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Máscaras realistas são usadas para treinar redes de reconhecimento facial

Japão: máscaras artesanais, com detalhes impressionantes vêm sendo usadas por empresas tech e automotivas no treinamento de sistemas especialistas

5 anos atrás

Uma pequena empresa japonesa está ajudando grandes companhias a melhorarem seus softwares de reconhecimento facial: a REAL-f Co. produz máscaras fotorrealísticas, com um nível de detalhes impressionante para empresas de tecnologia e automotivas, a um custo relativamente baixo para os resultados que entrega.

Reuters / Osamu Kitagawa demonstra uma de suas máscaras

Osamu Kitagawa, presidente da REAL-f Co. demonstra uma de suas máscaras (no caso, de seu próprio rosto)

A pequena empresa, sediada na cidade de Otsu (a 355 km de Tóquio) é presidida por Osamu Kitagawa, que levou dois anos para aperfeiçoar a técnica que utiliza para criar máscaras rígidas, feitas de resina e plástico com detalhes bastante precisos, reproduzindo imperfeições da pele, pêlos, olhos, lábios, rugas, veias aparentes, cicatrizes, pintas, verrugas e tudo o mais. O empresário não revela seu segredo, mas utiliza fotos de rostos em alta qualidade para compor as peças.

A REAL-f Co. conta com apenas cinco funcionários e recebe uma média de 100 pedidos de máscaras por ano, com cada uma custando ¥ 300.000 (R$ 10.125,73 em valores de hoje, 23/11/2018). Pode parecer um valor alto para usuários finais, mas estes não são seus principais clientes de qualquer forma: companhias de tecnologia locais, bem com uma empresa automotiva (não revelada, mas é quase certo que se trata da Honda) utilizam suas peças para melhorar seus sistemas de reconhecimento facial.

No caso de veículos, é importante que seus sistemas identifiquem humanos transitando em sua frente para evitar acidentes, ainda mais em situações onde tanto o pedestre quanto o motorista estão distraídos.

Exemplos de máscaras da empresa de Kitagawa

Exemplos de máscaras

Paralelamente, empresas de entretenimento locais e do exterior também mostraram interesse nas máscaras de Kitagawa; até a família real da Arábia Saudita encomendou algumas peças, reproduzindo os rostos do rei Salman e dos príncipes do país.

A técnica não é exatamente uma novidade, mesmo no cenário tech: quando a Apple anunciou em 2017 o iPhone X, a companhia explicou que o Face ID foi treinado para distinguir humanos de simulacros, empregando inclusive máscaras criadas por artistas que emprestam seus trabalhos para Hollywood. A diferença para o trabalho de Kitagawa, neste caso é que a maçã teve acesso a materiais diferentes, inclusive as que simulam a textura da pele humana; as máscaras da empresa japonesa, embora impressionantes são todas rígidas.

Só que Kitagawa espera mudar isso no futuro: ele explica que utilizando materiais moles, será possível empregar suas máscaras no setor médico e até mesmo permitir o desenvolvimento de robôs humanoides mais agradáveis a nós, que com sua técnica seriam capazes de driblar o Vale da Estranheza. Por outro lado, companhias de segurança apontam para o risco de máscaras ou próteses do tipo serem usadas para o mal.

Só que convenhamos, é muito esforço para desbloquear um celular, algo que uma chave inglesa de cinco mangos resolve.

Com informações: Reuters.

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