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M510, o tablet perdido da Nokia

Ex-engenheiro da Nokia exibe protótipo de curioso tablet que a empresa finlandesa quase colocou no mercado em 2001, nove anos antes do surgimento do iPad.

10 anos atrás

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Hoje é difícil contestar a hegemonia da Apple no mercado de tablets. Ainda que o produto não fosse necessariamente uma novidade em 2010 quando ela cometeu o iPad, há de se levar em conta que ela ditou como o mercado seria dali pra frente. Até então os modelos disponíveis que rodavam Windows eram extensões de um desktop ou notebook, com diversos botões e nem todos suportavam tela de toque. O iPad provocou uma corrida armamentista dos concorrentes em busca de se atualizarem, já que mais uma vez Steve Jobs convenceu todo mundo que era aquilo que o público queria.

Só que o primeiro modelo de tablet era mais antigo do que se pensava. Em um entrevista a um canal finlandês na última terça-feira, um ex-funcionário da Nokia revelou um curioso protótipo produzido em 2001, o M510 Web Tablet.

O engenheiro Esko Yliruusi trabalhou na Nokia durante cinco anos, entre 1996 e 2001 e afirma que trabalhou no desenvolvimento do tablet que à primeira vista lembra muito o famigerado N-Gage, o primeiro híbrido de celular e console portátil pela disposição lateral de seus botões. Pelo seu tamanho avantajado ele não era um item propriamente portátil, visto que contava inclusive com um suporte para mantê-lo em pé tal qual o Surface (também pudera, ele pesa 1,8 kg).

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Ainda assim ele possuía algumas características interessantes para a época: display touchscreen LCD de 10 polegadas com resolução de 800 x 600 pixels porém ainda monocromático, bateria com autonomia de 4 horas, sistema operacional Symbian, 32 MB de memória RAM, porta USB e era preparado para navegar na internet, contando com ferramentas de agenda e e-mail e uma versão dedicada do navegador Opera.

Yliruusi conta que o M510 não viu a luz do dia pelo fato de que a Nokia realizou uma pesquisa de mercado e constatou que os consumidores ainda não estavam prontos para algo do tipo. Dos 1.500 tablets produzidos a maioria foi destruída, porém o engenheiro manteve a unidade que foi exibida no programa de TV. A história desse dispositivo veio à tona no livro "The Decline and Fall of the Nokia" de David J. Cord, onde ele menciona que a Nokia cancelou o produto apenas 45 minutos antes do início de sua produção em massa.

Ainda que pareça um produto desengonçado não fosse nenhum dispositivo ultra revolucionário além do fato de ser relativamente portátil, dá para imaginar como seria o mercado de tablets pré-iPad caso a Nokia tivesse de fato comercializar o M510. De qualquer forma ela não quis dividir o foco e preferiu se concentrar em telefonia móvel, o que lhe garantiu por muitos anos o posto de maior fabricante de celulares do mundo. Isso é, até o iPhone e os smartphones Android mudarem o jogo.

Fonte: UB.

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