Rockstar: o caos representado por um logotipo

Fundada em 1998, a Rockstar se tornou uma das desenvolvedoras mais conhecidas do mundo, um sinônimo de jogos com alta qualidade e grande poder de diversão. Mas além de ser conhecida pela série Grand Theft Auto, o estúdio também se tornou notório pelo seu logotipo, uma marca que serve para explicar um pouco do nascimento da empresa.

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Segundo Karen Scott, tudo começou logo após os fundadores escolherem o nome do estúdio, quando alguém sugeriu uma inusitada ideia para a divulgação: espalhar adesivos com o logo pelas paredes e telefones públicos de Nova York.

“Precisa ser um adesivo e precisa ter uma cola que você não consiga remover, mesmo se tentar, do tipo de quando você era uma criança na década de 70, quando colocava na cama e nunca podia ser removido,” explicou a hoje gerente de design. “Então, o design daquilo era para realmente estar em coisas que, uma vez que você o grudasse, poderia raspar e raspar, mas não conseguiria remover.”

Scott disse ainda que até mesmo o formato arredondado das bordas foi pensado com este intuito, para dificultar a remoção após o adesivo ser colado pela cidade. Além disso, a década de 70 teria um forte impacto no processo criativo que ela dividiu com Jeremy Blake, com o amarelo-ouro remetendo diretamente aos primeiros logotipos da Kodak e ao rock and roll da época.

Pois essa veia anárquica da Rockstar não seria vista apenas numa campanha de marketing pouco usual ou nos jogos que viriam a criar. Segunda a designer, os profissionais da empresa formada por vários britânicos pareciam não ter muita noção de onde estavam.

“Íamos a restaurantes em grupo e éramos expulsos de todos os restaurantes que íamos,” contou Scott, que na época era conhecida como Karen Mui. “Aquilo era ruim e tive que convencê-los: ‘sabe, nos Estados Unidos, eles possuem armas aqui, você não pode sair tentando algo aleatoriamente com alguém. Você não sabe com o que terá que lidar.’”

Segundo a profissional que hoje trabalha na Microsoft, a união entre aquelas pessoas era tão grande que eles chegaram a criar e usar anéis, com o grupo funcionando quase como um culto. Porém, o comportamento deles se tornou tão caótico, que quando Karen engravidou, ela percebeu que não poderia criar uma criança dentro da filosofia da Rockstar.

“Estava ficando louco por lá e quando o Jeremy saiu [da empresa], eu saí com ele,” revelou. “Decidi sair com ele, porque estava ficando um pouco selvagem e acho que para nós... não era um ambiente que achava que poderia permanecer em algum momento. E então, quando a Rockstar realmente começou a se tornar grande, foi quando algumas coisas estranhas aconteceram por todo lado.”

Enquanto esteve na Rockstar, Karen Scott ainda contribuiu para a criação da capa do GTA 2, além de ter feito parte da equipe que desenvolveu os jogos Earthworm Jim 3D e Thrasher Presents Skate and Destroy. Contudo, não resta dúvida de que o seu maior feito foi ter criado um dos logotipos mais conhecidos da indústria.

Para quem não viveu a época em que aquele estúdio dava seus primeiros passos, talvez seja difícil entender a sua importância para a indústria. Além da própria série Grand Theft Auto, eles divertiram muitas pessoas com jogos como Midnight Club, Manhunt, Red Dead Revolver e até ficaram responsáveis por levar o Max Payne 2: The Fall of Max Payne para os consoles.

O interessante é saber que o nome daquela desenvolvedora não parece ter sido escolhido por acaso, já que as pessoas responsáveis por ela agiam como verdadeiras estrelas do rock. Isso também pôde ser visto nas investidas que a companhia fez no ramo de casas noturnas, cinema e até mesmo em gravadoras.

Ou seja, quando se trata de pessoas excêntricas da década de 90 ligadas ao mundo dos games, não podemos pensar que essa era uma exclusividade de John Romero.

Fonte: Time Extension