Carlos Cardoso 5 anos e meio atrás
O dia 15 de fevereiro de 2013 foi o Dia de Sorte da Humanidade. Gastamos quase toda nossa cota quando um meteoro de 13 mil toneladas entrou na atmosfera terrestre a 68.400 km/h. O ângulo e a velocidade foram exatos para que ele se despedaçasse a uma altitude de 30 km sobre Chelyabinsk, Rússia.
Com 20 metros de diâmetro e pesando o mesmo que um navio de guerra, uma fração de diferença no ângulo, uma fração de diferença da velocidade e a atmosfera não conseguiria levar o meteoro ao ponto de ruptura, e ele atingiria o solo com a força de sua explosão, que foi de 500 quilotons. A bomba de Hiroshima teve 13.
Ninguém morreu ou se feriu gravemente, mas essa sorte não dura para sempre, pergunte a qualquer dinossauro.
A única forma de evitar que a Humanidade seja erradicada por um meteoro dos grandes é descobrir onde eles estão antes que eles nos descubram. Isso demanda muita pesquisa, muita observação, muito tempo de telescópio e computador. Somente uma ínfima fração dos NEOs — Near-Earth Objects foi descoberta e teve sua órbita determinada.
O SONEAR — Southern Observatory for Near Earth Asteroid Research é um dos projetos que tenta mudar isso. É um projeto de astrônomos amadores (não, isso não é nada negativo) que já descobriu 28 asteróides tipo NEO e 6 cometas, desde 2014.
Baseado em Minas Gerais, o SONEAR não está conseguindo fechar as contas para o período 2017/2018, e como não escrevem sobre a nobre arte de sorver jirombas em banheiros públicos, não recebem verbas governamentais.
O jeito é apelar pro crowdfunding. A boa notícia é que da meta de R$ 17 mil já conseguiram R$ 12.930,00; e a arrecadação só acaba em 31 de dezembro.