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Miyamoto fala sobre adventures e serviços online

Game designer explica porque a Nintendo não cria adventures e afirma que a empresa não está atrás das rivais quando se trata de serviços online e realidade virtual.

5 anos atrás

Pelo menos no ocidente a Nintendo não costuma ser lembrada pelos adventures que produziu no passado, mas quando se trata do Japão, o público local possui algumas boas recordações da época em que a empresa se arriscava pelo gênero. Um dos títulos assim que marcou aqueles jogadores foi o Famicom Tantei Club: Kieta Kōkeisha e mais de 30 anos depois de ter sido lançado para o Family Computer Disk System, agora ele volta a ganhar as manchetes.

Famicom Tantei Club Part II: Ushiro ni Tatsu Shōjo (SNES)

O motivo foi uma sessão de perguntas e respostas realizadas pela Nintendo com acionistas e num determinado momento do evento, uma pessoa citou o jogo e além de afirmar que gostaria de ver a empresa criar algo que permanecesse na lembrança dos jogadores por tanto tempo, questionou se eles ainda seriam capazes de criar adventures. Veja o que respondeu Shigeru Miyamoto:

Nós também queremos criar títulos dos quais poderemos continuar tendo orgulho depois de 10 anos. As vezes somos acusados de trabalhar apenas com séries estabelecidas, mas muitas destas séries estão por aí há 30 anos e agora são parte da nossa marca […].

Quanto aos adventures, eu fiz muitos deles, começando com o Famicom Mukashibanashi: Shin Onigashima, mas o ambiente para a produção é mais exigente atualmente. Os jogos hoje em dia são localizados em 10 ou mais línguas, então o custo de localização da dublagem e do roteiro para um adventure (que geralmente possuem uma grande quantidade de textos) é enorme. Além disso, se comparados a um jogador mais velho como eu, sinto que os jogadores mais jovens tendem a possuir menos interesse pelo gênero.

Miyamoto então concluiu defendendo que as mecânicas do gênero continuam sendo divertidas, como podemos ver nas séries Ace Attorney e Professor Layton. Por isso ele afirmou que ainda não desistiu do gênero, mas que criar algo assim para o grande público seria bastante desafiador.

Uma possível solução para o problema seria deixar a criação de um jogo assim nas mãos de outra empresa, assim como a Nintendo fez recentemente com o Mario + Rabbids Kingdom Battle (Ubisoft) e com o Luigi's Mansion 3 (Next Level Games) e é por isso que não compro muito esse discurso do game designer.

Digo isso pois acredito que um adventure usando alguma das poderosas franquia da Nintendo teria um potencial imenso não só de agradar aqueles que cresceram jogando The Secret of Monkey Island ou Day of the Tentacle, mas também de fazer com que uma geração mais nova se apaixonasse pelo gênero.

Já em relação a dificuldade de localização, ela de fato existe, mas o que dizer então de jogos como o Xenoblade Chronicles 2, que foi desenvolvido por uma subsidiária da Nintendo e como qualquer RPG, também possui uma grande quantidade de textos? Será que com ele não foi difícil localizar as legendas para diversas línguas?

Por isso tendo a crer que na verdade Shigeru Miyamoto não quis deixar mais claro que eles não enxergam nos adventures um grande potencial de vendas e outra resposta dada por ele que pode gerar alguns questionamentos diz respeito a maneira como a Nintendo estaria deixando a desejar quando se trata de jogos pela nuvem e Realidade Virtual. Veja:

Nós não estamos atrás com os serviços de RV ou rede. Trabalhamos neles desde o início e temos experimentado com eles de variadas maneiras. A esta altura, nós avaliamos objetivamente se esses serviços permitem que os nossos consumidores usufruam de uma experiência de jogo de uma maneira agradável e se poderíamos operar a um custo apropriado. Por nós não divulgamos isso até o lançamento de um produto, pode parecer que estamos para trás.

Shigsy também fez questão de dizer que acredita que no futuro o streaming de jogos será mais popular, mas que não tem a menor dúvida de que continuarão existindo jogos que serão divertidos por rodarem localmente e não pela nuvem. Ou seja, por mais que a empresa já tenha mostrado interesse neste tipo de distribuição, a ideia de que precisaremos de um console da Nintendo para jogar ainda deverá permanecer por um bom tempo.

Fonte: Destructoid e IGN.

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