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Após roteiro americanizado, filme do Metro 2033 é interrompido

Após ver o roteirista responsável pelo filme levar a história para os Estados Unidos, autor do livro Metro 2033 recusa e projeto de adaptação volta para a gaveta.

5 anos atrás

Embora alguns fãs do jogo nem saibam disso, o Metro 2033 foi inspirado no livro homônimo escrito por Dmitry Glukhovsky e por se tratar de uma fantástica história que se passa em uma Rússia devastada por uma guerra nuclear, a impressão de muitos é de que ela poderia ser transformada em um ótimo filme.

Foi então que em 2016 nos chegou a informação de que a adaptação iria mesmo acontecer, com a MGM ficando responsável pela produção e F. Scott Frazier (xXx: Reativado, Busca sem Limites e futuramente o A Guerra dos Consoles) tendo sido escolhido para escrever o roteiro. O problema é que ao dar a sua visão sobre a história, o roteirista fez mudanças cruciais e o projeto voltou para a gaveta, fazendo com que o longa metragem não deva aparecer tão cedo.

O projeto com a MGM optando por este livro e desenvolvendo um roteiro nos levou a nada e os direitos voltaram para mim,” afirmou Glukhovsky. “Então, no momento estamos conversando com novos produtores sobre uma possível adaptação, mas este é um processo muito longo e difícil. Eu ainda estou otimista. Vamos ver se o lançamento do Metro Exodus poderá empurrar a propriedade intelectual um pouco mais além dos oceanos e veremos como isso funciona.

O grande problema de acordo com o autor foi a ideia de levar a história contada no livro e nos games para os Estados Unidos. Assim, se o filme fosse realmente produzido ele se passaria em Washington DC e não em Moscou, o que segundo ele acabaria com toda a atmosfera. Para Glukhovsky, na América coisas como nazistas, comunistas e os Dark Ones não funcionariam.

Aliás, ao citar esses últimos o russo afirmou que a espécie decentemente de humanos que sobreviveu à radiação é uma alegoria para a xenofobia, problema que se encaixa melhor num enredo passado na Europa. Ou seja, como os monstros provavelmente seriam substituídas por “bestas aleatórias” que não apareceriam humanas, toda a questão da xenofobia não teria como ser abordada, fatalmente fazendo com que a história não passasse de algo genérico.

Por fim, Glukhovsky questionou as pessoas envolvidas com a adaptação por elas defenderem que os americanos gostam apenas de histórias passadas no seu país. Segundo ele, com os livros e os jogos tendo vendido tantos milhões de cópias, manter a história em Moscou seria uma ótima maneira de atrair mais pessoas, mesmo porque já cansamos de ver os estados Unidos sendo destruído no cinema.

Por não ser um americano e portanto não ter crescido com a cultura daquele país, talvez seja mais fácil defender que odiaria ver a história do Metro 2033 sendo transportada para outro país. O estúdio obviamente não estaria muito preocupado com tal mudancá, já que o importante para eles seria faturar o máximo possível, mas para a alegria de todos que adorariam ver a adaptação mais fiel possível, felizmente Dmitry Glukhovsky teve o controle necessário para impedir essa heresia.

Fonte: VG247.

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