Ronaldo Gogoni 9 anos atrás
Nós aqui do MeioBit adoramos drones. Desde os grandes e poderosos aos minúsculos e fofos, passando por diversos usos divertidos e interessantes. Entretanto a percepção geral dos drones pela opinião pública é que eles são crias de Satã, ferramentas para usos malignos como vigilantismo e espionagem ou por "tarados" e em muitos casos, são tratados à bala. Só que o pessoal da Ucrânia, que tem problemas bem maiores com os quais lidar resolveu que não só eles podem ser úteis, como financiá-los para uso militar é uma boa ideia.
Depois de Putin deixar de fingir ser bonzinho e tomar a Crimeia, a situação por lá não anda nada boa. Grupos de separatistas pró-Rússia entraram em conflito há pelo menos dois meses com o governo de Kiev, desejando voltar a pertencerem ao território russo. Faz sentido, porque boa parte do leste da Ucrânia, assim como a Crimeia é composta por cidadãos de origem russa, que não se vêem como ucranianos. O ato de anexação da península por Moscou foi o impulso que precisavam para tentar se separar do país. A coisa na Ucrânia está de tal forma complicada que o governo pediu por assistência à população: o orçamento militar anual é de apenas US$ 1,9 bilhão, e o Ministério de Defesa tem apelado aos cidadãos para que eles doem dinheiro necessário para equipar e treinar as tropas, de modo a repelir os separatistas.
Foi o que levou à criação do People's Project, um site de crowfunding para fins militares idealizado por Dmitri Tymchuk, oficial da reserva ucraniana, jornalista e blogueiro. Atualmente ele trabalha ligado ao Centro de Pesquisa Política e Militar de Kiev a través de seu projeto ele já conseguiu financiar uma tropa de paraquedistas e equipamentos de comunicação. A mais nova empreitada foi recolher os fundos necessários para o desenvolvimento inicial de 10 drones, chamados de People's UAV. O projeto inicial visava recolher cerca de US$ 36 mil, o que foi superado em cerca de 675 dólares. O drone em questão é até modesto - possui velocidade máxima de 120 km/h e autonomia de uma hora, o que é bem fraco em comparação a outros modelos de drones. Entretanto, a intenção é desenvolver aparelhos baratos e que podem ser postos para voar imediatamente.
Apesar da campanha ter sido um sucesso, o grupo reconhece que isso é apenas o começo, serão precisos centenas deles para patrulhar as fronteiras a contento. Mas ao menos a campanha provou que em determinadas situações, a população não vê drones como um problema tão grande.
Fonte: AT.