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E se o Final Fantasy VI fosse refeito em HD-2D?

Apesar dos pedidos da sua equipe, Yoshinori Kitase diz que seria difícil recriar o Final Fantasy VI, mas eles poderiam investir em algo de menor porte

38 semanas atrás

Apontar uma obra de entretenimento como sendo perfeita é algo perigoso, mas um jogo que, se não atingiu este patamar, passou muito perto dele, é o Final Fantasy VI. No entanto, quase três décadas após seu lançamento, algumas pessoas defendem que ele deveria ser refeito e entre elas estão vários funcionários da Square Enix.

Final Fantasy VI

Crédito: Reprodução/Yoshitaka Amano/Square

A revelação deste interesse surgiu durante uma mesa redonda realizada para comemorar os 35 anos da franquia, quando Yoshinori Kitase afirmou que realizar o sonho desse pessoal não seria tão simples.

“Penso que um remake do Final Fantasy VI seria difícil [de se fazer],” admitiu o game designer. “O Final Fantasy VII Remake ainda não foi terminado, então não posso pensar sobre isso..., mas para o Final Fantasy VI, há muitos fãs dele dentro da companhia e eles sempre me perguntam ‘quando iremos fazer o 6?’”

Respondendo como gerente da marca Final Fantasy, Kitase é um dos nomes mais importantes dentro da Square Enix, onde atua também como chefe do Creative Business Unit I, grupo responsável pelo desenvolvimento dos capítulos da linha principal da franquia e pela série Kingdom Hearts. Além disso, ele dirigiu alguns dos mais elogiados RPGs da empresa, incluindo o Chrono Trigger, Final Fantasy VII, Final Fantasy VIII e Final Fantasy X, além do próprio Final Fantasy VI.

Mas se todo esse currículo não foi suficiente para lhe convencer, saiba que uma opinião semelhante à de Kitase foi compartilhada por Hironobu Sakaguchi, criador da franquia. Para ele, por se tratar de um jogo com gráficos no estilo pixelart, transportá-lo para 3D seria muito complicado e até mesmo a história precisaria ser alterada.

Final Fantasy VI

Final Fantasy VI Pixel Remaster (Crédito: Divulgação/Square Enix)

Quem jogou tanto o original na época quanto o Final Fantasy VII Remake certamente entenderá o argumento de Sakaguchi. Mesmo com aquele jogo lançado para o PlayStation já tendo sido feito com polígonos, a diferença para a nova versão é imensa, com elas podendo ser vistas desde a estrutura das missões até o sistema de combates, passando ainda pelo enredo.

Imagine então recriar algo que saiu para o Super Nintendo, pesando contra o clássico todas as limitações da época e do próprio console. As mudanças precisariam ser tão ou até mais profundas que aquelas vistas no remake do seu sucessor e a chance de isso desagradar os fãs, mesmo o não tão puristas, seria muito grande.

Portanto, além de toda a inegável dificuldade que um projeto assim teria que enfrentar, este seria um vespeiro em que muitos profissionais não arriscariam colocar a mão. Também pesa contra o fato de Yoshinori Kitase ter deixado claro que eles precisam terminar o Final Fantasy VII Remake e como o jogo foi dividido em três partes, ainda deverá demorar alguns anos até a equipe conseguir se livrar desta pendência.

Final Fantasy VI Pixel Remaster (Crédito: Divulgação/Square Enix)

Mas como ainda não estamos sendo cobrados por sonhar, digamos que um dia a Square Enix resolva ceder aos pedidos de seus funcionários e dê o aval para um novo Final Fantasy VI. Será que eles precisariam partir para uma mudança drástica, assim como vimos acontecer com o Final Fantasy VII Remake? E se a empresa optasse por algo um pouco mais comedido, adotando um estilo que ficou conhecido como HD-2D?

Nascido em 2018 com o Octopath Traveler, esse visual conquistou muitos admiradores justamente por funcionar como uma repaginada na boa e velha pixelart. De lá para cá, outros títulos da Square Enix foram e estão sendo feitos em HD-2D, com a técnica parecendo perfeita para reviver alguns clássicos.

Com o Live A Live já estando disponível, o Dragon Quest III e o Star Ocean: The Second Story R são outros dois RPGs que estão recebendo o mesmo tratamento, numa demonstração de que a editora japonesa está mesmo dedicada a aproveitar essa novidade para conquistar um novo público.

Considerando o extenso portifólio da Square Enix, nós ainda deveremos ver muitos outros títulos reaparecendo com essa cara mais bonitinha e não ficarei surpreso se o Final Fantasy VII aparecer entre eles. Se isso acontecer, acho que a empresa terá feito a escolha certa, já que os envolvidos em sua criação não precisariam implementar tantas mudanças quanto teme Yoshinori Kitase.

Já para aqueles que não gostariam de ver nem esse tapa no visual, a opção atual seria aproveitar tanto o sexto quanto os cinco capítulos anteriores da série através da coleção Pixel Remaster. Mantendo a aparência dos originais, mas trazendo melhorias nas trilhas sonoras, interface e batalhas, além de localização para o nosso idioma, esses relançamentos podem ser uma ótima maneira de conhecer ou mesmo revisitar vários clássicos.

O que pesa contra essas versões é o preço absurdo praticado pela Square Enix. Considerando o Steam, adquirir o pacote nos custará salgados R$ 288,60! Já se você optar por comprar os títulos individualmente, precisará gastar R$ 70 em cada um. E sim, nos consoles a situação é ainda pior.

Fonte: Rock, Paper, Shotgun

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