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Mystic Searches: um novo dia, um novo game para o Nintendinho

Produtor quer transformar um conceito de game que ele criou quando ainda era criança, em realidade. E para o console mais clássico da Nintendo, com direito a cartucho e documentário dos bastidores.

9 anos e meio atrás

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Sim, uma equipe completa está dando início ao desenvolvimento de um novo jogo para o console clássico da Nintendo.

Joe Granato é um nerd que, como muitos de nós, passou sua infância jogando videogames.

Em 1987 sua vida girava entre brincar com os amigos do bairro, jogar Zelda e soltar a imaginação de um game designer mirim.

E foi assim, lá nos anos 80, que Granato criou seu primeiro jogo. Calma, não o jogo em si, mas o seu conceito.

“Na primavera de 1987, um amigo de infância e eu desenhamos um jogo chamado Mystic Searches. Nós criamos tudo, desde o manual, passando pela estória, até os layouts e arte dos mapas. Fizemos até as músicas e efeitos sonoros (registrados com a ajuda da porcaria de um gravador de fitas cassete e um teclado da Casio).”

Eles chegaram a mandar uma carta pra Nintendo America pedindo pra que a empresa mandasse pra eles “todas as coisas pra que eles pudessem fazer o jogo”.

A Nintendo então mandou pra eles um caminhão com servidores, computadores e programadores embalados em caixas estampadas com o Mario. Mentira, a Nintendo mandou apenas uma carta pedindo desculpa pelo vacilo, explicando que o problema não eram eles, era ela, e que não ía rolar.

Os garotos, frustrados, claro, criaram um site com fotos sensuais da Princesa Peach guardaram todo aquele material. E o tempo passou.

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25 anos, em uma visita aos seus pais, Granato encontrou todos os desenhos e o projeto numa caixa de papelão. E, já que ele é roteirista, músico e programador, porque não tirar um tempo livre para, enfim, criar o jogo?

Ele formou uma equipe, que inclui uma escritora, que vai ajudar na narrativa, um ilustrador para fazer o novo conceito da arte do game, um produtor musical e outros profissionais, na tentativa de produzir o Mystic Searches. Para o Nintendinho.

Uma aventura 8 bits, para o NES, com cara de jogo do NES e com uma história completamente diferente do que conhecemos, segundo ele.

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Talvez a parte mais legal aqui nem seja o jogo sendo criado, com cartucho pra gente assoprar. Ok, é. Mas a promessa é que essa fita vai conter uma memória flash, que poderá ser conectada a um computador através de um cabo USB.

E dentro dessa memória eles vão embarcar uma versão atual do jogo, com gráficos mais novos. E o melhor, eles querem fazer os jogos conversarem entre si, com checkpoints, conquistas, dados secretos, saves e lista de itens que o personagem possui.

O que você fizer, jogando no NES, vai refletir no jogo do PC/Mac.

Como eles vão fazer isso? Não sei. Talvez nem eles saibam. O NES é capaz de gravar dados no cartucho, mas não numa memória flash fora da arquitetura padrão.

Provavelmente o jogo do PC é que vai importar os dados da fita, e atualizar os dados no computador, imagino. Realmente, trata-se de uma experiência completamente diferente, em relação a jogos deste console.

O produtor ainda quer fazer um documentário sobre o jogo, mostrando os bastidores e concepção, além de divulgar tutoriais online sobre como desenvolver games para o Nintendo Entertainment System. Mas, para isso, eles estão pedindo ajuda via financiamento coletivo, no Kickstarter.

A equipe está solicitando o total de US$ 36 mil, contando com doações que somam US$ 25.816,00 até a publicação deste post. As recompensas para os apoiadores se distribuem assim:

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Além de outras modalidades, com descontos para quem quiser comprar duas cópias do jogo, por exemplo. Confira no link abaixo o vídeo promocional:

Kickstarter — The New 8-bit Heroes

Acho sensacional e confesso que fiz a minha doação. Mas peço um pouco de atenção aqui.

Isso por alguns fatores que me fazem levantar as sobrancelhas.

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Eles querem abraçar o mundo. E se tem uma coisa que eu aprendi durante todos esses anos de indústria vital é que quando você quer fazer muita coisa ao mesmo tempo, num contexto no qual você tem uma equipe reduzida e orçamento controlado, das duas uma: ou você não faz tudo o que promete, ou faz com vários bugs.

Sim, sou curioso, sou chato, desconfiado e preciso lembrar vocês de outra coisa.

Fui atrás da história do cara, e descobri que ele é o diretor do documentário de Zelda, chamado “It's Dangerous To Go Alone”, que também pediu financiamento no Kickstarter e não foi pra frente.

Então assim… saiba de seus riscos. Não sou do tipo de pessoa que vê num fracasso um estigma eterno, mas sou realista.

Vamos torcer para que esse jogo, depois de 25 anos, saia do papel como está sendo prometido.

E vocês? O que acharam do jogo? Acham que o financiamento vai dar certo?

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