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Foxconn afirma que próximo iPhone não vai atrasar

Buscando tranquilizar investidores, Foxconn garante que conseguirá entregar o próximo iPhone, o primeiro com 5G, dentro do prazo

4 anos atrás

A pandemia da COVID-19, causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) vem fazendo estragos severos na indústria de eletrônicos, fortemente dependente da China, onde a doença se originou. A Foxconn, a maior manufatura tech do mundo é a responsável, entre outras coisas pela maior parte de todos os iPhones produzidos no planeta, e dada a situação atual, era consenso que o gadget da Apple a ser lançado em 2020, esperado como o primeiro da maçã com 5G, iria atrasar.

No entanto, a Foxconn afirma que irá cumprir todos os prazos e o iPhone (12?) dará as caras no tempo de costume, no terceiro trimestre.

Apple / câmera do iPhone 11 Pro / Google Fotos / foxconn

Em janeiro, quando a COVID-19 atingiu o status de epidemia na China, antes de se alastrar sem controle pelo mundo todo, o governo de Pequim mandou a Foxconn paralisar suas atividades e a proibiu de retoma-las, sob ameaças de pena de morte em caso de desobediência.

O motivo dado foi que as linhas de montagem da companhia, em especial as principais de Zhengzhou (conhecida como "iPhone City", de onde vem metade de todos os gadgets) e Shenzhen (próxima de Hong Kong) foram consideradas inseguras e passíveis de favorecer o contágio. Quando a unidade de Zhengzhou reabriu, ela o fez com apenas 10% de sua força original de trabalho.

Some-se a isso o fato de que os engenheiros da Apple não puderam viajar de Cupertino para a China, por conta das restrições de voo, e os que já estão no país também não podem trabalhar, o que impediria a conclusão do processo de validação, em que acompanhariam a montagem, definiriam metas e procedimentos e dariam o aval para a produção em massa do próximo iPhone, com base nos requisitos feitos pela maçã.

Com todo o cronograma enbananado, acredita-se que o iPhone não deverá ser apresentado em setembro como ocorre em situações normais, e consequentemente, não chegará às lojas no período costumeiro. O Brasil normalmente recebe os novos smartphones da Apple entre outubro e novembro.

Fábrica da Foxconn em Shenzhen

Unidade da Foxconn em Shenzen, China

No entanto, a Foxconn tratou de tranquilizar seus acionistas, obviamente preocupados com o possível atraso e os resultados que isso causará em suas ações. Alex Yang, líder do setor de relacionamento com investidores, enviou uma nota aos mesmos dizendo que a companhia de fato perdeu tempo, devido restrições de viagens e outros atrasos relacionados à COVID-19, mas que "com vários meses restantes até os testes da primeira linha de montagem em junho, ainda há tempo para iniciar a produção dos celulares".

A Foxconn tomou algumas atitudes para não interromper os trabalhos por completo, como mover parte da produção de iPads, Apple Watches e AirPods da China para Taiwan, enquanto passou a produzir máscaras cirúrgicas para o ocidente;  iPhones atuais e mais antigos ficam relegados a plantas menores da Foxconn e outras parceiras da Apple, como a Winstrom; por fim, ela contratou como consultor o dr. Zhong Nanshan, pneumologista e epidemiologista responsável por identificar o coronavírus da SARS (SARS-CoV-1) em 2003, e que também atuou nos primeiros estágios do controle da COVID-19 em Wuhan.

Embora a Foxconn afirme que está dentro do cronograma, é preciso lembrar que ela não faz tudo sozinha, pois depende de uma cadeia de suprimento de componentes fornecidos por empresas parceiras dentro e fora da China, que também foram afetadas pela COVID-19. Na última semana, a companhia afirmou ter contratado funcionários sazonais suficientes para atender a demanda de produção do novo iPhone, e que "tudo está voltando ao normal", mas só teremos certeza disso nos próximos meses.

Com informações: Bloomberg, Cult of Mac

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