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Tom Clancy's Rainbow Six Extraction — A cor que caiu do céu

Nos colocando para combater uma ameaça que veio do espaço, Rainbow Six Extraction aproveita o estilo estratégico da franquia e busca um novo rumo

2 anos atrás

Quando em 2018 a Ubisoft lançou um evento para o Rainbow Six Siege chamado Outbreak, talvez nem os seus criadores tivessem noção disso, mas o modo acabaria dando origem a um jogo completo. Misturando o estilo tático da franquia com monstros que vieram do espaço, Tom Clancy's Rainbow Six Extraction é a nova aposta da editora francesa para conquistar os fãs de jogos cooperativos.

Rainbow Six Extraction

Crédito: Divulgação/Ubisoft

Sobre Verdade e Mentira

Com sua história se passando num futuro não muito distante, tudo começou na cidade de Truth or Consequences, Novo México, quando um morador local chamado Boyd Brooks presenciou a queda de um meteorito. Ele se dirigiu ao local e após encontrar algo parecido com uma capsula, teve a brilhante ideia de levá-la para casa e tentar vender o objeto pela internet.

Três dias após o ocorrido, a pequena cidade começou a ver parte da sua população morrer devido a um misterioso vírus, mas até aquele momento, as autoridades locais tratavam a situação apenas com uma certa cautela. As coisas só se tornaram piores quando o “paciente zero” deu entrada no hospital Sierra County e ao ser examinado, o Sr. Brooks apresentava espinhos por todo o corpo, além dos seus olhos terem se tornado vermelhos.

Logo outros moradores passaram a apresentar os mesmos sintomas, mas pior do que passar a ter uma aparência assustadora, as pessoas contaminadas se tornavam extremamente agressivas. A solução foi colocar todos em quarentena e sem que a Guarda Nacional conseguisse lidar com os infectados pelo parasita batizado como Quimera, foi preciso pedir ajuda a um grupo mais capacitado.

E foi ali que entrou uma das equipes mais bem treinadas do planeta, a Team Rainbow. A primeira a desembarcar em Truth or Consequences foi a operadora Eliza "Ash" Cohen, mas logo outros se juntariam à missão. Porém, devido à dificuldade em enfrentar os Arqueanos, nome pelo qual passaram a ser conhecido aquela ameaça alienígena, surgiu a necessidade da criação de um grupo especializado, o Rainbow Exogenous Analysis & Containment Team, ou simplesmente, REACT.

Com a Quimera tendo se espalhado por todo os Estados Unidos, Rainbow Six Extraction nos colocará em missões em quatro teatros de operações: Nova York, São Francisco, Alaska e justamente o local onde o país começou a ruir, Truth or Consequences.

Rainbow Six Extraction

Crédito: Divulgação/Ubisoft

O Universo Numa Casca de Noz

Em Rainbow Six Extraction cada cidade nos dará acesso a três localidades, fases que podem ser uma delegacia de polícia, o hospital em que Boyd Brooks foi atendido, um cassino ou a ilha em que se encontra a Estátua da Liberdade. São mapas pequenos, que podem ser explorados em poucos minutos e que geralmente se passam em locais fechados.

Essa seria a receita perfeita para o jogo rapidamente se tornar bastante repetitivo e embora isso até aconteça, a equipe da Ubisoft Montreal recorreu a alguns recursos interessantes para nos entregar alguma variedade.

O primeiro deles foi fazer com que a cada incursão iniciemos a missão em um ponto diferente do mapa. Por mais que estejamos familiarizados com o cenário, isso dá um ar de novidade e como nunca saberemos onde estará o nosso alvo, a exploração se fará constante.

No entanto, o que garante a variedade à jogabilidade é o fato de termos 13 diferentes objetivos à nossa disposição, com eles aparecendo aleatoriamente. Ou seja, cada vez que partimos para uma incursão teremos que realizar três missões, que podem ser desde o resgate de um agente ou funcionário da REACT até o rastreamento de colmeias, passando por derrotar um arqueano de elite ou explodir estruturas que deixam os inimigos mais fortes.

Crédito: Divulgação/Ubisoft

Mas independentemente do objetivo a que você e sua equipe tenha sido designados, o foco do Rainbow Six Extraction estará em agir sorrateiramente. Com os arqueanos sendo extremamente sensíveis ao som, qualquer barulho poderá despertar uma grande quantidade de inimigos, com eles brotando das tais colmeias ininterruptamente. Por isso uma das dicas é fazer o possível para eliminar esses “ninhos” quanto antes, porque embora enfrentar um alienígena pode ser uma tarefa simples, um bando deles terá potencial para acabar com você em poucos segundos.

Aqui também teremos a possibilidade de acertar os inimigos através de paredes destrutíveis ou bloquear a passagem para impedir o avanço da ameaça, mas ao contrário do Siege, a jogabilidade do Extraction é muito mais cadenciada. O simples ato de andarmos sem estarmos abaixados já será suficiente para gerar bastante barulho, logo, quem gosta de encarar os FPS num estilo frenético terá mais dificuldade em passar pelas fases.

Contudo, é importante dizer que a conclusão desses objetivos não será obrigatório para avançarmos para a próxima área, mas será ao realizar as missões que obteremos a maior quantidade de experiência, algo fundamental para evoluirmos os nossos operadores, assim como termos acesso a novos equipamentos e localidades.

Rainbow Six Extraction

Crédito: Divulgação/Ubisoft

Os Três Mosqueteiros

Assim como no jogo que lhe serviu como base, Rainbow Six Extraction também conta com diversos personagens para serem controlados, cada um com suas próprias habilidades especiais, equipamentos e armas. Inicialmente a lista traz 18 desses operadores, com a promessa de que outros serão adicionados com o passar do tempo.

Como as missões variam muito entre si, optar por um ou outro operador pode ser decisivo para concluirmos um objetivo, mas se não tivermos sucesso nesta tentativa, o jogo nos mostrará uma das suas mais interessantes funcionalidades. Isso se deve ao fato de que toda ação realizada por nós renderá alguns pontos de experiência, mas ela só será mantida caso consigamos voltar para a base. Como cada mapa conta com uma zona de extração, a qualquer momento o jogador pode escolher deixar a incursão, mantendo assim o que foi obtido até ali e se a energia estiver baixa, fugir passa a ser uma ótima ideia.

Já no caso de sermos abatidos, o que eventualmente acontecerá, aquele operador aplicará em si uma espécie de espuma protetora e a partir dali surgem duas opções: a primeira é contar com o apoio de outro jogador para que o personagem seja extraído naquele momento e a outra é voltarmos à fase posteriormente, para encararmos uma missão de resgate.

Rainbow Six Extraction

Crédito: Divulgação/Ubisoft

Seja de uma maneira ou de outra, essas são as situações mais legais que o jogo pode oferecer. É muito angustiante ver um amigo tentando te salvar enquanto uma horda de arqueanos avança na sua direção, extração essa que se for bem realizada te poupará de uma nova incursão naquele mapa, apenas para resgatar um operador que tanto gosta. Já a missão de recuperar um agente “morto em ação” está entre as minhas favoritas, embora ela seja bem mais fácil quando encarada em grupo.

E por falar nisso, a todo momento o Rainbow Six Extraction deixa claro se tratar de um jogo pensando em partidas cooperativas. Ele até nos permite jogar sozinhos, mas além de tudo se tornar mais difícil, perde-se a principal qualidade do título da Ubisoft, que é a elaboração e execução de estratégias.

Ainda assim, se não for para jogar na companhia de amigos, eu ainda prefiro encarar a campanha como um lobo solitário. Entrar em equipes aleatórias quase sempre é sinônimo de dor de cabeça, com os outros jogadores muitas vezes ignorando uma abordagem mais sorrateira e preferindo agir como se fossem um soldado invencível.

Felizmente o jogo conta com suporte a partidas entre plataformas e por se tratar de um título exclusivamente PvE (jogador contra inimigos controlados pelo computador), não fará muita diferença se parte da equipe estiver em um console e a outra no PC. Além disso, a Ubisoft ainda oferece o Buddy Pass, que funciona como um convite que pode ser dado a duas pessoas e que lhes garantirá 14 dias de acesso (sem limitações) ao Rainbow Six Extraction.

Crédito: Divulgação/Ubisoft

O Sol é Para Todos

Para os mais puristas, pode parecer uma heresia transformar um Rainbow Six em um jogo em que caçamos alienígenas, mas se você conseguir ignorar isso, encontrará no Extraction um bom jogo cooperativo. Mesmo sem trazer grandes inovações, seu ritmo mais cadenciado agradará quem prefere uma experiência que exige a elaboração de estratégias e/ou gosta de se esgueirar pelos cenários enquanto derrota monstros sem ser detectado.

Contudo, por mais que o jogo tente oferecer alguma variedade, seja com os objetivos diferentes e aleatórios, seja com o sistema de recuperação de energia dos operadores, que nos incentiva a experimentar outros personagens, não demorará muito até ficarmos com a sensação de estarmos fazendo sempre a mesma coisa.

O que poderá amenizar um pouco esta impressão são as partidas disputadas ao lado de amigos, já que nelas uma incursão nunca será igual a outra. Ainda assim, Rainbow Six Extraction é o típico jogo que poderia ser classificado como "ame-o ou odeie-o", servindo como uma bem-vinda oxigenada a franquia para alguns, mas como apenas um caça-níqueis para outros.

Há até quem defenda que teria sido melhor a Ubisoft tê-lo lançado como um mero conteúdo adicional para o Rainbow Six Siege, mas entendo que a empresa tenha enxergado ali uma oportunidade de iniciar uma nova franquia. Eu adoraria que o Extraction tivesse uma campanha verdadeiramente single-player e até acho provável que ele nunca chegue a ter a popularidade do seu irmão mais velho. Porém, se o jogo continuar recebendo conteúdo de qualidade pelos próximos anos, acredito que conseguirá encontrar o seu público — e pensando nisso, quanto mais dos meus amigos tiverem acesso a ele, melhor.

Tom Clancy's Rainbow Six Extraction — Ficha Técnica

  • Plataformas Disponíveis: PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S|X, Amazon Luna e Google Stadia
  • Desenvolvedora: Ubisoft Montreal
  • Distribuidora: Ubisoft
  • Data de lançamento: 20/01/22

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