Ronaldo Gogoni 1 ano e meio atrás
A Philips introduziu sua linha Hue de iluminação inteligente no Brasil em 2014, e de lá para cá, trouxe para cá vários produtos, de lâmpadas a fitas de LED, luminárias e barras inteligentes. Em geral, todas oferecem 16 milhões de cores diferentes e conectividade via app móvel, com ou sem um acessório centralizador, o Bridge.
Seu ponto fraco, que se manteve nesses oito anos, foi o preço médio de seus produtos, bem mais altos do que os praticados por concorrentes.
Afinal, vale investir pesado para instalar luzes inteligentes da Philips na sua casa? Eu testei o kit Hue nos últimos dias e conto o que achei dele a seguir.
Desde 2004, o Meio Bit publica análises opinativas com o intuito de ajudar os leitores a tomarem sua própria decisão de compra, seja de um gadget, um game ou um serviço/software/app. Nós somos francos em nossas opiniões e destacamos pontos positivos e negativos de igual maneira, não importando a natureza dos produtos, de modo a manter a integridade e transparência do site.
Ninguém externo à redação do Meio Bit teve acesso a este review de forma antecipada, bem como não houve nenhum tipo de interferência, pagamento ou direcionamento da Philips, ou de terceiros, em relação ao seu conteúdo.
O kit Hue foi fornecido pela Philips em caráter de empréstimo, e será devolvido à empresa após os testes.
Por ser um kit com diversos itens diferentes, vamos dar uma revisada em cada um:
O Starter Kit é composto de três lâmpadas Philips Hue e um Bridge, e sendo bastante sincero, não há nada mais a ser dito sobre ele, por se tratar de um produto lançado no Brasil em 2016, resenhado na época pelo Tecnoblog. No texto do Higa, você encontrará tudo o que deseja saber sobre as lâmpadas.
O item mais relevante do kit é o Bridge. Esta caixinha, facilmente configurada pelo app Philips Hue (iOS, Android), vai centralizar nela o acesso a todos os dispositivos deste review.
Uma vez ligado e conectado ao roteador via cabo Ethernet, você só precisa sincronizá-lo com o app, e daí por diante, ligar e configurar as demais luzes dentro da configuração desejada para sua casa, separando as luzes por cômodos, etc.
Este foi, na minha opinião, o item mais interessante do pacote. A Hue Go é uma luminária de mesa, que traz uma lâmpada LED equivalente a 43 W, com saída de 520 lúmens. Ela possui uma bateria acoplada, o que permite transportá-la para qualquer ambiente.
O controle é feito tanto pelo app quanto por um botão na base, que permite ativar o modo de espera e alternar entre um conjunto de cores pré-definidas. Ajustes mais finos, como a intensidade da luz, depende de dispositivos móveis.
Uma vez pareada ao Bridge, a Hue Go (e as demais luzes) podem ser sincronizadas com filmes e games, ou com serviços de streaming de música, como o Spotify, e alternar cores e intensidade conforme a ação.
A meu ver, a Hue Go é um bom item para iluminar de forma inteligente um ambiente, sem muito trabalho. Por contar com Bluetooth, ela dispensa o Bridge, mas perde as funções especiais.
O kit básico da Fita de LED possui 2 metros, e vem com o adaptador de parede. Assim como a Hue Go, ela pode ser controlada via Bluetooth e dispensa o Bridge, mas apenas com este, você pode usar os recursos especiais de sincronia das luzes.
O diferencial é o modo de instalação. É possível cortá-la no tamanho ideal, ou usar extensões (vendidas à parte) até o comprimento máximo de 10 metros.
A meu ver, eu prefiro barras ou mesmo luminárias a fitas de LED, cuja instalação é um pouquinho mais complicada para o usuário médio. Ainda assim, é um item interessante para quem deseja colocar luzes RGB em TVs e monitores básicos.
Este é o item mais versátil do kit. A Hue Play vem com duas barras inteligentes, mas suportam a instalação de uma terceira, vendida à parte. A sincronização das luzes é feita pelo Bridge, mas a instalação é bem flexível.
Você pode usá-las deitadas à frente de um monitor na parede, ou do lado deste, usando os suportes que vêm na caixa. Ou você pode fixá-los atrás da TV, com a lâmpada voltada para as laterais externas, ou para a parede, e criar efeitos distintos.
Assim como as lâmpadas, as barras Hue Play não possuem Bluetooth, e dependem do Bridge para serem controladas pelo app.
O Dimmer Switch se pareia ao Bridge para controlar as luzes já conectadas, dispensando o app. Sem ele, o interruptor físico precisa deixar a lâmpada sempre na posição ligada, para que ela possa ser controlada.
Este acessório pode ser fixado na parede facilmente com um adesivo, e desconectado do ímã embutido, para ser usado como um controle remoto.
Já o Sensor de Movimento não tem segredo nenhum. Uma vez conectado e configurado via Bridge, ele detectará a presença de alguém no cômodo, e ativar/desativar as lâmpadas inteligentes presentes, conforme cada caso.
No mais, tanto o Dimmer Switch quanto o Sensor de Movimentos são acessórios que incrementam a experiência.
Tirando as lâmpadas, já resenhadas, alguns dos itens deste kit são interessantes. Individualmente, a Hue Go seria o mais simples de ser usado, para oferecer uma experiência de luzes personalizadas, com a vantagem de ser levado para qualquer lugar.
Os preços, como sempre, continuam sendo o problema. Estes são os valores médios, praticados na rede varejista:
Falando das lâmpadas Hue, passaram-se 6 anos e o produto continua muito mais caro do que a concorrência, que oferece produtos semelhantes por uma fração do preço pedido pela Philips. E a versão Bluetooth não está muito distante dessa faixa.
O interruptor e o sensor de movimento dependem especificamente da aquisição dos demais itens, a fita de LED tem utilidade questionável, e tanto as barras Hue Play quanto a luminária Hue Go, são itens para um público cada vez mais restrito, o que tem dinheiro sobrando.
A verdade é que, passados 8 anos, ainda não dá para recomendar a linha Philips Hue para "inteligentificar" a iluminação da sua casa, ao menos, não sem gastar muito.