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China lidera maior queda mundial do faturamento da Apple

COVID Zero — a China liderou a maior queda de arrecadação da Apple, segundo o relatório financeiro do Q1 FY 2023 (findo em dez 22).

1 ano atrás

Nesta quinta-feira (02/02), a Apple apresentou o relatório financeiro do primeiro trimestre fiscal de 2023 (Q1 FY 2023), período que correspondeu ao quarto trimestre civil de 2022, abrangendo os meses de outubro a dezembro. Embora a Maçã de Cupertino continue a ser uma empresa gigante e saudável, houve a maior queda na arrecadação desde 2016 e quem liderou tal resultado desapontador foi a China.

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Apple Changsha, a primeira Apple Store da província de Hunan, China (crédito: Apple)

Vamos aos números globais:

RELATÓRIO FINANCEIRO DA APPLE
Período → Q1 FY 2022
(outubro a dezembro de 2021)
Q1 FY 2023
(outubro a dezembro de 2022)
Diferença
Receita US$ 123,95 bilhões US$ 117,15 bilhões – 5,48%
Lucro US$ 34,63 bilhões US$ 29,998 bilhões – 13,38%

Acima temos um panorama geral da Maçã de Cupertino, com os principais dados financeiros da empresa nos três meses terminados em 31 de dezembro de 2022. O tio Laguna comemora que finalmente corrigiram os dias ausentes para coincidir com o trimestre civil (eu sei).

De qualquer forma, vemos um pequena queda de 5,48% na receita em relação a Q1 FY 2022 e uma senhora queda de 13,38% no lucro trimestral, que somou pouco menos de US$ 30 bilhões nos 98 dias do Q1 FY 2023. Isso dá um lucro de US$ 306,1 milhões por dia, vindo de uma arrecadação média global diária de pouco mais de 1 bilhão de dólares (US$ 1,195 bilhão por dia) nas 14 semanas que compõem o período divulgado!

Quais os responsáveis por essa bela queda percentual na arrecadação do primeiro trimestre fiscal da Apple?

Para tentarmos entender a composição desse mais de bilhão diário arrecadado, vejamos quanto cada linha principal de produtos da Apple arrecadou:

SUMÁRIO DE RECEITAS DA APPLE
Período → Receita
Q1 FY 2022
Receita
Q1 FY 2023
diferença
em relação a
Q1 FY 2022
iPhone US$ 71,63 bilhões US$ 65,78 bilhões – 8,17%
Mac US$ 10,85 bilhões US$ 7,74 bilhões – 28,72%
iPad US$ 7,25 bilhões US$ 9,4 bilhões + 29,64%
vestíveis e acessórios US$ 14,7 bilhões US$ 13,48 bilhões – 8,29%
assinaturas US$ 19,52 bilhões US$ 20,77 bilhões + 6,4%
Receita US$ 123,95 bilhões US$ 117,15 bilhões – 5,48%

Aparentemente a Apple prefere não mais revelar quantas unidades vendeu de cada hardware, incluindo o astro iPhone, para evitar que relacionemos a queda da arrecadação no melhor período do ano com vendas menores. Se bem que a empresa diz que há 2 bilhões de dispositivos iOS ativos, enquanto em janeiro de 2022 dizia que tinha 1,8 bilhão.

Sendo assim, só podemos especular que os iPhones 14 (e Plus / Pro / Max) não foram tão bem recebidos na civilização pois basicamente não apresentam maiores novidades que o iPhone 13 e que justifiquem um upgrade. Já o que pode ter afetado as vendas dos MacBooks seria a expectativa pelo lançamento dos modelos Pro com Apple M2.

Embora não seja o principal astro da arrecadação, os tablets da empresa conseguiram um expressivo crescimento de quase 30% na arrecadação do segmento graças ao lançamento dos iPads Pro com o processador Apple M2. Disponíveis no mercado civilizado desde o dia 26 de outubro, podemos dizer que os novos iPads foram bem mas não seguraram a queda na arrecadação da Maçã de Cupertino durante o Q1 FY 2023, inclusive na China.

A forte queda na China

RECEITAS DA APPLE NA ÁSIA
Período → Receita
Q1 FY 2022
Receita
Q1 FY 2023
diferença
em relação a
Q1 FY 2022
China continental US$ 25,78 bilhões US$ 23,91 bilhões – 7,28%
Japão US$ 7,11 bilhões US$ 6,76 bilhões – 4,95%
restante do continente US$ 9,81 bilhões US$ 9,54 bilhões – 2,8%
TOTAL: US$ 42,7 bilhões US$ 40,195 bilhões – 5,87%
participação global 34,45% 34,31% – 0,041%

Apesar de ser o terceiro maior mercado do mundo quando falamos na arrecadação da Apple, a China foi a que teve maior queda percentual em relação ao trimestre do ano anterior. Com mais de 7% de queda em relação ao Q1 FY 2022, o País do Meio venceu os Estados Unidos (– 4,31%) e Europa (– 6,95%) nessa retração percentual anual.

O motivo de a China ter caído tanto?

A política de COVID zero, pura e simples: se há a necessidade de maior confinamento, em tese a população prefere comprar mantimento aos supérfluos. O segundo país mais rico do mundo não liga se a economia parar um pouco, desde que a pandemia não se alastre por muito mais regiões do que a vacinação completa.

Enfim, como a Maçã de US$ 2,39 trilhões não divulga mais dados de vendas unitárias de seus produtos, nem muito menos quanto eles estão vendendo em cada região do planeta, apenas podemos dizer que a Apple teve um trimestre desapontador, em especial na China.

Fontes: 9 to 5 Mac, Bloomberg e CNBC.

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