Ronaldo Gogoni 9 anos atrás
Ainda que usuários de Mac e iOS não gostem de admitir, o iWork não chega a ser uma suite de aplicativos tão especializada quando o Office, ainda o software líder de vendas da Microsoft e por isso mesmo um dos poucos que ela não libera de graça por completo nem em programas estudantis. Os executivos de Redmond sabem disso e estariam pressionando para que a plataforma fosse flexibilizada (entre outras coisas), de modo que ela se torne disponível em outras plataformas.
A bem da verdade o Office já está presente no iPhone e Android, entretanto o iPad até então não havia sido contemplado com uma versão dedicada. Considerando que os programas do Office são líderes em ambiente corporativo e iGadgets e Androids já devoraram o mercado do Blackberry, disponibilizá-lo para o tablet da Apple seria o caminho natural. O ex-CEO Steve Ballmer já havia prometido que o iPad receberia o Office "assim que a interface estivesse pronta" e muito provavelmente ele apareceria depois de ser lançado para Windows RT, que no pensamento da Microsoft seria o movimento natural.
Só que as coisas mudaram. De acordo com Mary Jo Foley do ZDNet, que possui contatos muito bons na Microsoft a versão para iPad (codinome Miramar) pode aparecer antes da versão para RT (codinome Gemini), pois segundo as fontes Ballmer teria entrado em acordo com o conselho, que deseja que o tablet da Apple receba o Office tão logo ele esteja pronto e não fique na geladeira, esperando o Gemini sair primeiro.
O que teria provocado essa mudança de atitude? Muito provavelmente foi o movimento de Cupertino ao liberar as suites iWork (Pages, Numbers e Keynote) e iLife (iPhoto, iMovie e Garage Band) de graça para usuários novos de Macs, iPhones e iPads. Todo equipamento novo vendido após 01/10/2013 tem direito a seis programas sem nenhum custo, e mesmo que a suite da Apple não se compare à da Microsoft, a palavra "free" está escoando nos corredores de Redmond.
E a Microsoft corre o risco de mesmo liberando o Office para iPad ele não vencer o iWork por outro motivo: compartilhamento. A integração entre iOS e Mac é feita via iCloud inteiramente de graça, sem depender de uma assinatura do Office 365 para isso. Como muito provavelmente a versão do iPad será igual às já lançadas e até o presente momento a Microsoft não reviu a política de assinaturas, é improvável que ela tome uma atitude diferente agora.
Caso isso se concretize a Microsoft vai jogar com a carta do prestígio do Office como ela sempre fez, já que mesmo custando caro a suite sempre vendeu bem. Entretanto, como a Apple fornece uma versão gratuita para usuários novos que não chega a ser tão inferior, vai ser difícil convencer os usuários que o Word e seus irmãos por R$ 21 mensais ou R$ 209 anuais são melhores do que Pages e cia. na faixa.
Fonte: ZDNet.