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F-35 faz a primeira decolagem de rampa

US$ 400 bilhões depois o F-35 faz sua primeira decolagem de rampa. Não é nada não é nada, não é nada mesmo…

9 anos atrás

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Houve um tempo em que os EUA tinham dezenas de modelos de aviões, cada um especializado em uma tarefa. Havia até a categoria bombardeiro noturno. Caças cuidavam da superioridade aérea enquanto caças-bombardeiros amaciavam as defesas de solo, precedidos por aviões de guerra eletrônica passiva (ui!) e ativa. No final, vinham os B52.

Isso ficou muito caro, então partiram pra aviões multifunção, como o F14, que era excelente mas vivia na oficina, alta performance tem seu preço. A solução foi partir pro Joint Strike Fighter, um conceito de avião que seria um pato: faria um monte de coisas, todas razoáveis, seria vendido para aliados, o custo de desenvolvimento dividido entre Força Aérea, Marinha e Fuzileiros, perfeito.

Não exatamente. O JSF foi lançado em 1993, depois de muita concorrência, disputa e pega-pra-capar o vencedor foi o F-35, da Lochkeed Martin, que só foi voar em 2006. O que seria um avião barato, com variações específicas (modelo embarcado, modelo com decolagem vertical) se tornou um elefante branco. Hoje o F-35 já gastou mais de US$ 500 bilhões, só foram construídos 115 (só os EUA preendiam comprar 2.450) e o bicho ainda está em fase de testes.

O F-35 deveria entrar em operação agora em 2015. Não vai acontecer. Ainda bem, diga-se de passagem, complicado quando seu avião operacional só vai poder usar o canhão em 2019, por falta de software.

Pior: o programa já comeu tanto dinheiro que o jeito é continuar com o desenvolvimento, mesmo com as projeções de custo em torno de US$ 1,5 trilhão durante sua existência. Quanto aos aviões, a variante F-35C está orçada em US$ 116 milhões a unidade. Sem motor. Um F14 Tomcat nos valores de hoje custaria US$ 55 milhões.

Bem, devagar o F-35 está andando, outro dia fez o primeiro pouso vertical, agora conseguiu demonstrar sua capacidade STOL, decolando de pistas curtas com auxílio de rampa, algo essencial se quiser ser vendido para países como a Inglaterra, que usam porta-aviões com esse formato de pista. Veja:

jimbarc — Inaugural Ski Jump of the Lockheed Martin F 35B Lightning II

Claro, a Rainha só encomendou 14 unidades, mas isso é apenas um detalhe. Já se falou inclusive em cancelar o F-35C mas os Fuzileiros do Tio Sam não gostaram, precisam de algo para substituir os Sea Harriers, que nem os ingleses usam mais.

Por outro lado, se serve de consolo pro pessoal do F-35, a decolagem deles ao menos foi mais bem-sucedida do que a de Gabriel Nderitu, um queniano doido que cismou que quer construir um avião mas não liga muito pra conceitos como engenharia e aerodinâmica.

Ele tentou pela 6ª vez decolar com uma de suas criações. Tal qual o F35, usou uma rampa. O resultado? Assista…

Man who built plane using online videos attempts take off

Fonte: Popular Science.

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