Carlos Cardoso 8 anos atrás
Uma das cenas mais legais do Predador 2 foi quando os soldados incompetentes deduzem que o alienígena enxerga na faixa do infravermelho, então usam roupas térmicas e armas de nitrogênio pra anular essa capacidade. Teria dado certo se o caçador não tivesse à sua disposição um visor funcionando em várias frequências. Ele começa a selecionar até achar uma faixa onde os caras brilham feito lâmpadas, e tomam no roscofe.
Hoje em dia aquela tecnologia alienígena é ultrapassada. A imagem acima por exemplo é um sujeito usando o capacete projetado para o F-35. Ele usa realidade aumentada e visores multi-espectrais, você tem visão noturna, diurna, dados de alvos de radar superpostos, tudo em 3D, tudo nos seus olhos. Mais ainda: se você olhar para baixo não verá suas pernas, mas… o terreno.
Essa tecnologia multi-espectral, combinando dados de câmeras trabalhando em várias faixas de onda foi usada também pelo pessoal do Seal Team 6, quando promoveram o encontro entre Osama e suas virgens.
Um uso mais pacífico da tecnologia FLIR — forward-looking infrared imaging são as câmeras que os bombeiros usam:
Elas usam infravermelho para gerar imagens térmicas, assim conseguem ver através de fumaça espessa, no escuro e qualquer corpo que emita calor aparece em destaque. É uma tecnologia que salva vidas, avança pesquisas científicas e permite que você veja até o que não quer ver:
A FLIR, empresa que curiosamente tem o mesmo nome da tecnologia e é “a” referência em equipamentos de imagem térmica agora desenvolve câmeras multi-espectrais, diminuindo um problema do infravermelho: a baixa resolução.
Não é culpa dos pixels, é culpa das ondas. O comprimento de onda é grande demais, é como se você tentasse medir o buraco de uma fechadura usando um pau de selfie.
Também há o agravante de que uma página de texto por exemplo provavelmente tem uma temperatura uniforme então aparecerá como uma superfície contínua. É comum em ambientes industriais você combinar imagens FLIR com fotos convencionais, pra saber exatamente onde está o defeito.
A tecnologia MSX da FLIR faz isso, automaticamente:
FLIR MSX (Multi-Spectral Dynamic Imaging)
Agora eles lançaram dois brinquedinhos muito legais: a C2, uma câmera FLIR MSX touchscreen, e uma câmera que funciona como acessório para smartphones Android e iOS:
Veja o brinquedo, em uso:
FLIR C2 mobile heat-vision device hands-on
O melhor é que não é nada absurdamente caro. O adaptador pra smartphone custa US$ 249,99. Esse é o tipo de coisa que todo mundo que trabalha em atendimento de emergência deveria ter no bat-cinto de utilidades.
Fonte: SG.