Carlos Cardoso 8 anos atrás
Nos velhos tempos havia muito mais glamour nas viagens aéreas. Claro, os aviões caíam feito moscas e uma passagem custava uma fortuna, hoje graças ao PT pobre viaja de avião no mundo todo, mas em compensação o conforto caiu a um ponto dos passageiros invejarem os trens fretados da Polônia dos Anos 30/40. Ao menos aquelas pessoas não pagavam passagem.
Não é brincadeira, há idéias de empilhar passageiros ou colocar gente viajando coladinha um de frente pro outro. Agora as empresas se tocaram que não precisam mudar nada, vão ferrar a gente apenas mudando as regras para o famigerado assento do meio.
Normalmente nada é pior do que sentar do lado de gordo, mas quando você está no meio mesmo que dos dois lados estejam o campeão e vice-campeão da Copa Etíope de Anorexia, sua viagem ainda será um inferno. Vão roubar os braços da poltrona, o corno na janela vai ter crises de incontinência e irá ao banheiro umas 5 vezes, o infeliz da esquerda vai dormir e babar no seu ombro e a bomba na mochila do árabe no assento da frente vai falhar em detonar.
Normalmente a gente muda imediatamente assim que faz o check-in, mas agora várias empresas nos EUA estão dificultando a mudança de assentos se você cair em um do meio. E piora. Outras empresas estão criando uma classe de “desconto especial” para quem comprar assentos do meio (e sem poder mudar, foi mal Tico StaCruz).
“Ah mas aí é bom”
Não, floquinho, não é. Em business quando você cria uma categoria com diferencial de ser mais barato significa que vai aumentar o preço das outras categorias. Assentos em corredor ou janela ficarão mais caros, enquanto o pessoal do assento do meio se tornará uma sub-classe. Uma sub-classe pagando o preço de sempre.
Quando isso chegará aqui? Bem, levando em conta que uma amiga teve que bater boca no balcão da TAM em NY, quando a funcionária pesava as malas em libras, achava que eram kg e queria cobrar excesso de bagagem, eu diria que é só uma questão de tempo.
Fonte: Fortune.