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CEO da Ubisoft fala sobre arte e a franquia Splinter Cell

Yves Guillemot fala sobre como o primeiro Splinter Cell mudou a Ubisoft e como um jogo pode ser uma expressão artística, mas também dar retorno financeiro.

5 anos atrás

Passados cinco anos desde o lançamento do último capítulo da série Splinter Cell, o Blacklist, algumas pessoas podem ter esquecido a importância desta franquia para a Ubisoft. Por ter em seu portfólio marcas poderosas como Far Cry, Assassin’s Creed ou Prince of Persia, seria natural acharmos que a saga de Sam Fisher figura como apenas mais uma, mas de acordo com Yves Guillemot, foi o primeiro jogo o grande responsável por mudar a maneira como sua empresa funcionava.

Ao participar do recomendadíssimo programa IGN Unfiltered, o CEO e cofundador da companhia francesa falou um pouco sobre o passado e porque tem demorado tanto para vermos a série voltar. Confira:

O primeiro [jogo] que mudou muito da companhia foi o Splinter Cell. Fomos para o Xbox e aquela foi uma aposta complexa e perigosa, porque eles não tinham muitas máquinas [por aí]. Lançar naquela máquina e não no PlayStation naquela época era um pouco arriscado, mas não poderíamos ir direto no PlayStation. Queríamos usar a capacidade do Xbox. Nós saímos muito bem no Xbox, atingimos provavelmente 50% da sua base instalada.

Já em relação a este hiato por qual vem passando a franquia, Guillemot explicou que quando se cria um jogo é preciso ter certeza de que fará algo diferente do que foi lançado anteriormente e depois do Blacklist houve muita pressão dos fãs pedindo para que a continuação não mudasse muito.

Tal comportamento acabou fazendo com que as equipes que poderiam ficar responsáveis pelo jogo se tornassem muito ansiosas, mas que no momento algumas pessoas estão cuidando da marca e que cedo ou tarde saberemos mais detalhes do que está por vir. Além disso, o executivo admitiu que devido ao sucesso que outras franquias tem feito ultimamente, seus funcionários tem preferido trabalhar com elas e isso precisa ser respeitado.

No entanto, isso não significa que a série Splinter Cell tenha sido totalmente esquecida nos últimos anos. Aqueles que jogaram tanto o Ghost Recon: Wildlands quanto o Far Cry: New Dawn talvez tenham se deparado com Easter Eggs nestes games que homenageavam o protagonista e caso não os conheça, basta clicar aqui e assistir o vídeo abaixo.

Mas voltando à entrevista de Yves Guillemot, um ponto que não está diretamente ligado ao Splinter Cell, mas que considero muito interessante é aquele em que o CEO fala sobre a dificuldade entre criar jogos que sirvam como uma expressão artística, mas também consigam ter o desejado retorno comercial. Para isso, ele acredita que o segredo está em deixar que os projetos fiquem incubados por mais tempo.

Isso ajuda nossas equipes a assumirem mais riscos. As vezes não é um bom risco, mas no fim das contas, penso que o que vemos a longo prazo é que quando você tem pessoas que são muito espertas, muito apaixonadas, lhes dar tempo é a melhor maneira de surgir com algo que será lucrativo.

Mesmo sem ter citado nomes, ao ouvir Guillemot falar sobre isso eu só consigo lembrar de obras como Rayman Origins, Child of Light ou Valiant Hearts: The Great War, e se tais jogos nasceram por causa dessa linha de raciocínio, eu só posso agradecer ao alto escalão da Ubisoft por ter tido paciência.

Fonte: IGN [1 e 2].

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