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Diablo IV — O inferno está chegando!

Aproveitando muito dos elementos que transformaram a série num sucesso, Diablo IV traz algumas novidades e principalmente, uma experiência "redonda"

41 semanas atrás

Manter uma série viva e relevante por mais de duas décadas não é uma tarefa simples e quando ela carrega consigo alguns dos fãs mais exigentes da indústria, qualquer escolha tomada pelos criadores poderá se transformar numa enorme tempestade. Mas se com o antecessor a Blizzard inicialmente desagradou muita gente, o Diablo IV está chegando para mostrar que apostar na segurança pode ser uma ótima ideia.

Diablo IV

Crédito: Divulgação/Blizzard Entertainment

Diablo IV inicia falando sobre uma antiga lenda, uma sobre o mundo de Santuário ter sido criado pela união entre um anjo — Inarius — e um demônio — Lilith. A ideia deles era criar um refúgio para aqueles que não quisessem se envolver na guerra entre o céu e o inferno, cabendo à humanidade aproveitar o lugar para construir cidades e a civilização em si.

Porém, após os eventos mostrados no final do Diablo III: Reaper of Souls, o vácuo deixado no poder fez com que demônios voltassem a aterrorizar Santuário e temendo que a paz acabasse, alguns cultistas decidem libertar Lilith. O problema é que por onde passa, a filha de Mephisto causa o mal, causando medo, ira, despertando impulsos reprimidos e o desejo por cometer pecados.

O lado positivo de tudo isso é que, ao mesmo tempo, em que o mal está tomando a região, nosso personagem se aproxima, então, adivinhe para quem sobrará a tarefa de dar um jeito em Lilith e seus asseclas?

Pois essa será a premissa para voltarmos a aniquilar milhares de monstros, alguns chefes cascas-grossas e coletar os mais variados equipamentos, transformando o nosso herói numa verdadeira máquina de matar. E acredite, quando se trata de conteúdo, Diablo IV não deverá te deixar na mão.

Um mundo (aberto) de possibilidades

Diablo IV

Crédito: Divulgação/Blizzard Entertainment

Ao todo o jogo estará dividido em cinco grandes regiões, sendo elas: a congelada Cimeiras Fraturadas; a floresta habitada por Druidas e seres aquáticos, conhecida como Scosglen; a região desértica das Estepes Secas, onde canibais serão uma terrível ameaça; ainda poderemos visitar Kehjistan, um lugar devastado por uma guerra; e por fim, teremos Hawezar, um pântano repleto de bruxas e monstros até mais aterrorizantes.

Embora oferecer regiões variadas não seja inédito na série, o grande diferencial do Diablo IV está na maneira como isso foi feito. Agora, todas elas estão dispostas num mesmo mapa, formando um grande mundo aberto. Assim, poderemos viajar de um lugar para o outro sem haver transições, com todas as cidades, masmorras e pontos de interesse estando disponíveis assim que chegarmos a Kyovashad, a grande cidade que nos servirá como base.

Isso quer dizer que, se o jogador preferir abandonar os dois primeiros atos e partir logo para o terceiro, poderá fazer isso. O interessante é que da maneira como o roteiro foi criado e como a narrativa funciona, não teremos problemas de a história parecer estar atropelando eventos que nem chegamos a ver. Eu ainda acho que o ideal é fazer as missões na ordem correta, mas aqueles que não quiserem encarar todo o Ato 1 por já terem feito isso nos períodos de beta, terão essa liberdade.

Diablo IV

Crédito: Divulgação/Blizzard Entertainment

E por falar em missões, em Diablo IV esbarraremos numa nova a quase todo momento. No geral essas missões paralelas se resumem a levarmos um item de um ponto A até um ponto B, resgatar alguém ou entregar um recado. Confesso que gostaria de ter visto uma maior variedade de tarefas, mas o que realmente me incomodou foi o limite de missões ativas, apenas 20. Felizmente é possível abandonar uma delas e depois reativá-la, mas com tantas estando disponíveis, essa é uma limitação que considero desnecessária.

Ainda assim, o título tenta entregar atividades um pouco diferentes de tempos em tempos, como as masmorras que nos darão poderes especiais ou as Fortalezas, que se mostrarão desafios bem acima da média. A vantagem é que ao tomarmos um desses lugares a cidade passará a ser pacífica, oferecendo comerciantes, missões e pontos de teletransporte.

Outra dessas atividades está nos arredores da cidade de Alzuuda. Será lá que poderemos participar do PvP, sendo que os comerciantes só aceitarão uma moeda local, as Sementes do Ódio. Conquistadas após as batalhas daquela área, o detalhe é que para podermos aproveitar essas sementes elas precisarão passar por um dos quatro Altares de Extração, onde viraremos o alvo dos inimigos e uma tensão crescente se instaurará.

Como a quantidade de pessoas experimentando o jogo nesses últimos dia era algo muito limitada, não tive a oportunidade de enfrentar ninguém ali. Contudo, a zona dedicada ao PvP deverá ser bastante movimentada quando o Diablo IV for lançado e para quem quiser alguns dos itens oferecidos nas lojas de Alzuuda, será inevitável se aventurar por lá.

Crédito: Divulgação/Blizzard Entertainment

Aqui vale mencionar o sistema cosmético presente no novo jogo da Blizzard. Isso porque, além dele nos dar acesso à transmogrificação desde o início da campanha, ainda teremos uma loja dedicada às microtransações. Sei que essa palavra não costuma ressoar muito bem entre os jogadores, mas a desenvolvedora garante que ali só teremos itens cosméticos. Ainda assim, será triste cruzar com algum jogador com um visual muito bacana e saber que só podemos ter algo assim se abrirmos a carteira.

E para quem estava ansioso para ver como funciona o cavalo, as notícias são boas e ruins.  Estreando na franquia, os equinos serão de grande ajuda para atravessamos Santuário, devido sua velocidade de locomoção, mas não espere lutar contra inimigos quando estiver montado neles. A única opção neste caso será desferirmos um golpe apertando quadrado/X, o que poderá ser útil em algumas situações, mas automaticamente nos deixará a pé.

A dica que posso deixar para aqueles que quiserem desbloquear o cavalo é: não se preocupe com isso. Infelizmente o bicho só estará disponível após um determinado ponto (bem avançado) da campanha principal, outra escolha de design que questiono, mas o fato é que não haverá meios de acelerar esse processo. Curta a história, faça a maior quantidade possível de missões e fique tranquilo, que uma hora ele aparecerá.

O despertar dos mortos

Diablo IV

Crédito: Divulgação/Blizzard Entertainment

Como o meu contato anterior com o Diablo IV havia acontecido apenas no primeiro beta, eu não pude experimentar a classe que sempre escolho quando disponível, o Necromante. Mas com o devido acesso à versão completa do jogo, pude evoluir meu personagem até desbloquear todos os nós de sua  árvore de habilidade e fiquei feliz com o que vi.

Conforme o invocador dos mortos se torna mais poderoso, encarar as masmorras e chefes é a certeza de raramente estarmos sozinhos. Podendo arrastar um pequeno exército de esqueletos e até um golem, consegui entender por que algumas pessoas apontavam essa como uma das classes mais poderosas do jogo.

O grande problema aqui é que para invocar um morto-vivo o necromante precisa ter acesso a um corpo largado sempre que um inimigo é derrotado. Porém, como alguns chefes nos enfrentarão boa parte do tempo sozinhos, a possibilidade de ficarmos sem os companheiros ossudos é grande e neste caso, o personagem deixará de ser tão forte.

No caso de não estarmos jogando sozinhos, isso poderá ser contornado com a ajuda de amigos, principalmente se eles forem bons no combate corpo a corpo, deixando assim espaço para realizamos ataques a distância. De qualquer forma, não pense que um necromante de alto nível será invencível, mas que é bonito vê-los criando zonas contaminadas e aproveitando os seguidores de Lilith contra ela mesma, isso é.

Crédito: Divulgação/Blizzard Entertainment

Por fim, foi ótimo ter acesso a um jogo que está rodando tão bem, sem bugs e com uma qualidade visual estupenda no PlayStation 5. Isso deveria ser o comum, mas numa época em que temos visto lançamentos tão problemáticos, foi gratificante ver que o Diablo IV recebeu toda a atenção necessária.

Também me agradou constatar o quanto o jogo poderá nos manter entretidos, dada a quantidade de conteúdo que já estará disponível no primeiro dia e das atualizações que ele receberá. Só para começar, estamos falando de mais de 120 masmorras cujos laytous são gerados aleatoriamente; da promessa de um end-game robusto e das cinco classes, que entregam jogabilidades bem diferentes entre si. Isso sem falar no cross-save e cross-play, nas partidas cooperativas online entre até quatro pessoas e no bom e velho multiplayer de sofá (apenas nos consoles e limitado a dois jogadores).

Portanto, se você gosta da franquia e está procurando algo para se manter ocupado por semanas, talvez até meses ou anos, o Diablo IV permitirá isso e, apesar de algumas novidades, mantendo-se fiel às suas raízes.

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