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Europa, Japão e USB-C salvaram a Apple de uma boa queda

Europa e Japão sustentam lucro global da Apple num trimestre em que a China tombou, segundo o relatório financeiro do Q1 FY 2024 (findo em dez 23).

01/02/2024 às 20:30

Nesta quinta-feira (01/02), a Apple apresentou o relatório financeiro do primeiro trimestre fiscal de 2024 (Q1 FY 2024), período que correspondeu ao quarto trimestre civil de 2023, abrangendo os meses de outubro a dezembro. Ao que tudo indica, os povos civilizados da Europa e Japão correram para trocar seus iPhones antigos com Lightning pelos iPhone 15 e iPhone 15 Pro por causa do USB-C.

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Lightning tem suas vantagens, mas a Europa prefere o USB-C (crédito: Apple DE)

Vamos aos números globais:

RELATÓRIO FINANCEIRO DA APPLE
Período → Q1 FY 2023
(outubro a dezembro)
Q1 FY 2024
(outubro a dezembro)
Diferença
Receita US$ 117,154 bilhões US$ 119,575 bilhões + 2,067%
Lucro US$ 29,998 bilhões US$ 33,916 bilhões + 13,06%

O que a Apple acabou de divulgar nesta quinta (01/02) foram os principais dados financeiros nos três meses terminados em 30 de dezembro de 2023.

O primeiro trimestre fiscal da Apple (Q1) é normalmente o melhor em vendas pois temos o impacto direto dos novos lançamentos, disponibilizados normalmente no meio de setembro, como o iPhone 15 com USB-C. Com base nos números divulgados, podemos constatar que a Apple lucrou uma média de 372,7 milhões de dólares diariamente nas 13 semanas que compõem o período divulgado, arrecadando no total algo em torno do US$ 1,31 bilhão por dia.

Sendo otimista, o lucro aumentou 13% em relação ao período equivalente de 2023, enquanto a arrecadação cresceu 2% em relação a tal período do ano passado. Em um ano, melhor dizendo: após quatro trimestres de queda, finalmente a Apple surpreendeu os acionistas com essa alta na arrecadação.

Vejamos quanto cada linha principal de produtos da Apple arrecadou:

SUMÁRIO DE RECEITAS DA APPLE
Período → Receita
Q1 FY 2023
Receita
Q1 FY 2024
diferença
em relação a
Q1 FY 2023
iPhone US$ 65,775 bilhões US$ 69,702 bilhões + 5,97%
Mac US$ 7,735 bilhões US$ 7,780 bilhões + 0,58%
iPad US$ 9,396 bilhões US$ 7,023 bilhões – 25,26%
vestíveis e acessórios US$ 13,482 bilhões US$ 11,953 bilhões – 11,34%
assinaturas US$ 20,766 bilhões US$ 23,117 bilhões + 11,32%
Receita US$ 117,15 bilhões US$ 119,58 bilhões + 2,07%

A arrecadação da linha de smartphones da Apple teve pequena alta e tal segmento ainda figurou com 58,29% de participação na arrecadação global. Interessante notar que mais da metade da receita da Apple vem do iPhone e mesmo uma leve alta percentual de 6% (US$ 3,9 bilhões) compensa a queda em todos os outros segmentos de atuação da empresa. Podemos dar graças à substituição do conector proprietário Lightning pelo USB-C a partir do iPhone 15? Possivelmente.

Com um mercado em potencial de 2,2 bilhões de dispositivos iOS ativos no mundo, o segmento das assinaturas se mantém como o segundo maior da Apple, que mais cresceu globalmente no quarto trimestre civil de 2023 e correspondeu a 19,33% da arrecadação global. O aumento de 11,3% (US$ 2,35 bilhões) na arrecadação das assinaturas dos serviços da Maçã de Cupertino ajudou o iPhone a compensar o elefante da sala, a linha iPad, que não teve nenhum produto novo apresentado no ano fiscal de 2023.

O segmento de tablets da Apple foi aquele de maior queda em arrecadação da empresa no Q1 FY 2024, com um tombo de um quarto (US$ 2,37 bilhões) em relação ao mesmo período do ano anterior. Falando em tombo…

Europa e Japão compensam queda da Apple na China

RECEITAS DA APPLE NO MUNDO
Período → Receita
Q1 FY 2023
Receita
Q1 FY 2024
diferença
em relação a
Q1 FY 2023
participação
global
(Q1 FY 2024)
China continental US$ 23,905 bilhões US$ 20,819 bilhões – 12,91% 17,41%
Japão US$ 6,755 bilhões US$ 7,767 bilhões + 14,98% 6,5%
restante do continente US$ 9,535 bilhões US$ 10,162 bilhões + 6,587% 8,5%
Ásia (total): US$ 27,543 bilhões US$ 26,92 bilhões – 2,26% 32,41%
Europa US$ 27,681 bilhões US$ 30,397 bilhões + 9,81% 25,42%
Américas US$ 49,278 bilhões US$ 50,43 bilhões + 2,34% 42,17%
TOTAL: US$ 117,15 bilhões US$ 119,58 bilhões + 2,07% 100%

Como o mercado asiático sempre vem detalhado nos relatórios da Apple, o tio Laguna sempre fazia questão de manter o foco dos textos sobre a Maçã de Cupertino em tal região. Entretanto, a situação do Q1 FY 2024 foi de pequena queda na Ásia.

O grande culpado? O País do Meio. A Apple sofreu uma queda de quase 13% na China, um tombo de US$ 3,09 bilhões ali que foram parcialmente compensados pelo bilhão japonês e pelos US$ 627 milhões arrecadados a mais no restante da Ásia.

Na Europa, continente que basicamente impôs o USB-C nos novos iPhones, a Maçã de Cupertino arrecadou quase 10% a mais que no Q1 FY 2023, totalizando US$ 30,4 bilhões entre outubro e dezembro de 2023 (Q1 FY 2024). Isso representou alta absoluta de US$ 2,72 bilhões em relação à arrecadação europeia da Apple no quarto trimestre civil de 2022.

O maior mercado da Apple teve apenas pequena alta percentual: em comparação com o primeiro trimestre fiscal de 2023, vemos uma arrecadação maior em US$ 1,15 bilhão nas Américas. Isso correspondeu a um leve crescimento de 2,3%. Como o continente americano representou 42,17% da arrecadação global no quarto trimestre civil de 2023 (US$ 50,43 bilhões), podemos especular que as Américas ajudaram a Europa e Japão a salvar o lucro global da Apple nesse período.

Como a Maçã de US$ 2,89 trilhões não divulga mais dados de vendas unitárias de seus produtos, nem muito menos quanto eles estão vendendo em cada região do planeta, apenas podemos dizer que a Apple foi muito bem na Europa e Japão. Coincidindo com o lançamento dos novos iPhones que usam USB-C no lugar do Lightning. E isso tudo apenas deduzindo pela arrecadação.

Fontes: 9 to 5 Mac, Bloomberg e CNBC.

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