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Quer cremar seus entes queridos? Tem um app pra isso

Veja que legal: agora você não precisa mais supervisionar pessoalmente seus fornos crematórios! Eu sei, é um incômodo mesmo, mas uma firma holandesa montou uma instalação na Dinamarca onde o conjunto de fornos é automatizado, monitorado e controlado por um app de smartphone!

10 anos atrás

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As formas com que os humanos dispõem dos restos mortais de seus mortos são quase infinitas. Mesmo desconsiderando os inúmeros rituais, os passos práticos variam imensamente de cultura para cultura. Na Índia o corpo pode ser jogado no Ganges (não clique) ou cremado em uma cerimônia onde às vezes até a viúva pira e se joga na estrutura homônima. Alguns lugares praticam embalsamamento, em outros casos o enterro não é algo permanente, os jazigos não são perpétuos e as famílias se reúnem para exumar o defunto e transferir os restos para um ossário. É algo cruel e surreal de se ver (de novo, não clique).

No Tibet existe algo chamado “enterro aéreo”, que não, não envolve catapultas, mas o desmembramento do corpo, com direito a fatiar os órgãos e esmagar os ossos com pedras, misturando com farinha e leite. Em uma variação o corpo é disposto inteiro, depois que as aves de rapina deixam só os ossos eles são processados e viram ração de aves menores (preciso avisar?). Há toda uma explicação espiritual, mas o enterro aéreo é realizado por pura necessidade. O Tibet quase não tem árvores, o que inviabiliza cremação ou resomação, e a maior parte do país é pedra e montanha, não dá pra desperdiçar terreno com cemitérios.

A cremação vem ganhando popularidade no ocidente, tanto por gente que quer ter as cinzas jogadas na cara das inimiga como por quem não quer arriscar fazer parte do Apocalipse Zumbi. Isso tem gerado problemas, pois próteses tendem a não queimar muito bem e implantes com baterias, como marcapassos, costumam explodir. Há também o problema de poluição causada por vapores de mercúrio usado em obturações. Por isso fornos crematórios modernos possuem vários elementos de filtragem.

É o caso dos fornos da holandesa DFW Europe, que está criando uma instalação na Dinamarca com crematórios topos-de-linha, vejam que lindo:

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Além do controle de emissão de poluentes, há um sistema de recuperação térmica que em vez de despejar o excesso na atmosfera, utiliza o calor do processo de cremação para aquecer centenas de casas, duas escolas e uma piscina. Assistindo aula e está quentinho? Agradeça à vovó.

Agora o melhor: o complexo utiliza tecnologia de automação industrial Opto 22, e desenvolveram para ele uma interface em Groov. Com isso um operador acessando de celular, tablet ou PC, mesmo remotamente pode monitorar o status dos fornos, identificar qual presun-digo, falecido está em cada forno, quem precisa de um gás a mais — gordos são mais complicados de cremar, se não tomarem cuidado botam fogo no crematório, sério — e há até códigos de barras identificando quem é quem.

Só acho estranho haver necessidade de controlar tudo isso remotamente, será que morre tanta gente assim na Dinamarca? Ou estão se preparando para a Guerra Mundial Z? De resto achei o tal crematório bonito mas estéril, o Jardim da Saudade no Rio é muito melhor, pois do lado das capelas de velório há uma lanchonete que vende cerveja, onde podemos perpetuar a milenar tradição de beber o morto.

Fonte: MH.

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