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Para criador do Left 4 Dead, precisamos de mais jogos coop

Apesar de vários jogos coop terem sido lançados nos últimos meses, Mike Booth disse acreditar que o mercado ainda não recebeu o suficiente

2 anos atrás

Você já parou para pensar em como o mercado tem sido bem abastecido com jogos coop? Só nos últimos meses vimos o lançamento de títulos como Back 4 Blood, Tom Clancy's Rainbow Six Extraction, Aliens: Fireteam Elite e The Anacrusis, todos seguindo o estilo consagrado pelo Left 4 Dead, mas para um dos seus criadores, essa leva ainda não é o bastante.

Left 4 Dead, o ápice do coop

Crédito: Divulgação/Valve

Conhecido como o fundador da Turtle Rock Studios, Mike Booth é um veterano da indústria. Foi sob o seu comando que a desenvolvedora criou o Left 4 Dead, um dos títulos mais influentes dos anos 2000, mas ele também trabalhou no Team Fortress 2, Counter-Strike: Global Offensive e até no RPG Nox, quando ainda estava na Westwood Studios.

Com tanta experiência nas costas, é sempre bom ouvir o que alguém assim tem a dizer e durante uma entrevista ao site Rock, Paper Shotgun, o atual diretor de criação da Bad Robot Games defendeu que uma maior variedade de títulos só acontecerá se as empresas continuarem investindo na criação desse de jogos assim.

Penso que é desafiador fazer um jogo coop. É difícil fazer um bom jogo coop, porque você precisa criar o jogo desde o início assumindo que ele é coop. Projetar um jogo assumindo que você terá que trabalhar em conjunto para vencê-lo e não de uma maneira punitiva, de uma maneira que os jogadores queiram fazer aquilo e se sentirem ótimos. É uma maneira fundamentalmente diferente de pensar e projetar um jogo em torno disso. E simplesmente não existem jogos assim o suficiente. Ainda não são o suficiente.

Da sua parte, Booth afirmou que continuará se dedicando a criar experiências para serem aproveitadas na companhia de outras pessoas. Para ele, “nada é tão poderoso quanto ter uma empolgante aventura com loucos e intensos momentos com seus amigos.” O game designer até citou as discordâncias que costumam acontecer nessas partidas, já que como “todas essas coisas acontecem, temos essas grandes histórias” e para Booth, “isso são as coisas mais valiosas.

Crédito: Divulgação/Valve

Como um grande apaixonado pela série Left 4 Dead, especialmente o segundo jogo, acho ótimo ver que outros títulos têm seguido sua estrutura. Porém, confesso que essa recente enxurrada de lançamentos no mesmo padrão tem me deixado um pouco preocupado. A impressão é que repentinamente todo estúdio passou a querer colocar três ou quatro pessoas para enfrentar uma legião de inimigos e se olharmos bem, poucas foram as inovações trazidas por eles.

Sim, eu continuo achando muito divertido encarar uma infinidade de zumbis no World War Z, bolar estratégias no Rainbow Six Extraction ou me preparar para derrubar xenomorfos enquanto realizo alguma missão. Contudo, quase sempre enquanto estou jogando algo assim a vontade é de voltar para as ruas da Louisiana e assumir o papel de Ellis, Coach, Nick ou Rochelle.

No fundo, ainda procuro um jogo coop que consiga causar em mim o mesmo impacto que o Left 4 Dead 2 causou, por isso concordo com Mike Booth quando ele diz que mais títulos assim precisam ser produzidos. Porém, enquanto os estúdios se limitarem a apenas replicar as ideias estabelecidas pelo título que a Turtle Rock lançou lá em 2008, estaremos fadados a andar em círculos.

Talvez seja por isso que ultimamente tenho me interessado mais em jogos com uma campanha principal e que nos permitem realizar missões ao lado de amigos. A Ubisoft é uma empresa que sabe implementar isso de uma forma que me agrada, com as séries Far Cry e Ghost Recon fazendo bom uso deste recurso. O Dying Light (e sua recente continuação) é outro que apostou na cooperação entre jogadores, mostrando que um jogo que é bom ao ser encarado sozinho, pode ser tornar ainda melhor no coop.

Outra opção é algo que, de certa forma, é mais tradicional e está sendo desenvolvido pelo próprio Booth no momento, um jogo chamado Demeo. Funcionando como um RPG de tabuleiro e voltado para a realidade virtual, ele permite que até quatro pessoas joguem juntas e tem sido bastante elogiado por aqueles que já o experimentaram.

A boa notícia para quem não possui um dispositivo de realidade virtual é que em abril deverá ser lançada uma versão do Demeo que poderá ser jogada sem um HMD. Para quem gosta do estilo, esse é um jogo em que vale a pena ficar de olho.

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