jeddah, na Arábia Saudita. Confesso que no início acabei tirando inconscientemente o “dedo do acelerador” em alguns momentos, só por achar que estava preste a sofrer um acidente.

Aqui vale citar a ótima maneira como o DualSense funciona com o F1 23. Obviamente o controle do PlayStation 5 não consegue passar a mesma precisão de um bom volante, mas da vibração até a resposta dos gatilhos adaptativos, tudo nele ajuda a aumentar a imersão e consequentemente, deixar as corridas mais tensas.

F1 World e o Ponto de Frenagem

F1 23

Crédito: Divulgação/EA Sports

Um dos retornos mais aguardados pelos fãs da franquia era o Ponto de Frenagem. Neste modo acompanhamos a carreira de Aiden Jackson, um jovem piloto que está tentando conquistar seu espaço no Circo da Formula 1. Com a história se passando entre as temporadas de 2022 e 2023, o protagonista recusou a assinatura de contratos com várias equipes, preferindo fechar com a Konnersport Butler Global Racing Team.

Fundada por Andreo Konner e Davidoff Butler, quem encarou a campanha anterior provavelmente já identificou o segundo sobrenome, afinal, naquele enredo era o filho de Davidoff, Devon Butler, o antagonista do nosso personagem. Os mais astutos também já devem ter se dado conta que, como um dos donos da equipe, era óbvio que o Butler Sênior iria arrumar uma vaga para o filho.

Junto a todo o drama gerado pela rivalidade entre os agora companheiros de equipe, há ainda o surgimento de Callie Mayer, piloto que se torna a primeira mulher a vencer o campeonato de Formula 2 e está buscando uma vaga na categoria principal. Para piorar ainda mais a situação, a garota é irmã de Devon.

Nos colocando para disputar as corridas, mas também para tomar decisões importantes enquanto estivermos fora das pistas, Ponto de Frenagem é um modo interessante é que consegue superar em qualidade algo parecido que tínhamos na Jornada, do FIFA. Aqui também teremos várias cenas não-interativas e aquela típica jornada do herói.

Porém, mesmo com essa versão 2.0 se esforçando para nos manter informados com o que já aconteceu na trama, por não ter jogado o anterior não consegui me sentir tão apegado aos personagens. O enredo é interessante, está repleto de reviravoltas e gosto muito da ideia um modo história num jogo de esporte. Mesmo assim, acho que precisarei dar uma nova chance ao Ponto de Frenagem no futuro, pois não foi desta vez que ele me conquistou.

Crédito: Divulgação/EA Sports

Já para quem procura algo mais direto e voltado às corridas, uma boa adição à série é o modo F1 World. Evolução do que na edição anterior era conhecido como F1 Life, ele funciona como um hub, onde podemos encontrar corridas online e offline, interagir com outras pessoas ou contratar profissionais como engenheiros e estrategistas — que permanecerão conosco apenas até terminarem seus contratos.

O mais interessante aqui é a maneira como seremos incentivados a continuar jogando. Com as corridas nos rendendo partes que poderão ser equipadas e tornar nosso carro mais potente, nunca saberemos exatamente o que ganharemos, o que faz com que a busca por loot se torne uma obsessão.

Guardadas as devidas proporções, o F1 World funciona como um Ultimate Team do FIFA, com os jogadores precisando melhorar sua licença de pilotos para ter acesso às corridas ranqueadas mais altas. Nelas teremos provas com um maior número de voltas e caso o grid não seja preenchido por outras pessoas, caberá à inteligência artificial a tarefa de dificultar nossas vidas.

Por fim, o modo ainda nos apresentará a diversos desafios baseados em eventos que acontecerão durante o calendário real da Formula 1, o que serve como mais um motivo para continuarmos o acessando.

Aposte na sua carreira

Crédito: Divulgação/EA Sports

Para quem vem acompanhando a série há muito tempo, as novidades citadas anteriormente deverão ser os pontos que mais chamarão a atenção. mas para mim, o que mais agradou no F1 23 foi mesmo o modo Carreira.

Nele teremos a missão de fundar uma equipe e ainda pilotar um dos seus carros, sendo necessário cuidar de todos os aspectos de gerenciamento durante as temporadas. Contratar um companheiro de equipe, escolher no que o departamento de pesquisa e desenvolvimento se dedicará e até mesmo com quais patrocinadores assinar; tudo ficará nas nossas mãos.

No início, até mesmo a pintura do carro ou o nosso emblema poderão ser escolhidas, o que ajuda a aumentar o sentimento de que estamos realmente a frente de uma escuderia. Felizmente, há algumas áreas que podem ser automatizadas, como deixar para o jogo escolher o que será feito nos dias entre uma etapa e outra, o que vai desde participar de eventos publicitários, até colocar os pilotos para treinarem em simuladores.

Já nos finais de semanas de corridas poderemos participar dos treinos livres, o que além de nos permitir conhecer as pistas, ainda renderá alguns bônus de desenvolvimento. Depois será a vez de nos lançarmos em voltas classificatórias, culminando na corrida em si.

Assim como acontece no modo homônimo do FIFA, o legal aqui é a ideia de começarmos por baixo e, dependendo da nossa capacidade de gerenciamento e da nossa habilidade como jogador, poder chegar ao topo do mundo após um longo campeonato. Obviamente será preciso paciência e dedicação, mas aqueles que as tiverem encontrarão uma experiência recompensadora e bastante imersiva.

F1 23

Crédito: Divulgação/EA Sports

Após passar muito tempo acompanhando a Formula 1 a distância, confesso que encarar o F1 23 inicialmente não foi algo muito acessível. Das mudanças na regra pelas quais passou a categoria até as várias novas pistas que entraram nas últimas temporadas, quase tudo pareceu um mundo novo para mim.

Por outro lado, essa falta de conhecimento deu origem a situações muito legais, como perceber o quão vertiginosa pode ser a velocidade alcançada por um carro da categoria ou o quão impressionante é notar como seus freios são eficientes.

Quando se fala em jogos de corrida, sei que alguns mais exigentes torcem o nariz para qualquer título que não seja extremamente fiel à realidade, mas como não me enquadro neste grupo, fiquei muito satisfeito com aquilo que o F1 23 me proporcionou. Talvez ele não seja o jogo mais realista, talvez sua física falhe em vários pontos e talvez ele nem chegue perto de estarmos a bordo de um Formula 1. Mesmo assim, o jogo conseguiu me divertir bastante e principalmente, me fez voltar a ter um pouco daquela paixão que andava adormecida.

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