Os games precisam amadurecer

Tenho que admitir, eu hesitei em comprar o Flower, embora sua premissa me chamasse a atenção, não gostei muito do jogo anterior do produtor, o flOw e acabei postergando a aquisição até que tomei a sábia decisão de gastar US$ 10 nele. Sábia porque, assim que entrei no game pela primeira vez, percebi que estava diante de um jogo diferente, muito mais voltado para uma obra de arte, uma pintura em movimento do que um videogame propriamente dito.

Criado por Jenova Chen, Flower se parece com uma poesia interativa, fazendo com que o jogador tenha que pensar na mensagem que tenta ser passada e diferenciando-se muito da maioria dos jogos existentes. Valendo-se do status alcançado por seus jogos, o designer falou durante a Develop Conference e expressou o quanto está insatisfeito com os jogos atuais.

“Eu não vejo mais esse senso de emoção nos jogos atuais. Sim, os jogos de hoje são mais reais e satisfatórios, mas por baixo da mecânica, eles não são diferentes de brinquedos… O cérebro humano gosta de informação – é como um esponja que absorve a informação e continua querendo mais e mais.

Outros objetivos são almejados por adultos e não vistos como brinquedos. Como um gamer crescido, eu não quero ver os jogos que eu venho jogando com amor se tornarem brinquedos. Acho que os jogos precisam ter mais conteúdo adulto – não como Dead of Alive ou Manhunt, mas trabalhos mais sofisticados. Os jogos devem fazer os jogadores pensar e tocar a emoção do jogador. A jogabilidade deve ser como qualquer outra mídia – deve evocar todos os tipos de respostas. Do contrário nossa indústria perderá a graça.”

Como um ferrenho defensor dos jogos como forma de cultura, não poderia concordar mais com as palavras de Chen. Acho sim que existe espaço para jogos descerebrados, contudo, está chegando a hora da indústria dar um passo adiante, deixar de inventar apenas Dooms ou Marios e passar a descobrir também alguns Shadow of the Colossus ou Indigo Prophecys.

[via Develop Online]