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O lado mais previsível E surpreendente da relação soldados/robôs

12 anos atrás

terminateenExiste uma velha piada contada em todo curso de Direito: Cientistas estariam usando advogados no lugar de ratos de laboratório, pois estavam se apegando aos ratos. A realidade é que dada a psicologia humana, acabariam se apegando até aos advogados.

Que o diga o General James Mattis, que passando por um campo de fuzileiros navais no Iraque notou um destacamento de 6 homens em meio a uma cerimônia fúnebre. Chegando perto descobriu que estavam enterrando com honras militares –bandeira e tudo- um robô usado para desarmar bombas.

Era a 5a vez que ele havia sido ferido em combate, mas dessa vez não foi possível consertá-lo. Os homens, tantas vezes salvos por aquela maquininha, acharam justo enterrá-lo ao invés de jogar no lixo, como um equipamento quebrado.

Em 2009 os EUA tinham mais de 12 mil robôs no Iraque, entre unidades de patrulha, esquadrões de bomba, drones de reconhecimento e de ataque, como o Reaper. Para os soldados eles já fazem parte do dia-a-dia, mudaram radicalmente as táticas E as baixas, pois se é possível fazer o reconhecimento de uma casa usando um robô, não é necessário arriscar a vida de um fuzileiro. Vai que a casa iraquiana está cheia de vietcongs (História não é meu forte).

Esses robôs foram criados com a função de se sacrificar para salvar vidas humanas. Eles mesmo sem compreensão exercem a 1a Lei da Robótica, de Isaac Asimov:

“Um robô não pode ferir um ser humano, ou por inação, permitir que um humano seja ferido”

Para quem está de fora é simples e óbvio, mas esquecemos que humanos tendem a antropomorfizar tudo. Um monte de gente dá nome pro celular, pro carro e ninguém acha estranho nos filmes os pilotos falarem com os aviões. A Enterprise é uma personagem quase como qualquer outra em Star Trek, e adoramos dar nomes a espadas. Excalibur, Anduril, Agulha, Ferroada, ou até BMF, o sabre de luz de Mace Windu.

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Criamos relações pessoas com nossas coisas, isso é um efeito colateral de nossos “circuitos de empatia” que nos fazem (teoricamente) viver tão bem em sociedade. Quem convive com animais de estimação sabe bem o que é isso.

O inesperado talvez é que os soldados estão apresentando empatia com robôs que nem de longe são antropomórficos. OK, uma geração que cresceu amando R2D2, que se parece com uma lata de lixo talvez não tenha esse preconceito bípede, mas mesmo assim os casos são alarmantes.

Há vários robôs feridos em combate agraciados com Corações Púrpuras por suas unidades (não oficialmente, claro) e um dos casos mais sérios foi o de um soldado que correu mais de 50 metros sob fogo cerrado de metralhadoras para resgatar seu robô, que havia sido incapacitado por atiradores inimigos.

Se a tecnologia continuar evoluindo a tendência é robôs ultrapassarem o Vale da Estranheza e se tornarem mais e mais “humanos” a nossos olhos. Aí perderão de vez sua utilidade, pois dificilmente um comandante de pelotão mandaria para uma missão suicida uma… criatura com a qual ele convive diariamente enfrentando a morte, robô ou não.

Fonte: MM

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