Usuários trocam Android por iPhone mais que o contrário

Apple e Google dividem entre si o mercado global de smartphones, no que o Android leva considerável vantagem sobre o iPhone, respondendo por 69,98% do market share, contra 29,27% do rival (dados de Jan/2024).

• Apple e a taxa do sideloading: "escreveu, não leu..."
• EUA: Apple e Google devem permitir mais lojas no iPhone e Android

Porém, a gigante das buscas amarga um dissabor antigo, pois nunca ficou à frente do iOS nos Estados Unidos, e por mais que se esforce, jamais conseguiu reverter a situação.

Um dos fatores para isso é a retenção do usuário no sistema, o chamado "Jardim Murado", no que pouquíssimos donos de iPhones migram para o Android; o movimento contrário é significativamente maior, mas há alguns detalhes interessantes que podemos notar.

iPhone líder em casa, e mais atraente

De acordo com dados recentes, o iOS respondeu por 58,1% dos usuários mobile nos EUA em 2023, contra 41,46% do Android; houve momentos em que a diferença entre as duas companhias foi bem pequena, como em 2011 e 2015, mas a maçã sempre permaneceu na dianteira em casa.

Os números desta hoje são similares aos de 15 anos atrás, e nem há outros sistemas paralelos com grande representação como outrora, no caso, o BlackBerry OS (Windows Phone quem?).

Veja bem, os números do Android em si não são ruins na América, e há de convir que o robozinho continua dominando o mercado global de smartphones, com uma distância bem maior, mas é fato que uma das maiores frustrações do Google é não ser líder em casa.

A dominância do iPhone explica também por que o iMessage é o mensageiro líder nos EUA, e outros apps mais populares no resto do planeta, como WhatsApp, Telegram e Line, entre outros, dão ponto de audiência por lá.

De qualquer forma, ambos ecossistemas retêm boa parte de seus usuários por tempo indeterminado, por uma série de motivos. Uns preferem os preços mais flexíveis do hardware Android, ou a Experiência de Uso™️ do iPhone, ou mesmo já investiram em apps, softwares e games em um ou outro SO, e não se sentem propensos a fazê-lo de novo.

Ainda assim, há uma parcela de consumidores que fazem a migração de um Jardim Murado para outro, mas ao menos nos EUA, o movimento mais corriqueiro é de quem sai do Android para o iOS, no que a companhia de análise CIRP notou que, dentre todos os novos donos de iPhones nos EUA em 2023, 13% vieram do robozinho do Google; nos últimos 5 anos, os números oscilaram entre 11% e 15%, o que pode ser considerado uma marca estável.

Já na direção contrária, a CIRP informa que apenas 4% dos novos donos norte-americanos de dispositivos Android vieram do iPhone. Segundo os analistas, a popularidade da Apple, que se reflete em mais e melhores apps e soluções, seria um fator crucial para a migração.

Porém, esta não é a história completa.

Samsung não é a culpada

Há quem diga que a experiência de uso do Android é, em geral, inferior à do iPhone, e tão logo um dono de um celular rodando o sistema do Google tenha a oportunidade de testar o rival da maçã, ele se sentirá compelido a pular o muro, mas isso não é verdade, ao menos, não totalmente.

No tocante aos dispositivos da Samsung, a companhia líder de Android em todo o mundo desde sempre, a satisfação do cliente americano é altíssima, em torno de 80%, praticamente igual à do iPhone, com este levando uma ligeira, quase insignificante, vantagem.

A pesquisa, conduzida em maio de 2023, também questionou residentes do país sobre o quão satisfeitos estão com outros produtos, como carros, refrigerantes, bebidas alcoólicas, etc., e o índice de aprovação mais alto sempre gira em torno dos mesmos números.

Se o índice de aprovação dos smartphones da Samsung são os mesmos da Apple, é seguro afirmar que o índice de evasão da marca em direção ao iOS gira em torno dos mesmos 4%, assim, o problema reside nos outros fabricantes, com pontuações menores; tanto o Google quanto a Motorola, hoje controlada pela Lenovo, marcaram 77% no índice de satisfação com seus aparelhos, enquanto as demais marcas reunidas cravaram 74%.

Considerando que o número de egressos do Android chegando ao iOS se manteve estável nos últimos anos, é bem provável que os usuários de aparelhos de outras marcas o façam por problemas de desempenho, indisponibilidade de alguns recursos que o iPhone oferece, ou um pós-venda inadequado, lembrando que a Motorola voltou às más práticas pré-Google; a Samsung, por outro lado, oferece hoje atualizações de sistema por quase tanto tempo quanto a Apple.

Fonte: CIRP