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Trump manda empresas tech procurarem alternativas à China

Em série de tweets, Trump diz que EUA perderam dinheiro com empresas tech fabricando na China; declaração derrubou ações da Apple em 4,6%

5 anos atrás

E as relações comerciais entre Estados Unidos e China continuam aos trancos e barrancos: em sua mais recente série de tweets, o presidente Donald Trump não só acusou o País do Meio de roubar propriedade intelectual e causar prejuízos a nação por anos.

Trump então mandou um recado bem claro às companhias de tecnologia do Vale do Silício: que elas procurem outro país para instalar suas manufaturas. Como esperado, as declarações tiveram efeito negativo no mercado de ações, com Apple sofrendo queda de 4% e a bolsa NASDAQ, de 2,6%.

AP Images / Tim Cook, Donald Trump e Satya Nadella / trump china

Tim, Cook, CEO da Apple, Donald Trump, presidente dos EUA e Satya Nadella, CEO da Microsoft (créditos: AP Images)

Trump disparou mais uma vez sua metralhadora de tweets na última sexta-feira (23), pouco depois do governo chinês estabelecer uma nova rodada de tarifas em produtos americanos, no valor de US$ 75 bilhões. É importante lembrar que há uma rodada de taxação a produtos tecnológicos chineses, originalmente prevista para entrar em vigor no dia 1º de setembro, mas que foi revista em partes, principalmente por reclamações de Tim Cook, CEO da Apple.

Cook alega (com razão) que taxar os produtos da maçã resultaria em um efeito benéfico à Samsung, cuja boa parte de sua cadeia de suprimentos está instalada na Coreia do Sul e países do Leste Asiático, com quase nada vindo da China. Dessa forma Cupertino perderia poder de competir com sua maior rival, argumento esse que Trump considerou "convincente".

O plano no entanto segue inalterado: a partir do dia 1º de setembro, produtos como computadores de mesa, fones de ouvido e smartwatches receberão uma taxa adicional de importação de 10%; no dia 15 de dezembro será a vez dos laptops, smartphones e tablets. Trump já foi bem claro com Cook que reduzir as taxas não são uma opção.

Agora, com a nova rodada de taxações da China o caldo desandou ainda mais. Em suas mensagens, Trump acusou o "parceiro" de roubar propriedade intelectual americana por anos (o que não é lá um exagero, se casos como este ou este servem de referência) e fazer muita grana às suas custas, o que não mais será tolerado.

Segundo Trump, as companhias instaladas na China serão ordenadas a procurarem outros países,  incluindo os próprios Estados Unidos, opção dada no passado com isenção de taxas.

Desnecessário dizer que a reação do mercado foi imediata, com todas as principais empresas de tecnologia e bolsas locais fechando o pregão de sexta-feira em baixa:

  • Apple: -4,6%;
  • Qualcomm: -4,7%;
  • nVidia: -5,2%;
  • AMD: -7,4%;
  • Micron: -4%;
  • Broadcom: -5,3%;
  • NASDAQ: -2,6%;
  • Dow Jones: -2,3%;
  • S&P 500: -2,5%.

A pergunta que todos estão se fazendo é se Trump vai levar tais ameaças a sério, desde a taxação a produtos tech à orientação de que Apple, Microsoft e cia. ltda. deixem a China e procurem instalar suas unidades de manufatura em outras localidades, considerando obviamente uma volta para casa com incentivos fiscais. O grande problema é que o custo homem-hora do americano médio é muito mais elevado do que de um chinês, logo, o interesse em sair de lá não é dos maiores.

A verdade é que essa novela ainda está longe de acabar e como sempre, é quase certo que o consumidor irá pagar o pato no final.

Com informações: CNBC.

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