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Phil Spencer espera resgatar antigas franquias da Activision

Chefe do Xbox mostra empolgação com catálogo da Activision e revela desejo de criar jogos baseados em franquias que marcaram sua infância

2 anos atrás

O assunto mais comentando dos últimos dias foi, compreensivelmente, a aquisição da Activision Blizzard pela Microsoft, um negócio que deverá afetar profundamente toda a indústria de games. Porém, a compra não dará à empresa de Redmond o controle apenas sobre franquias como Call of Duty, Crash Bandicoot e Candy Crush, mas a um imenso catálogo com muitas marcas que andam esquecidas há bastante tempo.

River Raid - Activision

Precisamos da volta do River Raid (Crédito: Reprodução/Servo/MobyGames)

Por mais que a Activision Blizzard seja uma gigante e tenha os recursos necessários para investir na criação de novos capítulos para suas propriedades intelectuais mais antiga, ela vinha preferindo apostar nos suspeitos de sempre: franquias que despertam grande interesse do público e cujo retorno financeiro é praticamente garantido.

Isso não significa que os novos donos da Activision embarcarão em loucuras, mas o atual CEO da editora, Bobby Kotick, admitiu em entrevista que devido o tamanho da Microsoft, séries como a Skylanders e Guitar Hero agora passam a ter a possibilidade de serem reativadas. Segundo ele, o grande problema aqui nem chega a ser o dinheiro para o desenvolvimento dos jogos, mas a necessidade de manter equipes que ficariam responsáveis pelo controle de qualidade, além de montar cadeias de produção e abastecimento.

Porém, esses são exemplos de jogos que dependem diretamente de acessórios para funcionar e no caso dos títulos que fizeram sucesso há duas, três décadas? Pois quem parece bastante empolgado com as muitas possibilidades geradas com a compra da editora é Phil Spencer.

Ao conversar com o The Washington Post, o chefe da divisão Xbox falou sobre o seu desejo de aproveitar alguns jogos que ele adorava quando ainda nem pensava em entrar para essa indústria.

Eu estava olhando a lista de propriedades intelectuais, quer dizer, vamos nessa! King’s Quest, Guitar Hero... Eu deveria saber disso, mas acho que eles adquiriram o Hexen.

Esperamos poder trabalhar com eles quando o negócio for fechado para garantir que tenhamos recursos para trabalhar com franquias pelas quais sou apaixonado desde a minha infância e que as equipes queiram pegá-las. Estou ansioso por essas conversas. Eu realmente acho que se trata de adicionar recursos e aumentar a capacidade.

O fantástico HeXen: Beyond Heretic (Crédito: Divulgação/Raven Software)

Para a alegria de Spencer, a Activision Blizzard realmente possui a franquia Hexen. Desenvolvida pela Raven Software na década de 90, tal estúdio acabou sendo adquirido pela editora em 1997 e na minha opinião, seria incrível se ela recebesse um novo jogo hoje em dia. Servindo como uma continuação para o Heretic, ele era um jogo de tiro em primeira pessoa em que tínhamos três personagens para escolher e onde os estágios criados de forma não-linear brilhavam.

Quanto a outra série mencionada por Phil Spencer, a King's Quest, ela foi produzida pela Sierra Entertainment e se considerarmos o precursor Wizard and the Princess, rendeu nove títulos. Mas apesar de ela ter feito muito sucesso, seu último capítulo foi o Mask of Eternity, que chegou aos computadores em 1998 lançado em 2015. Com os adventures tendo conquistado mais espaço nos últimos anos, essa pode ser uma boa oportunidade para este clássico retornar e isso nos leva a um exercício de imaginação interessante.

Acontece que além da Activision Blizzard, recentemente a Microsoft adquiriu diversos estúdios, incluindo aí a Double Fine Productions. Comandada por Tim Schafer, sujeito que fez muito sucesso na década de 90 justamente criando jogos que rivalizavam com os da Sierra, já pensou se ele recebe a oportunidade de criar um King's Quest? Hoje a possibilidade de isso acontecer parece quase nula, mas como estará tudo sob o controle da Microsoft, não vejo um impeditivo para essa possível mistura de franquias e estúdios.

Crédito: Reprodução/Servo/MobyGames

Outro exemplo é a Toys for Blob. Criadores da série Skylanders e mais recentemente do Crash Bandicoot 4: It's About Time, a Microsoft poderia aproveitar o conhecimento desses profissionais para nos dar um novo Banjo-Kazooie ou para ficar nas franquias da Activision, um Pitfall! em três dimensões — desde que fosse bem melhor do que aquele Beyond the Jungle, que saiu para PlayStation.

Que tal um Halo Wars desenvolvido pela Blizzard ou um Rock n' Roll Racing sob os cuidados da Playground Games? Até mesmo um Warcraft RPG desenvolvido pela Bethesda Game Studios ou pela Obsidian me parece um projeto interessante. Enfim, as possibilidades são praticamente infinitas.

Eu sei que boa parte dos fãs torceriam o nariz ao ver suas franquias favoritas nas mãos de outras pessoas e por mais que as reclamações poderiam inundar a internet, acredito que tudo acalmaria após o lançamento de bons jogos.

Talvez nada disso venha a acontecer, mas estou bastante curioso para ver como a Microsoft aproveitará tantas marcas famosas, estúdios renomados e profissionais tão capacitados quanto ela possui atualmente.

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